A PORTA SE ABRIU…

                Porta

A Porta se abriu… (Autoria: Sônia Moura)

Era como se Elka estivesse em pleno deserto, um calor insuportável, a boca seca, a sede e a solidão consumindo suas entranhas. Sozinha, era assim que se sentia, embora bastasse olhar pela janela para ver o mar de gente que seguia em direção à praia, para assistir a um show.

A noite vinha chegando com seu vestido de tule azul acinzentado, quando, de repente, um pássaro pousa em sua janela e começa a entoar uma suave canção.Pôde observar que a ave trazia um guizo dourado preso na perninha direita. Seria ele um pássaro ensinado?

O canto parou e ela ouviu uma voz mansa, a dizer-lhe baixinho: – Levanta daí, anda, o mundo te espera! Estaria delirando, pensou Elka, ali só estavam ela e o pássaro com o guizo dourado, então aquela voz só podia ser do passarinho amarelo.

A moça remexeu-se de um lado para o outro, puxou a coberta, pois a noite já ia alta com seu vestido esvoaçante e seus sete véus dos sonhos.

O tempo passava, o conselho da ave avultava-se e, aos poucos, Elka ia-se libertando de suas próprias garras, dando novos rumos à sua vida. Abriu uma pequena empresa de docinhos caseiros, adoçou sua vida e a dos outros, pintou os cabelos, voltou a sorrir e a cantar.

Elka foi abrindo portas e clareando o seu destino. Um dia, a porta do elevador se abriu e Frank sorriu para ela, a moça devolveu-lhe o presente, e pensou: – Esta porta não fui eu quem abriu.

Outra vez ouviu a voz do pássaro amarelo: -Ledo engano, ledo engano, Elka.

A moça adormeceu entre sorrisos.

(Do livro: SÚBITAS PRESENÇAS de Sônia Moura)

ANO NOVO, VIDA NOVA

Ano Novo, Vida Nova (Autoria: Sônia Moura)

No movimentado rio da ilusão
Uma estrela matutina
Iluminava a vida
Enquanto sua claridade
Anunciava o ano que chegava
E espalhava sorrisos
Prometendo vida nova

O ruído do champanhe e dos fogos
Que espocaram na noite anterior
Ainda ecoavam por ali

Mesmo na manhã cinzenta
O brilho dos sonhos se destacava
Pois o novo ano prometia vida nova

Num canto, a rotina espreitava
No outro, a esperança se agitava
E no centro da roda,
A ilusão, os sonhos e a realidade
Se encaravam
Todos sabiam que na manhã seguinte
A rotina da vida iria retornar
Para a vida de novo comandar

Mas, o que vale mesmo é sonhar
É lutar e acreditar
Que mesmo dentro da rotina
A vida vai mudar…

(Do livro POEMAS EM TRÂNSITO de SÔNIA MOURA)

Ano novo, vida nova

TAÇA DE CHAMPANHE

                                                Taça de champanhe

Taça de Champanhe (Autoria: Sônia Moura)

A imagem era linda, nos braços dele um ramalhete de rosas tão rubras e tão frescas e ela com o olhar mais feliz do mundo, deixava que o véu do amor se desnudasse e se enroscasse no coração do amado, naquele dia festivo.

A espuma do mar parecia dizer adeus ao ano que findava, lambendo as flores ali jogadas para Iemanjá, levando-as até as altas ondas e trazendo-as de volta à praia, num vai-e-vem incessante.

No mar, a olhar o povo que se banhava e brincava por ali, balsas com quilos e mais quilos de fogos de artifício esperavam o momento de entrar em cena, enquanto iates de primeiríssima grandeza brincavam de se balançar na rede das ondas daquela tarde, que findava e levava consigo mais um ano.

E, neste cenário deslumbrante, o retrato do amor é desenhado na areia, com traços leves, sublimes, bem na frente da multidão, indiferente a este momento de glória e pelo caminho misterioso da poesia, uma concha se apresenta e beija os pés da mulher, na linda noite sem luar, que entrava em cena, naquele instante.

O tempo se arrastava ouvindo fogos e os gritos das gentes, hoje, mas que nunca ele irá desempenhar o papel principal nesta festa, hoje ele fará a sua última viagem do ano de 2008, sua voz vai-se se apagando, é o momento em que morte e vida se encontram na troca dos ponteiros. Bela invenção – humana ou divina?

Fadas, duendes, bruxas, santos, orixás, deuses, todos os sábios se apresentam em rituais que prometem um ano novo cheio de amor, alegria e paz.

O sal do mar, o sal da vida e o sal do amor uniram bocas e corações, uma abelha misteriosa se encarregou de trazer favos de mel para batizar o momento, enquanto mil flores foram desfolhadas em torno do casal, tudo simbolicamente projeto para a consagração do amor.

Chegou a meia-noite, hora do brinde, e só então eles se deram conta de que trouxeram o champanhe e se esqueceram das taças, subitamente, alguém ao lado oferece-lhes uma taça e eles brindam e bebem na mesma taça.

À meia-noite e um minuto, mais um amor foi selado!

(Do livro SÚBITAS PRESENÇAS de Sônia Moura)

Reveillon

BOLSA DE … VALORES?

DINHEIRO

BOLSA DE… VALORES??? (Autoria: SÔNIA MOURA)

Acabei de ler o livro “O Lobo de Wall Street” de Jordan Belfort, obra classificada como biográfica.

A leitura é palatável, sem grandes novidades, no entanto, aquele que não tiver preparado para encarar a realidade do centro financeiro do mundo – Wall Street – certamente, terá  ânsia de vômitos.

De acordo com a bolsa de valores que o indivíduo carregar, seja por formação, por opção ou por influência religiosa, esta é uma leitura forte, tão forte que o leitor, por vezes, recusa-se a crer em tanta loucura, em tanta barbárie.

Tramas, dramas e lamas se misturam e nos mostram como o sistema capitalista é cruel, ou melhor, é crudelíssimo.

Qualquer leitor atento, isento e com senso crítico verá que se o inferno existe, certamente ele foi construído aqui na terra, está localizado no miolo do sistema capitalista.

As passagens narradas são estarrecedoras: drogas a rodo, dinheiro a rodo, falta de qualquer forma de limite, a rodo, assim, a imagem que se tem é que, os citados no livro, que trabalham com a bolsa de valores, têm as suas bolsas de vida completamente vazias de qualquer forma de valor moral, ético ou espiritual.

Triste sina a destes (quase sempre) jovens que, chafurdando na lama da ganância, vão cavando suas covas, destruindo-se e às suas famílias, compensando a solidão com todo tipo de drogas, ganhando “atenção” interesseira e comprando sexo sem nexo, o sexo pelo sexo, sem nenhum laço afetivo, sem nenhum objetivo, ainda que seja o prazer, pois, como declara o autor/ator desta farsa, nem isto acontecia e quando/se acontecia, no dia seguinte eles sequer se lembravam. Triste sina!

Quase ao final da obra, tudo parece desmoronar: JB vai preso, a família está desfeita, a droga o domina (depois ele se submete a um tratamento e o vício mostra-se sob controle). No entanto, a vida dele e dos demais já havia desmoronado há muito tempo.

Não vamos achar que o dinheiro é ruim, porque sabemos que não é, mas vamos fazer com que ele nos sirva e não nós a ele.

DINHEIRO

Só para relaxar:

Claro que, em toda obra biográfica, fantasias vão povoar a narrativa, mas neste caso, o autor extrapola quando “retrata este fato”:
“Tudo ia bem para Todd até certo dia, cinco anos atrás. Estava deitado na praia de Ipanema e foi mordido por um inseto tropical desconhecido… e, de repente, quatro meses depois, viu-se na lista de espera de um transplante de coração.”


Teria sido o pobre Todd picado por um “barbeiro”? Mas… em Ipanema, no Rio de Janeiro?
Bom, deverá ser um outro inseto. Será?

FIBRA

FIBRA (Autoria: SONIA MOURA)

De chapéu coco e bengala
O velho descia a ladeira
Pensando o passado
Ouvindo o presente
Desenhando o futuro
E com um só traço
Pintou arabescos em sua mente

De coque e presilhas no cabelo
A velha subia a ladeira
Ouvindo o passado
Desenhando o presente
Pensando o futuro
E num só galope
Recriou o paraíso em sua mente

De calça jeans e t-shirt
Os jovens procuravam a ladeira
Desenhando o passado
Pensando o presente
Ouvindo o futuro
E num segundo
Um amor nasceu em suas mentes

De óculos escuros e saia justa
Sentada na cadeira de balanço
Está a vida no meio da ladeira
Arquivando o passado
Regendo o presente
Arquitetando o futuro
E num repente
Pode fazer tudo mudar em nossas mentes

De óculos escuros e bermuda
Deitado na rede da verdade
Está o tempo no meio da ladeira
Regendo o passado
Arquitetando o presente
Arquivando o futuro
E num instante
Pode fazer tudo mudar em nossas mentes

Assim somos nós, a vida e o tempo
Todos entregues à força do destino
Aprendendo que é preciso ter fibra
Para, a cada dia, a cada momento,
Entendermos que cada (re)nascer
Reflete-se em subir e descer ladeiras
Recriando a vida, a vida inteira!

(Do livro POEMAS EM TRÂNSITO de SÔNIA MOURA)

LADEIRA

JESUS NASCEU!

                                           JESUS

JESUS NASCEU!

LIMA (Reuters) – Virgem Maria, uma peruana de 20 anos, deu à luz um menino no dia de Natal e batizou-o de Jesus, disse a agência oficial do Peru na sexta-feira.O pai do bebê, Adolfo Jorge Huamani, 24, é carpinteiro. Peruanos o compararam a São José, que também era carpinteiro.”Dois mil anos depois, a história de Belém é vivida novamente,” dizia a manchete do El Comercio, principal jornal do Peru, que é um país predominantemente católico.A mãe, Virgem Maria Huarcaya, deu à luz o menino de 3,5 kg, Jesus Emanuel, nas primeiras horas do dia de Natal, na maternidade central de Lima, a capital.

“Há alguns dias, decidimos dar o nome de um jogador de futebol a meu filho,” disse o pai. “Mas graças a esta coincidência feliz, as coisas terminaram assim.”

(Reportagem de Terry Wade)

[Compilado do site: http://br.reuters.com/article/worldNews – VIA – www.niu.com.br]

                                                           

Este fato pode ser considerado como uma simples “coincidência”, como declarou José, o pai de Jesus (embora alguns digam que coincidência não existe), pode ser uma “armação” jornalística (ou seja, uma notícia falsa) ou ainda, se a criança não nasceu de parto normal, a cesariana pode ter sido marcada propositalmente para esta data.

Mas, sinceramente, eu desejo que esta seja uma notícia limpa e verdadeira, pois, estamos vivendo as emoções do natal e um milagre como este é muito bem – vindo.

Então, entoemos loas ao Senhor, pois   JESUS NASCEU!

                                                    JESUS

EMOÇÃO

                                    emoções

Ouço Roberto Carlos cantando seu antigo sucesso “Emoções” e penso na noite de natal, penso em tudo e em todos, revejo as emoções vividas nesta noite divina e revivo outras noites e outros dias desta minha doce e maravilhosa vida.

Desde o momento em que me tornei a “dona da casa”, no natal, sempre enfeitei a casa, sempre deixei nossa mesa farta, sempre iluminei a casa e o coração, procurando fazer da nossa casa um dos lares felizes para a comemoração da noite de natal.

Mas este ano, a noite foi muito especial, tudo por conta da alegria e felicidade que pude ver nos olhos e nos sorrisos de minhas duas novas paixões, minhas netas, agora já mais crescidinhas e podendo participar da festa.

Através dos sorrisos nos rostinhos delas, Papai Noel desceu pela chaminé de minhas emoções e (re)nasceu para mim.

FELIZ NATAL! FELIZ NATAL!

                                          NATAL

É NATAL! (Autoria: Sônia Moura)

Era uma vez uma menininha que morava num vilarejo muito, mas muito tranqüilo. Neste lugar, as noites eram muito, mas muito mais claras e belas.

Após o jantar, a menininha gostava sentar no quintal e lá ficar conversando com as estrelas.

Um dia, a menininha estava conversando com a estrela Safira, sua estrela preferida, a quem ela chamava madrinha, quando viu uma “estrela” muito diferente.

Encantada, a menina perguntou à Safira qual o nome daquela estrela que brilhava tanto, tanto, tanto…?
Safira disse: -O nome dela é natal!

– Nossa, como ela brilha! Safira, por que Natal tem este brilho muito, mas muito, muito especial. (A menina adorava repetir: “muito, mas muito”, era o jeito dela).

Safira sorriu para a menininha, lançou um brilho especial sobre o quintal da casa dela e falou:

– Querida, este brilho que Natal emana é o brilho do amor, da paz, da generosidade, da alegria, do congraçamento e da emoção. Ele nasce aí na terra e é tão forte que sobe, sobe até alcançar a estrela Natal, que é responsável para espalhá-lo por todos os cantos deste imenso universo.

– Mas será que todos acreditam no poder desta noite?, perguntou a menina.

E Safira respondeu:

– -Não sei dizer, só sei que o brilho desta noite, que a estrela Natal distribui, é para todos.

Depois, Safira sorriu e pediu a menininha para, junto com ela, homenagear a estrela com o brilho especial dizendo bem alto:

– FELIZ NATAL! FELIZ NATAL!

ESTA TAMBÉM É A NOSSA MENSAGEM AOS  QUE VISITAM ESTE SITE: FELIZ NATAL!

                                        

                                                                              natal feliz          

                                                                    

TEMPO DE ESPERA

TEMPO DE ESPERA
(Autoria: Sônia Moura)

Alquimia é transformar o tempo,
É transformar saudade em esperança
É transformar ausência em presença
É transformar verdade em lembrança

No silêncio deste tempo de ausência
Só consegui ouvir a voz do seu sorriso,
O som guardado em meu coração
Emitia ondas de um amor preciso

A doçura do seu olhar amado
Sempre brilhou em meus olhos cheios de saudade
Cunhando em mim marcas do passado

Hoje, quero apenas o seu abraço
Quero sentir-me bem presa pela força deste laço
Quero nos colocar longe de toda maldade do destino
Quero você comigo, meu menino

(Se eu pudesse fazer o tempo parar…)

(Do livro: Entre Beijos e Vinhos de Sônia Moura)

TEMPO

TOM e JERRY

GATO e RATO

TOM E JERRY

Ratos são suspeitos em incêndio que matou 100 gatosRatos teriam roído a fiação elétrica e causado incêndioRatos podem ser os culpados por um incêndio que matou quase 100 gatos em um abrigo para animais perto da cidade de Toronto, no Canadá.

O relatório inicial sobre o incidente diz que ratos ou camundongos teriam roído a fiação elétrica do teto do prédio, o que teria causado o incêndio.

“É triste e irônico que ratos tenham provocado as chamas que mataram os gatos”, disse o porta-voz do abrigo Sociedade Humanitária Ian McConachie.

“Infelizmente, os ratos também devem ter morrido no incêndio.”

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/12/081220.html

Quantas vezes, nós, humanos, assim nos comportamos, perseguindo e maltratando o mais fraco. Mas chega o dia em que o mais fraco se fortalece e reage, então, a casa cai!

Assim sendo, este fato poderia ser transformado em filme e mereceria um título glorioso:

A vingança dos ratos I – a missão.

E este seria o depoimento do rato –líder:
“-Há anos temos sido perseguidos por este bando de carnívoros imbecis que destroem nossos lares, nossas vidas e ainda saem lambendo os beiços, por isto resolvemos tomar uma atitude. Abaixo os gatos!”

E, ao final do episódio, ficaria a dúvida para os espectadores: Será que os ratos também morreram?

Tom e Jerry