O TRÊS PATAS

O TRÊS PATAS  (Autoria: Sônia Moura)

Eu não sei seu nome, nem onde ele mora. Terá um dono? Não sei nada sobre ele, mas uma coisa é certa o Três Patas é feliz.

Três Patas (este é o nome que lhe dei) é um vira-lata de cor preta e com carinha de inocente, e, claro, falta-lhe uma das patas traseiras. Ele é uma graça!

Três Patas não mexe com ninguém e nem com outros cachorros, só chega perto se for para brincar. Três Patas não pede piedade, mas adora um carinho. Cão esperto!

Vejo-o correndo pelas areias de Copacabana, entre o posto dois e o posto três, feliz, todas as manhãs.

Sim, ele é um cão alegre, se vê no rosto, se vê no jeito.
Alguns cães têm medo da água, Três Patas não, ele se joga n´àgua e se esbalda, e, driblando sua deficiência, corre, pula, vai à água, é um prazer vê-lo solto, liberto, na rua, nas areias ou no calçadão.

Esta liberdade e esta força de Três Patas nos faz pensar que a vida merece ser vivida, e nós, animais de “duas patas”, temos muito a aprender com este exemplo.

Três Patas – você é meu super-herói!

Três Patas

SORRIA, BRASIL, SORRIA!

SORRIA, BRASIL, SORRIA!

Levantamento indica que 58% dos brasileiros não têm acesso adequado a escovas de dente



http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/03/09/


BRASÍLIA – Um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde indica que, em 2008, 58% da população brasileira não tinha acesso adequado a escovas de dente. O número inclui pessoas que usaram o produto de forma esporádica ou inadequada – quando o uso da mesma escova é feito por um período muito prolongado – e também brasileiros sem acesso algum. 

De acordo com o coordenador nacional do programa Brasil Sorridente, Gilberto Pucca, a não-utilização de escovas de dente no país é mais comum do que se imagina. Em entrevista à Agência Brasil, ele alertou que praticamente todas as capitais brasileiras apresentam índices de acesso zero ao produto. 


É sabido que uma das formas de se avaliar a saúde de uma população está na boca.

É a qualidade bucal, especialmente dos dentes, que mostra se a população faz a higiene bucal, adequadamente, potanto, preserva sua saúde e mostra que a educação e higiene existe..
Quando lemos que 58% da população dos brasileiros não tem acesso adequado a escovas de dente, instrumento básico para a saúde bucal, imagina pensar-se que este número de brasileiros tem direito ao consultório dentário?

 

Segundo a reportagem: “ Atualmente, o Ministério da Saúde possui 18 mil equipes de saúde bucal dentro do programa Saúde da Família, além de mais de 650 centros especialiazdos dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). A meta do governo é, até o final de 2009, incorporar kits compostos por escova e pasta de dente em 100% das equipes de saúde bucal – mil kits por equipe.”

Parece que estamos despertando para a importância que os cuidados com os dentes têm para o bem de todos.

Brasil, seu povo precisa sorrir de verdade e com saúde.

sorriso

MULHER, SEMPRE MULHER!

                                                                                      MULHER

MULHER, SEMPRE MULHER! (Autoria: Sônia Moura)

Até um dia desses, eram somente as mulheres que faziam as comidas mais gostosas, eram elas que se equilibravam para esticar o orçamento doméstico, para não deixar a família sem as refeições diárias e ainda faziam o dinheiro render para preparar comidinhas especiais para o final de semana. Elas eram cozinheiras.

Até um dia desses, eram somente as mulheres que costuravam as roupas para a família, eram elas que se equilibravam para esticar o orçamento doméstico, para não deixar a família sem a vestimenta diária, e ainda faziam o dinheiro render para fazer roupas especiais para o final de semana. Elas eram costureiras.

Até um dia desses, eram somente as mulheres que faziam os docinhos e o bolo para as festas em família: aniversários, batizados e casamentos, eram elas que se equilibravam para esticar o orçamento doméstico, para não deixar a família sem as alegrias e as comemorações merecidas, e ainda faziam o dinheiro render para fazer os melhores doces e bolos para que, ao final da festa, todos estivessem felizes. Elas eram doceiras.

Até um dia desses, as mulheres cuidavam de tudo e todos em família. As tarefas citadas são apenas exemplos do muito que a mulher fazia/faz.

É preciso ressaltar que, nos castelos de séculos passados, os homens eram os principais cozinheiros, doceiros e costureiros reais, no entanto, é bom lembrar que cozinhar, costurar para a corte, para a nobreza, sempre foi/é sinônimo de prestígio social. Possivelmente, esta é a razão pela qual eram homens e não as mulheres a ocuparem estes cargos nos castelos.

Embora em alguns casos, os homens dividam e participem das tarefas domésticas, até os dias de hoje, as mulheres são as principais responsáveis pelo bem estar de suas famílias.

E mais, nos dias de ontem e de hoje, as mulheres desempenham outras funções, elas foram/são professoras, educadoras, economistas, administradoras, enfermeiras, médicas, psicólogas, decoradoras, embaixadoras (e outras profissões).

Tenho observado que, atualmente, em programas que falam sobre a vida doméstica, a mídia televisiva tem colocado em destaque a imagem masculina, e, as principais estrelas de programas, são homens: cozinheiros – denominados CHEFES DE COZINHA – ; costureiros –denominados ESTILISTAS – ; doceiros – denominados BANQUETEIROS -.

Estes homens são modelos de como se desempenha bem esta ou aquela função doméstica. Eles são endeusados, aclamados, alguns têm fama e vida de artista, além de receberem altos salários. Embora, em número infinitamente menor, algumas mulheres quebrem estas correntes sócio-culturais e passem a fazer parte destes seletos grupos.

Os tempos mudaram, dirão alguns, homens e mulheres caminham juntos (oxalá!), dirão outros, mas esta observação que faço, prende-se ao fato de que, a bem da verdade, as mulheres sempre desempenharam estas mesmíssimas funções, o que sempre lhes faltou foi o reconhecimento social, pois, a partir do momento em que a cozinheira deu lugar ao chefe de cozinha; a costureira deu lugar ao estilista e a doceira deu lugar aos banqueteiros, o foco foi direcionado para outra imagem –  a imagem masculina.

Tudo isto porque ainda existe o ranço de que, se há reconhecimento social, por exemplo, remuneração, o homem deverá vir em primeiro lugar, basta comprovarmos as disparidades salariais existentes entre o que recebe a mulher e o que recebe o homem, até os dias de hoje.

Mas resta uma alternativa à mulher, continuar lutando pelo merecido reconhecimento social, sem nos afastarmos o nosso lado feminino; sendo guerreiras sem afastarmos de nós o nosso lado protetor e materno, sendo cozinheiras ou chefes de cozinha, sendo costureiras ou estilistas, sendo doceiras ou banqueteiras, educadoras, economistas, médicas, psicólogas ou desempenhando qualquer outra profissão, não nos esqueçamos de sermos MULHERES, SEMPRE MULHERES!

DURA LEX!

DURA LEX


Inglês leva multa de R$ 450 por dirigir carro com placa ‘beijos’Graham Moore corria o risco de pegar até cinco anos de prisão.
Placa do carro foi alterada para se ler bisous (beijos em francês).

[http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro.html]

O britânico Graham Moore, de 60 anos, que conduzia um carro com uma placa modificada para ler “beijos” em francês, foi multado em 150 euros (cerca de R$ 450) por um tribunal francês na quinta-feira (5).

Graham Moore, quer mora no condado de Yorkshire, no norte da Inglaterra, corria o risco de pegar até cinco anos de prisão por dirigir com uma placa que foi alterada de B18OUS para Bisous (beijos em francês).beijos

Claro que “DURA LEX, SED LEX!”, mas achei demais a pena imputada a este cidadão, apenas por conta de BISOUS (BEIJOS), que geralmente são a representação do amor, da paixão, da alegria, do prazer, da sensualidade, da doçura. Tenham paciência…

Já sei que muitos dirão, lá não é como aqui, onde  tudo vale. Será?

Bem, como para um texto há diversas formas de leitura, pode ser que as autoridades locais tenham entendido que estes beijos eram beijos de traição, iguais àquele que Judas deu em Jesus.

É só pode ser isto!

LEI

AS BRUXAS SÃO MÁS?

Ao nos lembrarmos do que sempre ouvimos e vimos em filmes ou lemos em histórias infantis,  ao lermos as breves informações sobre “as bruxas”, fica a pergunta:

AS BRUXAS SÃO MÁS?   (Autoria: SÔNIA MOURA)

O vocábulo “Bruxa” é de origem desconhecida, provavelmente de origem pré-Romana. No entanto existe uma provável relação com os vocábulos proto-celtas: *brixtā (feitiço), *brixto- (fórmula mágica), *brixtu- (magia); ou o Gaulês: brixtom, brixtia do qual deriva o nome da deusa Gaulesa Bricta ou Brixta.
Na origem, as bruxas eram mulheres sábias, detentoras de conhecimentos sobre a natureza e, possivelmente, magia, além de serem mulheres muito independentes.

Com o tempo, por influências diversas, as bruxas passaram a ser retratadas, pelo imaginário popular, como mulheres velhas e encarquilhadas, elas também passaram a ser consideradas exímias e contumazes manipuladoras de Magia Negra.

A estes estereótipos, foram acrescentados, pelas crendices populares, habilmente manipuladas, outros estereótipos ligados ao perfil físico: cabelos desgrenhados, narizes disformes com uma enorme verruga, andar curvado, dentes desencontrados ou podres, roupas pretas, esfarrapadas e com uma gargalhada terrível.

Até ao século XIII,  a Igreja não condenava severamente as crendices populares, entre elas a idéia dos poderes das nulheres, especialmente as consideradas “bruxas”. Mas, nos século XIV e XV, o conceito de práticas mágicas, heresias e bruxarias se confundiam no julgo popular, graças à ignorância e as manipulações religiosas.
Foi exatamente a partir da primeira Inquisição que a iconografia cristã passou a representar o “Arcanjo Decaído”, não mais como um arcanjo, mas com a aparência de deuses pagãos, como Pã e Cernunnos. Tal fato levou, séculos após, à suposição de que bruxas eram adoradoras do demônio, portanto deveriam ser condenadas.

Então,  em 1326, o Papa João XXII autorizou a perseguição às bruxas sob o disfarce de heresia.

Assim é que, na Aquitânia (1453) quando uma epidemia provocou muitas mortes, estas foram imputadas a mulheres da região, de preferência, as muito magras e feias.

Em 1484, o Papa Inocêncio VIII promulgou a bula Summis desiderantes affectibus, “confirmando”, por meio deste texto, a existência da bruxaria.

Em 1486 com a publicação do Malleus maleficarum (“Martelo das Bruxas“), intensificou-se a caça às bruxas, pois, mais do que as obras anteriores, esta obra associava a heresia e a magia à feitiçaria.

A Caça às Bruxas foi uma perseguição social e religiosa que começou no final da Idade Média e atinge seu apogeu na Idade Moderna.

No passado os historiadores consideraram a Caça às Bruxas européia como um ataque de histeria supersticiosa que teria sido forjada e espelhada pela Igreja Católica. Seguindo essa lógica, era “natural” supor que a perseguição teria sido pior quando o poder da igreja era maior, ou seja: antes da Reforma Protestante dividir a cristandade ocidental em segmentos conflitantes. Nessa visão, embora houvesse ocorrido também julgamentos no começo do período moderno, eles teriam sido poucos se comparados aos supostos horrores medievais. Pesquisas recentes derrubaram essa teoria de forma bastante clara e, ironicamente, descobriu-se que o momento mais forte da histeria contra as bruxas ocorreu entre 1550 e 1650, juntamente com o nascimento da celebrada “Idade da Razão”.

A “Caça às Bruxas” na Europa começou no fim da Idade Média e foi um fenômeno religioso e social da Idade Moderna.

A situação assumiu tamanha dimensão, também, devido a maus perídos para a prática  agrícola e às muitas  epidemias, que assolaram as populações, resultando elevada taxa de mortalidade, alimentando  as supertições e aumentando o medo.

Então, todos os males foram atribuídas às bruxas e a maior parte das vítimas deste massacre foram julgadas e executadas entre 1550 e 1650.

O número total de vítimas ficou provavelmente por volta dos 50 mil, sendo 75% mulheres e  cerca de 25%, homens.

Entre os episódios maléficos atribuídos à bruxaria, por exemplo, casos de pessoas “endemoniadas”, na verdade, segundo estudos recentes, na verdade todos teriam sido de intoxicação, provocada por um fungo.

O agente causador  era um fungo denominado Claviceps Purpurea, um contaminante comum do centeio e outros cereais. Este fungo biossintetiza uma classe de metabólitos secundários conhecidos como alcalóides do Ergot e, dependendo de suas estruturas químicas, afetavam profundamente o sistema nervoso central.

Ao comerem pão de centeio (o pão das classes mais pobres), contaminado com o fungo,os camponeses   eram envenenados e desenvolviam a doença, atualmente denominada de ergotismo.

Em alguns casos, também verificou-se alegações falsas de prática de “bruxaria” e de estar “possuído pelo demônio”, com o fim de se apropriar ilicitamente de bens alheios. Outra forma era a recusa de mulher em relação ao desejo masculino, também poderia ser uma forma de vingança.

Neste breve relato, vemos que qualquer “real” pode ser criado, todos podemos ser manipulados, se permitirmos que a  ignorância tome o lugar do pensar  sobre o que nos dizem ou nos mostram.
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A ROSA ISMÁLIA

                                                            ROSA

A ROSA ISMÁLIA (Autoria: Sônia Moura)

O som de uma harpa tocava a suavidade da tarde, Rosa sonhava …
De seus olhos e de seus pensamentos, de luas distantes pulava o forasteiro que marcara a sua vida.
O fato aconteceu numa noite fria, assim como estava a sua alma nesta quente noite de verão.

Sua alma sofria.
Mas, este sofrer estava misturado ao prazer das lembranças. Era uma mistura de mágoa e saudade que tomava conta das viagens de Rosa.
E, assim, flutuando entre a tristeza e a alegria, o espectro da menina em flor fazia seus passeios na lua e em mundos encantados.Mas, de vez em quando, a mulher parava nas pontas de uma estrela para descansar, porque estas viagens multifacetadas cansavam.
Quando aportava em estações de alegria, seu olhar sorria e ao enveredar por florestas sentia o sabor daqueles beijos, enquanto os sons dos pássaros traziam aos seus ouvidos a voz do amado que se fora para nunca mais voltar.
Em outros momentos, sentia-se como rosa desfolhada, jogada no meio de um jardim, ela, a Rosa que ouvira dele a certeza do amor eterno, ainda podia sentir o calor daquelas mãos, daqueles braços que a apertavam com toda força e suavidade.
Era noite de lua cheia e limpa, uma noite com cheiro de esperança, este aroma que sempre se quer sentir.
Mesmo nesta noite sombria, sentia o hálito do amado a fazer romaria em seus pensamentos. Nestes instantes seus olhos enchiam-se de lágrimas em forma de lírios suaves e brancos como o luar.
Como doía esta saudade feita de luas pálidas e dos cânticos encantados das sereias. Estas luzes e sons faziam soluçar o coração ainda apaixonado por aquele que se fora para tão longe, num enorme balão azul.
Por que ele partira sem dizer adeus? Por que a deixara aqui com pássaros aprisionados em meus pensamentos, a cantar e a clamar por liberdade? Por quê? Por quê?

Estas eram perguntas que martelavam a dor da ausência de uma flor perdida no jardim de lembranças.
No hospital psiquiátrico, Rosa, a flor abandonada, agonizava perdida em seus sonhos e, seguindo a luz do luar, flutuava entre lírios, dálias, margaridas e jarmins, à espera da súbita presença do ser amado.
Rosa era o retrato de Ismália, aquela moça do poema de Alphonsus de Guimaraens…

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar…
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar…

(…)

(Do livro: SÚBITAS PRESENÇAS de Sônia Moura)

CINZAS

                         CINZAS

CINZAS (Autoria: Sônia Moura)

É quarta-feira, mas não uma quarta-feira qualquer, é quarta –feira de Cinzas. Acabou o carnaval, tiramos as fantasias, tiramos as máscaras, calaram-se os tambores, tamborins, agogôs e pandeiros. Descansam a passita, a porta-bandeira e o mestre-sala, descansa o folião de rua.

Que bom seria se todos tirássemos nossas máscaras cruéis da hipocrisia e dos preconceitos, mas que deixássemos, o ano todo, as máscaras dos palhaços, dos médicos, dos personagens, que se apresentam em seus respectivos palcos, para o bem de todos.

É quarta-feira de Cinzas só não vale deixar  virarem  cinzas nossos sonhos, nossas fantasias, nossas ilusões, nossas esperanças e nossas certezas.

Agora começa, de fato, o ano novo, então: FELIZ ANO NOVO!

CINZA

VIVA O CARNAVAL CARIOCA!

VIVA O CARNAVAL CARIOCA!

Carnaval Carioca

Se todos os blocos carnavalescos da cidade do Rio de Janeiro, desfilassem concentrados num único lugar, como fazem as escolas, creio que o número de participantes iria calar vozes, que insistem em dizer que, na minha cidade maravilhosa, não há mais carnaval de rua.

Uma das marcas do povo carioca é a criatividade, especialmente no carnaval, basta vermos os nomes dos blocos, que saem às ruas, arrastando multidões, dando alegria ao povo carioca e a quem nos visita, para desmentir o que andavam dizendo por aí.

Só para ilustrar aqui vão alguns nomes de blocos de vários bairros do Rio de Janeiro:

CORDÃO DO BOLA PRETA

MONOBLOCO

SUVACO DE CRISTO

IMPRENSA QUE EU GAMO

BAGUNÇA MEU CORETO

BLOCO REGULA, MAS LIBERA

NEM MUDA, NEM SAI DE CIMA

SACO DO NOEL

CUTUCANO ATRÁS

BLOCO SE BENZE QUE DÁ

VEM, CAMINHA JUNTO!

QUEM NUM GÜENTA BEBE ÁGUA

LARGA A ONÇA, ALFREDO

VEM NI MIM QUE EU SOU FACINHA

ROLA PREGUIÇOSA

BLOCO DO BECO DO RATO

SE NÃO QUER ME DAR, ME EMPRESTA

CACHORRO CANSADO

BABAÇU ABUNDA E A CERVEJA TAMBÉM

BOI TOLO

VOLTA, ALICE

MEU BEM, VOLTO JÁ!

SÓ DÁ PRA VER O QUE VAI DAR

SE ME DER, EU COMO!

LARGO DO MACHADO, MAS NÃO LARGO DO COPO

FILHOS DE BAMBI

ME BEIJA QUE SOU CINEASTA

Deuses, Santos, Orixás, salvai-nos do olho gordo! Viva o carnaval carioca!

Carnaval carioca

ALUCINADAMENTE

                     fANTASIA

ALUCINADAMENTE (Autoria: Sônia Moura)

No movimentado rio da ilusão
Uma estrela matutina
Iluminava a vida
E em sua claridade se multiplicava minha paixão

No encapelado mar da ilusão
Uma vitória-régia colorida
Enfeitava a vida
E em sua beleza se aninhava meu coração

No agitado céu da ilusão
Uma nuvem prateada
Abrilhantava a vida
E em sua suavidade se mostrava minha emoção

Na agitação da terra-carnaval
Um Pierrot apaixonado
Encantava a vida
De uma Columbina enfeitiçada
Que envolvida pela fascinação da fantasia
Deixou- se levar pela folia
E, alucinadamente,
Entregou-se à paixão
Enquanto na avenida
Sambava a desilusão.

(Do livro POEMÁGICA de Sônia Moura)

JÁ (NÃO) ERA CARNAVAL

 cARNAVAL

JÁ (não) ERA CARNAVAL (Autoria: Sônia Moura)

À procura da dimensão secreta da vida, Bela, alheia à sua dura realidade, preferia viver a realidade fictícia, a realidade recriada pela liberdade das fantasias.

Equilibrando-se sobre as barras da esperança, há alguns carnavais, Bela fantasiava-se de mulher misteriosa, isolava os seus pesadelos e deixava-se levar pelos mistérios. Ela só se permitia viver sob a luz dos mistérios e da liberdade, nos dias de carnaval.

Nestes dias, uma profunda revolução tomava conta dos  sonhos de Bela, ela  se libertava de seu recolhimento emocional e passava a acreditar na felicidade, no amor, na alegria e, principalmente, em todos os seus poderes de fêmea.

Ia para a rua sozinha, mas sentia-se plena, acompanhada por um séquito de homens a seus pés.

Máscaras variadas e muito bem confeccionadas cobriam-lhe a face não tão privilegiada assim, seu corpo ficava escondido, mas tão à mostra que olhos sequiosos buscavam penetrar-lhe a armadura dos tecidos finos e brilhantes.

Soltava-se por ruas e avenidas, provocava com a sensualidade demoníaca e com olhar angelical; era Cinderela, Desdêmona, Capitu, Madame Bovary. Era uma e era mil.

Príncipes, Sapos, Otelos, Iagos e Bentinhos tentavam desvendar-lhe o segredo, mas Bela seguia seu caminho e o destino por ela recriado, sem revelar-se a nenhum deles.

Continuava pisando em seu chão de algodão, enquanto seu coração pedisse. Assim, no embalo da alegria, cantava o amor, dava-se ao amor, sempre pelo poder das máscaras.

E foi como Cinderela que Bela se perdeu no tempo e fez-se eterna rainha do carnaval, fez-se senhora do destino, do sonho e da fantasia, e, embora o relógio marcasse meia-noite e o fim do espetáculo, Bela continuou mergulhada em suas fantasias  e nem percebeu que já (não) era carnaval.

(Do livro SÚBITAS PRESENÇAS de Sônia Moura)