ESSAS MAL TRAÇADAS LINHAS…

carta de amor
Com o papel amarelecido pelo tempo em suas mãos enrugadas, também pelo tempo, Marieta relia, mais uma vez, aquelas mal traçadas linhas.

Nestes momentos, Marieta voltava a ser a jovem que viajava para tempos que lá se vão, quando computador, e.mail e celulares sequer passavam por nossas mais loucas fantasias, sonhos, delírios, desejos e outros quetais, pensou. Um tempo no qual muitas cartas de amor, de qualquer forma de amor, começavam assim: “Tomo da pena e do papel para escrever essas mal traçadas linhas…”, que, aliás, não eram tão mal traçadas assim, concluiu Marieta.

Um sorriso pálido emoldurou-lhe a face e iluminou-lhe o olhar, trazendo do passado a jovem que esperava no portão a chegada do senhor Marcolino, o carteiro do vilarejo, onde morava a ilustre dama. Ilustre Dama, era assim que a ela se dirigia o cavalheiro, dono de seu coração.

A memória afetiva da ilustre dama trouxe do fundo do baú da saudade a imagem do jovem donairoso, com seu majestoso bigode e suas roupas elegantes. Marieta, agora, via-o curvar-se, beijando-lhe a mão, num gesto galanteador, bastante envolvente.

– – Meu Deus, tanto tempo se passou. Por onde andará Ricardo? Será que ainda vive? Ela mesma respondeu:
– – Claro que sim, Ricardo vive, ao menos para mim, nas imagens emolduradas por essas mal traçadas linhas…

Misturando-se ao sorriso da jovem de outrora que voltava no tempo, por meio daquelas mal traçadas linhas, uma lágrima de saudade, imitando uma conta multicor, atravessou a barreira dos óculos e veio banhar a mão outrora beijada, respingando no amor em forma daquelas mal traçadas linhas...

(Do livro CONTOS E CONTAS de SÔNIA MOURA)

A Geometria da Luz

LUZ
A cortina, embalada pelo vento, ensaia uns passos de balé, e, no seu vai-e-vem , a geometria da luz se apresenta a mim. Na janela semi-aberta, a cortina, qual os sete véus da bailarina, me seduz , mas se entrega ao sabor do vento .

Surge a primeira forma, um quadrado feito de luz e sombra, que rapidamente se duplica , quando um traço de sombra o divide.
O movimento se espalha pela cena, o vento embala a cortina que dança, ou melhor, apenas uma parte dela se move, deixando a luz penetrar pela “janela lateral do quarto de dormir”.

Com este jogo de esconde e mostra, o vento quer – me oferecer múltiplas formas, através das variações entrecruzadas de luz e sombra.

O véu – cortina se abre e fecha num exercício frenético .

O quadro de luz retorna à cena, ali permanece por alguns instantes, para ceder lugar ao triângulo luzente que se transforma em leque, em losango, num pequeno triângulo e, antes de terminar este ato, toda luz se condensa em uma pequena esfera que se rompe em dois minúsculos pontos de luz a se exibir no meio de uma sombra imensa, como se fossem duas contas douradas.

Abruptamente a cortina se fecha. Em cena, fica somente a sombra que enche o palco, como se quisesse dizer: – Sou a parceira da luz, faço parte do jogo, faço parte da arte.
Meus olhos se deliciam com os movimentos dos que dirigem o show. O que será que mais me atrai: a luz que está no centro das imagens formadas ou a sombra que lhes dá o contorno?
E o vento resolve, novamente, balançar a cortina.

Começa outro ato.

Adentra o palco um losango cheio de luz ou seria um balão aceso num céu-chão? Não cabe aqui cantar: “Cai, cai, balão!”. A equipe que dirige o show grita sussurrando: Vai, vai, balão! , esta é a sua deixa, sai de cena, seu tempo é curto.

Retrucam os atores: – O tempo é infinito!
Estamos na reta final, o vento está cansado, sopra leve: o quadrado retorna , vai-se desmanchando, vai-se transformando, vai-se refazendo lentamente: triângulo, losango, quadrado….
Cai o pano.

Como se fosse àgua escorrendo pela montanha de madeira, a sombra agora está absoluta no palco, somente uma conta dourada desenhada por uma luz pálida ainda insiste em atravessar a barreira , mas nem é notada.

O espetáculo é finito.

(Do livro CONTOS E CONTAS de SÔNIA MOURA)

A LUZ DOS TEUS OLHOS

Luz dos olhos

Era noite, era o momento da treva, porém no meio dela surgiu uma luz. O salão fervilhando, a música, a dança e … a luz.
Artificialmente bela, iluminava aquele palco, piscava, tremulava; chamam-na luz negra. Projetava-se sobre nós, destacando-nos por inteiro naquele cenário, tudo mais era escurtidão. Seria isto verdade ou eram os nossos sonhos que se alinhavavam e dirigiam o foco de luz para este ponto que eram dois?
Os corpos pareciam movimentar-se mais que de fato o faziam. E a luz começou a brincar com o brilho do desejo.
Luz Negra – relação semanticamente incoerente.
Foi sob o reflexo desta luz, emergindo no meio da névoa dos cigarros, que o vestido branco adquiriu um brilho cor de prata e os sorrisos, à luz ambiente, também ficaram prateados.
Mudamos o cenário. À nossa frente , um mar imenso se oferecia enquanto bebia mansamente a luz do luar, suas ondas se encrespavam, balançando a cabeleira prateada, era noite de lua cheia.
Num caminhar lento, quase tristonho, a luz prateada, roubada do astro rei, beijava o contorno dos corpos, das árvores, das montanhas e ia-se escondendo, deixando o palco para o sol que surgia dorminhoco, a bocejar, a lançar raios de luz, rompendo a cortina de uma nova manhã.
Continuávamos ali, sentados na areia que já apresentava uma nova face, parecia preparar-se para um baile, aceitava a nova maquilagem , seus grãos, refletindo os raios de luz mais intensos, brilhavam como se fossem pequenas estrelas, nas quais podíamos tocar; o mar vestia um novo manto, cujos tons iriam-se modificar ao longo do dia, de acordo com a força e a posição daquela fonte de luz; não estaríamos ali para ver estas mudanças.
O sol ia despejando luz e calor sobre tudo e todos que estivessem à luz do seu olhar, e, passo a passo, o olhar, pleno de luz, veria certamente contornos nítidos, transformados, pouco visíveis; mas não estaríamos mais ali para ver estas mudanças.
Era hora de partir. Outras noites, outros dias, outros sóis, outras luas se passaram e passarão no meio de luzes e de sombras; o espetáculo é infinito.
Como contas azuis, dois minúsculos pontos de luz brilham na cor da minha saudade e fazem par com os versos da canção: “Ai, amor, a luz dos seus olhos”.
À luz da razão, o tempo é finito.

(Do livro  CONTOS E CONTAS, de SÔNIA MOURA)

BALAIO

balaio

No mesmo balaio, isto é, num balaio de gatos estão: o joio e o trigo; o individual e o coletivo; o local e o global; a ciência e a religião, que pecado!

VALEI-NOS, DEUS!

Vaticano divulga lista de novos pecados capitais [Assimina Vlahou]

“A manipulação genética, o uso de drogas, a desigualdade social e a poluição ambiental estão entre os novos pecados capitais pelos quais os cristãos devem pedir perdão, segundo a nova lista apresentada pela Santa Sé.O Vaticano atualizou a lista de pecados capitais para adaptá-la à “realidade da globalização”.Os novos pecados capitais – merecedores de condenação segundo a Igreja Católica – serão agregados aos anteriores: gula, luxúria, avareza, ira, soberba, vaidade e preguiça.

(…)

Na interpretação de monsenhor Girotti, o pecado deixou de ser apenas uma questão pessoal e passou a ter maior influencia na sociedade.

“Antes, o pecado tinha uma dimensão individual, hoje tem uma impacto social, principalmente por causa da globalização. A atenção ao pecado agora é mais urgente devido aos reflexos maiores e mais destruidores que pode ter”, disse Girotti.”

[http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/] [Compilado do site www.niu.com.br]

A HISTÓRIA DE LÍTTERA

livro das bruxas

Líttera mora, há muito tempo, em vários lugares. É muito poderosa, por exemplo, é capaz de ser voz, de ser letra, de ser mito. Líttera é sábia.

Ela é muito antiga (ou será velha?), e, embora possa usar a mesma roupagem, está sempre se renovando, por isso, as crianças nunca se assustam com Líttera, pois com ela compartilham e brincam.

Líttera é amiga e conselheira.

Podem até tentar aprisionar Líttera, mas ela não se deixa prender, uma vez que nasceu para ajudar a todos a aprender. Ela dora a liberdade, gosta de um palco e de fazer travessuras.

Quando acorda, seus cabelos estão desgrenhados, depois, aos poucos, ela os arruma. Ela não se preocupa muito com esta coisa de moda, mas umas pessoas insistem em colocá-la “dentro da moda”, pô-la em arreios. Não conseguem.

Líttera gosta de sorrir, conhece as malícias da palavra, sabe enfeitiçar, gosta do luar, do sonho, da fantasia e brinca com a realidade. Adora contar casos, suas palavras são mágicas. Por isso ela também é chamada de maga.

Líttera busca e nos faz buscá-la, às vezes, brinca de confundir, para depois explicar.

Nunca sai de nossa vida. Ora aparece em forma da palavra falada, ora em forma de palavra escrita. Líttera está em todas as partes o tempo todo.

Aliás, o que seria de nós sem ela?

Líttera é a bruxa das palavras.

PONTOS PARA AS MULHERES

mulher

Alguns dizem que nossa “cabeça” é como um grande ponto de interrogação. Será?, acho que não.

Outros dizem que, quase sempre, nossas atitudes os deixam com um ponto de exclamação sobre a cabeça. Ah!, essa não!

Dizem também que entender-nos é tão difícil quanto fazer o uso correto do ponto -e –vírgula. Uma vírgula! (Seguida de exclamação).

Pasmem! Dizem ainda que nosso olhar é felinamente transgressor como os dois pontos, sempre prontos para enumerar, citar, exemplificar. Isso vai dar o que falar!

Há ainda aqueles que dizem que sabemos como nunca dar ponto sem nó. Ah! Tenha dó! [Embora isto esteja certo, até certo ponto].

Liga não, mulher, liga não! Olha só:

O que nós somos mesmo é o ponto alto de qualquer situação, somos ponto colateral a indicar caminhos, e, para muita gente alcançar o ponto culminante na vida, somos nós, mulheres, o seu ponto de apoio, como ponto de contato entre eles e o mundo.

Ainda mais:

Somos nós, que nos momentos difíceis, nos colocamos como ponto de equilíbrio, e, ainda que todos escapem de sua vida por um ponto de fuga, lá estamos nós em nosso ponto de honra, dando apoio, mostrando nosso ponto de vista, e nos postando como um ponto de universo, acompanhando a quem amamos, porque não somos de entregar os pontos, e…ponto final.

“PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES…”

flores

Ah! Que saudades dos tempos de outrora em que as flores enfeitavam a vida e amenizavam a morte. Nos dias de hoje, até elas, tão singelas, perfumadas, serenas vão parar nos tribunais, nas cortes, logo elas que são usadas para se fazer a corte!. Tempos! Oh! Tempos!

I – Corte condena iraniano a dar 124 mil rosas à mulher

“ Uma corte iraniana ordenou que um homem desse a sua mulher as 124 mil rosas que havia prometido como dote de casamento, depois que ela moveu uma ação na Justiça para receber as flores, segundo o jornal E’temad. Hengameh afirmou que decidiu exigir o dote porque seu marido não lhe paga sequer um café. A Justiça confiscou o apartamento do marido até que ele pague a promessa à mulher, com quem é casado há dez anos.”

II – Loja desmascara adúltero que deu flores para amante

“Um homem do Estado americano do Texas, que enviou um buquê de rosas para sua amante, processou a floricultura onde comprou o presente, depois que uma das funcionárias do estabelecimento mandou o recibo do presente para sua mulher. (…) poucos dias depois chegou um cartão de agradecimento na casa do empresário, que foi descoberto pela mulher.Ela leu a mensagem do cartão que Greer enviou à amante, que dizia: “Só quero dizer que te quero e que você é tudo para mim”. Logo em seguida, a esposa de Greer ligou para o estabelecimento e pediu que lhe enviassem por fax uma cópia do recibo da compra, pelo qual comprovou a identidade da destinatária.Em resposta, a mulher decidiu reenviar a cópia do recibo ao escritório do marido e incluiu uma anotação: “Seja homem. Caso peguem você com a mão na massa não continue mentindo”.”

III – Casal quer US$ 440 mil por erro nas flores de boda

“ Um jovem casal de Nova York quer US$ 400 mil de indenização de uma floricultura que errou na cor das hortênsias encomendadas para sua cerimônia de casamento, informou nesta terça-feira a imprensa americana. Elena e David Glatt acusam a Stamos Arakas e sua mulher, proprietários de uma loja de flores no elegante Upper East Side (nordeste de Manhattan), de terem entregue hortênsias rosa chá ao invés de vermelho escuro, como haviam encomendado.O The New York Times informa que, em seu processo aberto ante a Suprema Corte de Manhattan, Tobi Glatt alega ainda que as flores estavam meio murchas e foram colocadas em vasos empoeirados e com pouca água.Além disso, a cor pastel das flores não combinava com a decoração do luxuoso restaurante Cipriani, na rua 42, onde transcorreu a recepção.A advogada do casal acusa os floristas de enriquecimento indigno. As flores custaram quase US$ 30 mil à mãe do noivo.”

(http://noticias.terra.com.br/popular/interna [Vide www.niu.com.br] )

Prospectores

Além do que já falei sobre o filme “Sangue Negro”, no artigo intitulado “Sangrando” , há mais dois detalhes que merecem destaque e um estudo mais abrangente, são eles:

Os nomes de alguns personagens* e a representação simbólica do jogo social.

I – NOMES

nomes

Daniel – o caçador de petróleo, o prospector- aquele profissional que encontra terrenos metalíferos e monta ali postos de perfuração do terreno; Eli – o caçador de “almas”, aquele profissional que encontra mentes prontas para serem moldadas e monta ali postos de perfuração mental e espiritual; Abel, Paul (o gêmeo de Eli) e Mary (família Suanday)– todos relacionados com personagens bíblicos, o que, de certa forma, acentua ainda mais que estamos diante de um confronto entre duas forças-motoras das sociedades ocidentais de quase todas as épocas: religião e dinheiro.

(*Daniel e Eli, no romance de Sinclair, são J. Arnold Ross e Eli Watkins, respectivamente)

II – REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA

xadrez

A representação simbólica dos papéis desempenhados por estas duas forças, pode ser vista por meio das peças do jogo de xadrez, uma vez que há reis, torres, bispos, cavalos e, principalmente, peões, muitos peões.

Diferentemente do jogo de xadrez, no qual a dama tem a movimentação mais poderosa de todas as peças do jogo, ela se desloca em qualquer direção, seus movimentos podem imitar quase todas as peças do jogo, no filme, a Rainha ou Dama (mulheres), representação dos papéis femininos, mostra-se anulada, conforme comportamento sócio-cultural da época.

Sangrando

rosa negraA história de “Sangue Negro” começa no ano de 1898, num lugar denominado Novo México. Numa modesta mina de prata, Daniel luta para tirar algo mais do que algumas faíscas da pedra tão dura quanto ele e consegue, encontra uma pedra preciosa. Neste ínterim, sofre um pequeno acidente, mas, com a garra dos ferozes, Daniel Plainview [brilhantemente interpretado por Daniel Day-Lewis] prossegue em sua busca pela riqueza.
Faz negócios, posa de bom moço promovendo assistencialismo e até arranja um filho, para influenciar a todos, vendendo a imagem de um excelente pai, emoldurando sua imagem pela idéia da comunhão familiar. Enfim, traça seu destino sem uma gota de escrúpulo.
A pedra brilhosa aparece, enquanto a palavra demora um pouco mais para aparecer, só se mostra cerca de 11minutos após o início do filme. A seguir um homem rasteja achando que nunca mais irá se humilhar, mas ao cruzar seu caminho com o pastor Eli Sunday[muito bem interpretado por Paul Dano que também interpreta o irmão gêmeo de Eli: Paul Sunday ]. O pastor, tão ambicioso quanto ele, em algum momento, irá expor Daniel à humilhação, publicamente. Assim é que em seu novo destino, Daniel deixará de ser um minerador para ser um prospector e uma nova história acontecerá.
.
Convenhamos que é difícil escrever-se a sinopse de um filme como “There Will Be Blood” (título original), já que o filme, simbolicamente, aponta para “pecados”capitais. O filme versa sobre a ambição desmedida, sem fazer qualquer restrição, não deixando espaço para “final feliz ou infeliz” para quem quer que seja. Escancara as portas da cobiça humana, joga em nosso colo o que podemos ser ou no que podemos nos tornar, mostrando que o desejo de conseguir ser “vitorioso” a qualquer custo se sobrepõe a todas as formas de relações e de relacionamentos, não há lugar para o amor ou para a amizade, pois a ambição envolve os espaços, penetrando em cada fenda e manifestando-se em cada gota de sangue ou em cada jato de petróleo que venham a jorrar.

Tudo nestes homens (Daniel e Eli), que se batem o tempo todo para ver quem é o mais forte, é falso. Um se mostra como pai exemplar, mas está apenas usando o filho adotivo como adorno familiar, ao passo que o outro é o falso profeta, ´desenho da fraude espiritual, ou seja, ambos exploram a fé alheia.

Desta forma, o humano isenta-se de exprimir qualquer sentimento verdadeiro, até mesmo os sentimentos elementares, ligados às questões familiares são totalmente desprezados. Assim, livre de culpas e de culpados, o homem pode eximir-se de qualquer forma de dor ou arrependimento.
E, como a energia que move os homens está centrada na ambição, na cobiça e na ganância não haverá lugar para atritos entre plano material e o plano espiritual,.uma vez que homens querem é fazer negócios, sejam negócios em relação ao petróleo ou sejam negócios relacionados à fé.
Daniel e Eli são seres gananciosos e manipuladores que só visam ao lucro; a hipocrisia é a arma de ambos e ambos são tão viscosos como o petróleo que jorra durante a maior parte do filme, como o sangue que, como o prometido no título original, irá jorrar.

VIDA

                             vida.jpg

 

Enquanto um punhado de sonhos em sua vida aflorar
E você fizer de tudo para cada um deles realizar
Você não envelhecerá

 

Enquanto o desejo de aventura e de aventurar-se
Rondar o seu caminho, deixando o sol lá brilhar
Jovem você será

 

Enquanto você conseguir afugentar os pássaros da solidão
Não deixando que estas aves coloquem ovos em seu coração
Vivo você estará

 

Enquanto você estiver pronto para vencer
Dando todo poder ao amor, à alegria e ao prazer
Nada no mundo o derrotará

 (Ao amigo Alcyrus V.P. Barreto)