DEVANEIO

Na minha memória, incrustado está o seu retrato

Que me sorri como outrora, riso de amor, de cumplicidade…

 

Atarantada, trago esta imagem aqui para fora

Jogo-a nesta tela em branco e nela nasce uma pálida lembrança

Do que já fomos

 

Eu lhe dou cores e vida, então a imagem revive na pintura

A brotar da semente de uma saudade solitária

 

Impossível tocar-lhe a face revivida

Impossível beijar-te a boca

Embora queira muito sentir seus beijos,

Embora queira a sua presença…

 

Digo a mim mesma,

– Acorda, hão de chamar-te louca

É um retrato apenas, nada mais

Beijá-lo o passado não lhe traz

 

Reluto, reflito, acordo da minha fantasia

Sei apenas que faço o que é possível:

 

– Devaneio

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