FIBRA

FIBRA (Autoria: SONIA MOURA)

De chapéu coco e bengala
O velho descia a ladeira
Pensando o passado
Ouvindo o presente
Desenhando o futuro
E com um só traço
Pintou arabescos em sua mente

De coque e presilhas no cabelo
A velha subia a ladeira
Ouvindo o passado
Desenhando o presente
Pensando o futuro
E num só galope
Recriou o paraíso em sua mente

De calça jeans e t-shirt
Os jovens procuravam a ladeira
Desenhando o passado
Pensando o presente
Ouvindo o futuro
E num segundo
Um amor nasceu em suas mentes

De óculos escuros e saia justa
Sentada na cadeira de balanço
Está a vida no meio da ladeira
Arquivando o passado
Regendo o presente
Arquitetando o futuro
E num repente
Pode fazer tudo mudar em nossas mentes

De óculos escuros e bermuda
Deitado na rede da verdade
Está o tempo no meio da ladeira
Regendo o passado
Arquitetando o presente
Arquivando o futuro
E num instante
Pode fazer tudo mudar em nossas mentes

Assim somos nós, a vida e o tempo
Todos entregues à força do destino
Aprendendo que é preciso ter fibra
Para, a cada dia, a cada momento,
Entendermos que cada (re)nascer
Reflete-se em subir e descer ladeiras
Recriando a vida, a vida inteira!

(Do livro POEMAS EM TRÂNSITO de SÔNIA MOURA)

LADEIRA

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