MULHER, SEMPRE MULHER!

                                                                                      MULHER

MULHER, SEMPRE MULHER! (Autoria: Sônia Moura)

Até um dia desses, eram somente as mulheres que faziam as comidas mais gostosas, eram elas que se equilibravam para esticar o orçamento doméstico, para não deixar a família sem as refeições diárias e ainda faziam o dinheiro render para preparar comidinhas especiais para o final de semana. Elas eram cozinheiras.

Até um dia desses, eram somente as mulheres que costuravam as roupas para a família, eram elas que se equilibravam para esticar o orçamento doméstico, para não deixar a família sem a vestimenta diária, e ainda faziam o dinheiro render para fazer roupas especiais para o final de semana. Elas eram costureiras.

Até um dia desses, eram somente as mulheres que faziam os docinhos e o bolo para as festas em família: aniversários, batizados e casamentos, eram elas que se equilibravam para esticar o orçamento doméstico, para não deixar a família sem as alegrias e as comemorações merecidas, e ainda faziam o dinheiro render para fazer os melhores doces e bolos para que, ao final da festa, todos estivessem felizes. Elas eram doceiras.

Até um dia desses, as mulheres cuidavam de tudo e todos em família. As tarefas citadas são apenas exemplos do muito que a mulher fazia/faz.

É preciso ressaltar que, nos castelos de séculos passados, os homens eram os principais cozinheiros, doceiros e costureiros reais, no entanto, é bom lembrar que cozinhar, costurar para a corte, para a nobreza, sempre foi/é sinônimo de prestígio social. Possivelmente, esta é a razão pela qual eram homens e não as mulheres a ocuparem estes cargos nos castelos.

Embora em alguns casos, os homens dividam e participem das tarefas domésticas, até os dias de hoje, as mulheres são as principais responsáveis pelo bem estar de suas famílias.

E mais, nos dias de ontem e de hoje, as mulheres desempenham outras funções, elas foram/são professoras, educadoras, economistas, administradoras, enfermeiras, médicas, psicólogas, decoradoras, embaixadoras (e outras profissões).

Tenho observado que, atualmente, em programas que falam sobre a vida doméstica, a mídia televisiva tem colocado em destaque a imagem masculina, e, as principais estrelas de programas, são homens: cozinheiros – denominados CHEFES DE COZINHA – ; costureiros –denominados ESTILISTAS – ; doceiros – denominados BANQUETEIROS -.

Estes homens são modelos de como se desempenha bem esta ou aquela função doméstica. Eles são endeusados, aclamados, alguns têm fama e vida de artista, além de receberem altos salários. Embora, em número infinitamente menor, algumas mulheres quebrem estas correntes sócio-culturais e passem a fazer parte destes seletos grupos.

Os tempos mudaram, dirão alguns, homens e mulheres caminham juntos (oxalá!), dirão outros, mas esta observação que faço, prende-se ao fato de que, a bem da verdade, as mulheres sempre desempenharam estas mesmíssimas funções, o que sempre lhes faltou foi o reconhecimento social, pois, a partir do momento em que a cozinheira deu lugar ao chefe de cozinha; a costureira deu lugar ao estilista e a doceira deu lugar aos banqueteiros, o foco foi direcionado para outra imagem –  a imagem masculina.

Tudo isto porque ainda existe o ranço de que, se há reconhecimento social, por exemplo, remuneração, o homem deverá vir em primeiro lugar, basta comprovarmos as disparidades salariais existentes entre o que recebe a mulher e o que recebe o homem, até os dias de hoje.

Mas resta uma alternativa à mulher, continuar lutando pelo merecido reconhecimento social, sem nos afastarmos o nosso lado feminino; sendo guerreiras sem afastarmos de nós o nosso lado protetor e materno, sendo cozinheiras ou chefes de cozinha, sendo costureiras ou estilistas, sendo doceiras ou banqueteiras, educadoras, economistas, médicas, psicólogas ou desempenhando qualquer outra profissão, não nos esqueçamos de sermos MULHERES, SEMPRE MULHERES!

Um comentário sobre “MULHER, SEMPRE MULHER!

  1. Elisabete Pessoa disse:

    Adorei, você disse tudo que realmente acontece. A mulher, infelizmente, tem sempre um papel menor na sociedade, e cabe a nós tentar mudar essa visão tão machista, não pelo viés feminista, mas pela igualdade que a humanidade nos aproxima um dos outros, homem e mulher.
    Sônia, não sei se você lembra de mim (A loira do cabelo cheio, nova no grupo). Corrigi o vestibular da Uerj, agora em dezembro, e tomamos uma “biribinha”, num pé sujo, lá em Vila Isabel, no último dia. Acabei perdendo teu blog, então pedi a Sueli. Visitarei sempre seu blog. Beijão. Bete

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