O SEGREDO e O NINJA

O Segredo e o Ninja

(autoria Sônia Moura)



Assistindo a um programa de televisão, no qual, crianças davam significações e significados a palavras,  muitas foram as definições interessantes, mas, uma delas  sobressaiu-se.

E foi sobre o significado da palavra  SEGREDO, que ouvi uma das mais interessantes definições sobre esta palavra , dada por um menininho que deveria ter de seis a sete anos.
Do alto de sua sabedoria infantil, deu-me uma lição sobre como entender a semântica da vida, de forma brilhante. Usou o que via para falar do que sentia, ou seja, de como entendia a palavra segredo, fazendo uma perfeita associação de idéias entre a palavra e a forma como nos são apresentadas as figuras dos ninjas e de seus uniformes (embora outrora fossem azul marinho ou marrom para que ficassem bem escondidnhos).

E como “O Shinobi Shozoku, ou uniforme ninja, tinha por função camuflar o ninja no ambiente, de modo a facilitar a sua “invisibilidade”, esta é, definitivamente, a melhor definição para a palavra SEGREDO.

E, como sabemos, assim como no uniforme dos ninjas, sempre há um lugarzinho por onde o segredo (ou parte dele) aparece.

Eis a fabulosa definição: 

“- Segredo é igual a um  ninja, fica tudo escondido, só fica um pedacinho de nada, bem pequenininho aparecendo.”


Ninja

Voltando à Cozinha…

Hoje eu soube que até a pobrezinha da colher de pau está condenada…

Será que não estão exagerando???

Sei não… Sei não…

Daqui a pouco, não teremos mais defesas orgânicas, pois é tanta “limpeza”, tanto “não pode”, tanto “isto faz mal” que vamos acabar doentes.

Atenção, minha gente, vamos limpar primeiro nossas mentes?

Porque, do jeito que as coisas vão…

Sei não… Sei não…

colheres de pau

ENTRE O BEM E O MAL

Leite com manga

ENTRE O BEM E O MAL

COMER MANGA E TOMAR LEITE FAZ MAL?? Antigamente, bem antigamente mesmo, manga com leite fazia mal… “Manga com leite não causa indigestão nem faz mal à saúde. Essa crença se perpetuou na história, a partir da escravidão. Os senhores de engenho inventaram o mito para impedir que seus escravos não consumissem mangas da propriedade nem tomassem o seu leite”.http://www.pgr.mpf.gov.br/pgr/saude/vc/cienciamito.htm

OVO AUMENTA O COLESTEROL?

Recentemente, bem recentemente, ovo aumentava o colesterol, fazia mal..

“ Desde a descoberta do colesterol, o ovo passou a ser considerado um vilão pois contém mais de 200 mg de colesterol em cada gema (dois terços da ingestão diária recomendada). Porém, estudos apresentados no guia de alimentação da Escola Médica de Harvard comprovaram que acrescentar mais 200 mg de colesterol por dia à alimentação eleva apenas ligeiramente os níveis de colesterol sangüíneo. ‘‘Proibir o ovo não é adequado’’, afirma a professora titular de nutrição da Universidade de Brasília (UnB), Tereza Helena da Cost.” http://www.pgr.mpf.gov.br/pgr/saude/vc/cienciamito.htm

O que faz mal? O que faz bem? Quando faz mal? Quando faz bem?

Sei não… Sei não… ovo


Sei não, mas será que  “o fazer bem e o fazer mal” estão ligados a certos interesses? SEI NÃO… SEI NÃO…

DOMINGO, BOM DIA?

Domingo

Domingo, bom dia? (Autoria: SÔNIA MOURA)

Escuro,
Frio,
Vazio.
Domingo –
Dia de festa
Ou de solidão?

Dizem que domingo
Todos estão
Com um pé na alegria
Mas,
O meu coração

Pede alegria
Ao menos neste dia

Onde está, então,
Esta tal alegria
Do domingo feliz
Que é da cor de anil
Onde está?
Quem a viu?

A alegria sumiu?
Ou
Saiu por aí
Andando ao léu?

Hoje é domingo
Cadê a alegria?
Cadê companhia?
Cadê emoção?

Por favor, quem souber,
Responda bem rápido
Para acalmar o meu coração

(Do livro POEMAS EM TRÂNSITO de Sônia Moura)

Na cozinha ou na mesa brasileira…

                     Feijão com arroz

Na cozinha ou na mesa brasileira…
(Autoria: Sônia Moura)

Antigamente, mas, nem tão antigamente assim, na cozinha ou na mesa brasileira…

· Quando se coava um café, no coador de pano, o cheiro ia longe, bem longe…
· O Café com leite tinha um gostinho bom, mas bom que só…
· O leite tinha uma nata grossa que virava manteiga, saborosa…
· Em toda casa, modesta ou não, comia-se ensopadinho, praticamente todos os dias da semana, menos domingo, claro, uma delícia…
· Um bom anguzinho também era bem-vindo às mesas brasileiras, bom…
· Podíamos fritar o ovo numa manteiguinha e regá-lo com a mesma, fantástico…
· Mais fantástico ainda, o ovo molhinho era comido com um arroz bem refogadinho, na banha e, mais recentemente no óleo, hummm….
· Após o almoço e jantar, sempre comíamos uma sobremesa, geralmente, um docinho feito em casa ou uma fruta brasileira, gostosos…
· No lanchinho da tarde, podíamos comer bolo e biscoito, todo dia, oh! Maravilha…
· Aos domingos, macarronada com bastante molho, saborosa…
· Também aos domingos, a galinha poderia ser à cabidela ou ensopada, maravilhosa…
· Desde pequenos, comíamos mingaus variados, que bom…
· Carne de porco era farta na mesa brasileira, era só pingar um limãozinho, bommm…
· Refrigerante? qual! No almoço ou no jantar,  bebíamos  um refresco gostoso, feito em casa, tempo bom…
· Em qualquer cozinha, lá estava a lata de gordura de porco com uma baita lingüiça dentro, engraçado…
· Rabada com agrião, mocotó, feijoada, não eram pecado não…
· Uma farofinha com torresmo sempre era bem-vinda, sempre…
· Feijão com arroz não era proibido, era o prato preferido, amado, dupla brasileira saborosíssima…

Agora eu pergunto: O que foi feito da cozinha nacional, se agora tudo isto (ou quase tudo )
“ faz mal”???

PERSISTÊNCIA, TEIMOSIA OU RESISTÊNCIA?

Corações

PERSISTÊNCIA, TEIMOSIA OU RESISTÊNCIA?
Nepalês abandonado 24 vezes comemora 25º casamento

[Surenda Phuyal] http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc

Ramchandra Katuwal, de 49 anos, da cidade de Sankhuwasava (a 600 quilômetros a leste da capital, Katmandu), recentemente comemorou sete anos de casamento com sua 25ª esposa, Sharada. De acordo com Katuwal, o 25º casamento tem sido uma “jornada de felicidade”.

De acordo com Katuwal, o 25º casamento tem sido uma “jornada de felicidade”. O nepalês diz que a maioria das outras mulheres com quem foi casado antes fugiu com amantes.
O carregador é muito pobre e sua pequena casa foi construída em um terreno de propriedade do governo do Nepal.
Katuwal afirma que sua constante luta contra a pobreza pode ter contribuído para a fuga das outras 24 esposas.Katuwal se casou pela primeira vez aos 26 anos, mas a primeira esposa deu início a um padrão que se repetiria várias vezes: fugiu com o amante.
“Minha segunda esposa também fugiu, e a terceira também”, afirmou o carregador.”A 24ª também fugiu, e eu decidi não me casar novamente”, conta o nepalês.Katuwal afirma que sua constante luta contra a pobreza pode ter contribuído para a fuga das outras 24 esposas.

RESISTÊNCIA

Vejam a persistência do senhor Ramchandra Katuwal: casou-se 25 vezes, isto depois de ser abandonado, traído por suas ex-mulheres e trocado por outros 24 vezes, isto mesmo, vinte e quatro vezes.
Desta vez, diz ele, o casamento é uma “jornada de felicidade”.Mas…Observem o nome da esposa do senhor Ramchandra: Sharada. Para nós, falantes da língua portuguesa, foneticamente, não há diferença entre o nome da senhora Katuwal e a palavra charada, que, em bom português, significa: engima, portanto, como se diz cá na terrinha: Senhor Ramchandra, abra o olho!!!

www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc – VIA – WWW.NIU.COM.BR

(Má)drasta!!???

Madrasta de garotos esquartejados é indiciada por homicídio
Por Luísa Brito – Do G1, em São Paulo 

Garotos foram mortos na sexta-feira (5) em Ribeirão Pires, na Grande SP. 

A madrasta dos garotos asfixiados e esquartejados em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, foi indiciada nesta segunda-feira (8) por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O pai das crianças ainda será interrogado oficialmente pela Polícia Civil. Os dois tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias.

O pai das crianças ainda será interrogado oficialmente, mas segue preso.

[http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo – VIA – www.niu.com.br]

madrasta

Será que os criadores dos CONTOS DE FADAS estavam certos?

Eu sei que não, pois já conheci madrastas que são BOASdrastas, ou melhor, ÓTIMASdrastas, pelo menos, as madrastas das  histórias que conheço, estas são, verdadeiramente, mães.

A verdade é que estas (má)drastas e estes “pais”(???), que matam, asfixiam, esfolam, esquartejam crianças  ou as  jogam pela janela,  são pessoas do mal, e, em qualquer circunstância, cometeriam crimes bárbaros .

Esta gente não tem alma, são ocos, sem coração e sem miolos, usam máscaras. São tristes fantasias de seres humanos, nem chegam aos pés de qualquer animal, dito irracional.

Ah! só Deus para apiedar-se destas almas perdidas. 

                                                                                                       Camaleão

(IN)VERSOS

(IN)VERSOS                                   ESPELHO

(Autoria: SÔNIA MOURA)

Quando te vi com outra,
O meu silêncio,
Navegando na contra-mão da história,
Ampliou em mil meus sentimentos,
Embaralhando palavras em minha memória.

Magoada, recolhi-me, então,
Dentro de uma concha,
Que se fechou por inteiro.
Ferida, não produzi pérolas,
Só fiz brotar um enorme espinheiro.

Triste, passei de borboleta à lagarta,
Voltei ao casulo e não pude mais voar.

Perdida, qual um navio à deriva,
Ancorei na terra, não no mar.

Ferida, fiz-me pássaro acuado
Largado num canto qualquer,
Com sangue a colorir a plumagem
Tentei cantar, não consegui uma nota sequer.

Esta era a minha imagem?

Procurei meu corpo, não encontrei,
Procurei minh’alma, também não,
Num espelho espatifado,
Onde o côncavo tomava o lugar do convexo
Vi um rosto mal formado
Meu olhar perplexo, me perguntava:

Onde me encontrar então?
No ontem, no amanhã ?
Nos escombros dos desertos?

Uma voz mansa sussurrou aos meus ouvidos:
Você está nestes versos, inversos.
(Do livro POEMAS EM TRÂNSITO de SÔNIA MOURA)

GIRASSOL

DEUSA HUMANA

AFRODITE

Deusa humana

(Autoria: SÔNIA MOURA)

Quero ser Afrodite,
Nascida da espuma
Que vem do seu desejo.
Quando seu olhar me atravessa
O corpo, minh´alma transborda-se
Em paixão, em vontades, em promessa.
Quando seu corpo levemente toca o meu,
Estremeço e sei que, se um dia eu tiver em seus
Braços, desfrutando de seus gostosos e sensuais abraços.
Dispensarei até mesmo o meu fino cinto dourado, encantado.
Sei que você é meu amado, e quero amar você apaixonadamente,
Apaixonado-me amorosamente, dispensarei, a seguir, o frívolo amor,
Que a sensualidade venha encantar-me e sufocar-me com seus beijos.
Quando você, mansamente, tocar partes do meu corpo, me entregarei toda
E a espuma branca de onde vim, invadirá a parte mais quente do meu corpo,
Assim, hoje, deliro ao pensar no dia em que seremos corpo e alma,sonho,
Desejo e paixão, e neste dia, serei sua Afrodite, então.

{Do livro POEMAS EM TRÂNSITO de SÔNIA MOURA}

sonhos de Afrodite

AFRODITE E AS ROSAS

AFRODITE E AS ROSAS                                rosa tatuada


(Autoria: SÔNIA MOURA)
Carregava nos braços as marcas de um tempo em que em seu leito, tal qual o leito de um rio, via passar encantos e encantadores de ilusão, sobre o seio esquerdo trazia uma tatuagem de Afrodite carregando um ramo de rosas e dizia que representava o viço das rosas transportadas por beijos de amantes. Não se importava nem um pouco com as faladeiras do bairro, sentia-se livre, enquanto bailava pelo salão, presa nos braços dos rapazes e solta nos braços da alegria.
Agora, concentrou-se e deixou fluírem as imagens do passado que brincavam em seus olhos, estas imagens eram a sua antiga realidade, eram o seu sonho de ontem e sua saudade de hoje. Aqueles tempos remotos estavam sobrepostos, se decompondo e se recompondo em linguagem poética. Ah! Se as palavras fossem capazes de traduzir aquela saudade e aquela alegria, que agora viviam às margens do seu rio de lembranças, perdidas em labirintos da memória, agora dissolvida pelo tempo.
Emocionada, voltou no tempo e pisou naqueles mesmos caminhos. Por que afastara aquele homem de sua vida? O retrato dele sempre preso na lembrança, enraizado no invisível mais visível que existe – enraizado na saudade.
Doidivanas, era o que diziam dela, mas tinha consciência, tinha limites. Estava mesmo apaixonada por ele, mas nem toda paixão e poesia ofuscaram, para ela, a realidade. No momento que a paixão começou a aflorar, Murilo também começava a trilhar um caminho de muito futuro nos negócios e na política, e a amada sabia que ele largaria tudo por ela, então, largou-o primeiro, antes que toda a estrutura de futuro dele ruísse.
Sumiu no mundo, criou a impossibilidade de comunicação, ganhou novos rumos. Tudo agora era muito enigmático, abreviava a dor lendo Nietzsche, de onde tirava clareza e sentido para sua vida, que agora era apenas a metáfora do passado.
Precisava renegar o passado, assim o fez. Ele era tão jovem, ela também, mas já sabia de que somos capazes por amor. E eles estavam enamorados. Não podia ser mesquinha, ou tudo podia se complicar para ele.
Uma metamorfose obtida por meio de operações plásticas, a fez morrer para seu antigo mundo, mas por um bom tempo, sozinha no quarto, continuava procurando seu rosto no espelho. Agora, em sua vida, precisava equilibrar-se entre dois planos, para poder tocar o passado e anular o presente, só assim poderia crer no futuro. Não importava o tempo, desde que continuasse a identificar no centro das coisas, sua imagem fundamental: Murilo.
Considerava seu passado como um baú inviolável, seu presente era límpido, suas emoções eram relembrar o passado e sonhar com um futuro, no qual a luz da tarde, suave não permitiria a ninguém recusar qualquer encanto, todos viveriam plenamente seus sonhos.
Só pedia que lhe fosse dada a oportunidade de realizar uma última contemplação: ver, mesmo que ao longe, aquele que sempre fora seu amado. À primeira vista, este desejo íntimo parecia impossível, mas, como não se foge do destino e nas mãos dele todos somos joguetes … Deixou-se levar pelo sonho.
Larissa, uma das poucas amigas de Angélica, adorava bater papo pela internet. Um dia, convenceu Angélica a brincar também. Inicialmente ela recusou, mas depois começou a papear com “Cavaleiro Audaz”, gostou e prosseguiu. O “Cavaleiro” perguntou se ela gostava de poemas, diante do sim, ele escreveu: “Com que palavras ou beijos ou lágrimas/ se acordam os mortos, sem os ferir”. O passado voltava nestes versos. Lágrimas desceram pelo rosto transformado de Angélica. O autor, quem era mesmo?, perguntou ao Cavaleiro Audaz.
Ele prometeu que pessoalmente diria à “Poliana” o nome do autor. Combinaram que ela levaria uma rosa amarela na mão direita e ele, um buquê de rosas vermelhas. Marcaram o encontro para domingo.
No decote, Afrodite sorria.

[Do livro MINIMAMENTE CRÔNICAS de SÔNIA MOURA]