DOCE ILUSÃO!

                                                                     dOCE ILUSÃO

DOCE ILUSÃO! (Autoria: Sônia Moura)

Vinho espumante, como chuva de verão,
É este amor que em mim penetra
E prende minh`alma à sua em perfeita comunhão
Tecida com flores nascidas à beira de um rio em descanso
Brotadas dos prazeres de seu riso em remanso

Estremeço

Seguindo seu cheiro que aguça meu desejo
Me perco pelos caminhos do seu bosque
E a luz do dia que nasceu primeiro
Brinca com meus sonhos acordados
Enquanto seu sorriso de pérola me alcança
E me joga no labirinto dos becos tortuosos da paixão
E eu, atordoada, fico perdida entre o sim e o não
Querendo ter o que não posso
Desejando que tudo que se vive por amor
Não seja em vão.

Doce ilusão!

(Do livro: Poemas em Trânsito de Sônia Moura)

O TEMPO E O AMOR

TEMPO (Autoria: Sônia Moura)

“Mais um tempo, doutora, é só o que peço – mais um tempo para eu dizer a ela que nós a amamos e que estamos aqui com ela.”

Estas foram as palavras que ouvi de uma jovem totalmente abalada ao receber a notícia desesperançosa sobre o estado de saúde de sua mãe, ao tomar ciência de que, possivelmente, esta não voltaria à consciência.

Misturando suas palavras às lágrimas, o que ela pedia era, aparentemente, pouco , mas que naquele momento era muito. Os médicos nada disseram, ou porque não tinham mesmo o que dizer ou porque não sabiam o que dizer. A cena era tocante, uma jovem implorando aos médicos que dessem mais algum tempo para declarar o seu amor, e o de sua irmã também, trazendo sua mãe à vida, uma vez que esta estava inconsciente pela força da medicação necessária ao seu estado .

Geralmente nos esquecemos de dizer: “Eu te amo”, principalmente àqueles que estão mais  próximos de nós e talvez a moça quisesse dizer coisas que nunca disse ou que há muito tempo não dizia à sua mãe.

A verdade é que nos esquecemos de que a única coisa certa nesta vida é que um dia a morte virá. Nos esquecemos de que a morte existe e que ela pode vir a qualquer momento, não há como prever ou, mesmo quando há uma tênue previsão, como neste caso, nem sempre temos a oportunidade de abraçar quem amamos, beijar ou declarar nosso amor, como, de fato, gostaríamos.

De todo coração e mente, desejo que seja dado a esta moça o tempo de que ela tanto necessita. Oxalá, os deuses ouçam seus pedidos e suas preces, e ela possa dizer:  -Mãe, nós amamos você!

Quase sempre a vida nos dá  lições que nem sempre aprendemos ou entendemos suas mensagens, mas esta lição  eu aprendi: “Ainda que o amor seja incomensurável, o tempo é efêmero”.

o TEMPO E O AMOR

Reforma Ortográfica V- Enxáguo ou Enxaguo? Delínquo ou Delinquo?

REFORMA ORTOGRÁFICA V (ou Acordo Ortográfico) – [Autoria: Sônia Moura]

ENXÁGUO ou ENXAGUO?                                  Reforma ortográfica V- Enxáguo ou Enxaguo? Delínquo ou delinquo?
DELÍNQUO ou DELINQUO?

Reforma ortográfica V - Enxáguo ou enxaguo? Delínquo ou delinquo?

Fizeram um acordo, e isto é bom e, em se tratando de uma língua, que sempre pertence a muitos, o acordo precisa existir, não há como escapar dele, pois a língua não é como a fala, a qual “pertence” ao indivíduo.

Assim, foi por meio de acordos que chegamos à nova ortografia da Língua Portuguesa.

Há modificações plausíveis e até interessantes, estas dão à língua a dinâmica e atualização necessárias, mas, a meu ver, há mudanças sem qualquer expressividade (*já explico).
Falo de “novidades”, tais como:

a)“Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.”

b) Para verbos terminados em guar, quar e quir (aguar, averiguar, apaziguar, obliquar, delinquir, etc.), há uma variação na pronúncia, pois estes admitem duas pronúncias, a saber:

1 – Em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo, assim, se forem pronunciados com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplifiquemos: enxáguo, enxáguas, delínquo, delínques e outras formas.

2 – Mas, se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplificando: enxaguo, delinquo e outras mais.

Certamente, esta “distinção” se deve, especialmente aos falares diferenciados aqui e em além – mar ou mesmo dentro do território brasileiro.

No entanto é preciso que se ressalte o seguinte, excetuando-se alguns bem-aventurados, cá entre nós, quantos brasileiros sabiam (ou saberão) empregar o acento nestas formas verbais? (*)

Possivelmente muito poucos. Talvez algum menino decore esta regra e, depois que “passar na prova ou no concurso”, a esquecerá logo, logo ou, quando ele estiver na fase adulta, poderá usar estas formas – acentuadas ou não – como trunfo, para se gabar de ser “um grande conhecedor da Língua Portuguesa”, nada mais.

Mas, convenhamos, são estas interessantes particularidades que dão o tom a todas às línguas, colocando-lhes o sabor e instigando nossa vaidade, como falantes e usuários de nossa língua.

E, como diria Caetano Veloso, afinal, está: “Tudo certo como dois e dois são cinco.”

MOMENTOS DE AMOR

MOMENTOS DE AMOR (Autoria: Sônia Moura)

Doce é teu nome quando sai dos lábios meus
Doce é teu riso quando encanta os ouvidos meus
Doce é teu sono quando encontra o meu
Doce é teu abraço quando abraça o corpo meu
Doce é teu canto quando embala o sono meu

Meu nome é um doce maroto quando sai dos lábios teus
Meu riso é um doce alegre quando embala os ouvidos teus
Meu sono é um doce manso quando encontra o teu
Meu abraço é um doce suave quando abraça o corpo teu
Meu canto é um doce gostoso quando embala o sono teu

Doces são estes momentos em que eu sou tua e tu és meu.

(Do livro: POEMAS EM TRÂNSITO de Sônia Moura)

mOMENTOS DE AMOR

INSPIRAÇÃO

 INSPIRAÇÃO

INSPIRAÇÃO (Autoria: Sônia Moura)

Hoje, dois pontos negros iluminaram o raiar do meu dia.
Eram seus olhos postos em mim,
Inspirando-me para ser feliz, assim…

Hoje, dois laços azuis envolveram o raiar do meu dia.
Eram seus braços postos em mim,
Inspirando-me a amar, assim…

Hoje, um foco de luz inundou o raiar do meu dia.
Era seu sorriso posto em mim,
Inspirando-me a sonhar, assim…

(Do livro POEMAS EM TRÂNSITO de Sônia Moura)

AMIGOS

AMIGOS (Autoria: Sônia Moura)

amigos

(Publicado no site www.soniamoura.com.br)

Amigos são criaturas muito especiais.
Nós os amamos sem serem nossos parentes, os defendemos, ainda que eles saibam se defender sozinhos. Aturamos seus azedumes e seus queixumes, dividimos com eles os momentos de euforia, alegria e glórias e estamos com o ombro à disposição nos momentos difíceis. Embora nem sempre concordemos com eles, os aceitamos como eles são. E ai de quem vier falar “mal” de um amigo…

Amigos são criaturas eternas.

Às vezes, nossos caminhos tomam rumos diferentes e a distância geográfica nos separa, outras vezes, é mesmo a morte que pensa em nos separar, mas, amigo nunca morre e nunca fica longe, mesmo estando a quilômetros de distância ou até em outro plano astral, porque as lembranças que deles guardamos sempre os trarão para perto de nós. Sempre!

Amigos são sempre crianças.

Somente com eles podemos mostrar nossas fraquezas, podemos fazer manhas, podemos reclamar, fazer birra e no final eles sorriem para nós, nos perdoam e nos dão o doce dos seus sorrisos ou o salgado de suas lágrimas, mostrando que o colo deles sempre estará pronto para nos acolher.

Amigos são eternos parceiros.

Por isto, tudo o que eles fazem para nós, nós fazemos para eles.

Amigos são xifópagos unidos pelo amor, estão marcados em nosso DNA afetivo, e, o mais interessante nunca saberemos quem escolheu quem como amigo, eu prefiro dizer que foi o coração do destino que promoveu a coroação da amizade.

Este texto é uma declaração de amor a todos os meus amigos, a quem abraço e beijo com o carinho e veneração.

Para finalizar, destacarei três nomes de amigos que já foram para outro plano, mas que continuam bem vivos e sempre muito queridos por mim, são eles:
a) Marílio Pires Domingues, amigo e mestre, com quem aprendi muito sobre a vida;

b) Valdiria Maria Almeida Pontes, com quem divido as alegrias de ter filhos maravilhosos, pois ela foi, por um bom tempo, a outra mãe de meus filhos;
c) Antônia Silva, companheira de muitas lutas e de muitas vitórias.

Encantadores que hoje estão encantados em minha memória, pela força de nossa eterna amizade. 

EAD – DESAFIOS

EAD - DESAFIOS

EAD – DESAFIOS (Autoria: SÔNIA MOURA)

(Trabalho apresentado por Sônia Moura à Fundação Getúlio Vargas)

Seguindo o que ensina Saviani “Ao desafio da realidade, o homem responde com a reflexão”, o professor que aceita o novo desafio de ensinar a distância deverá refletir sobre os movimentos renovadores de que necessitará para aliar à sua prática; e também precisará estimular seus alunos a refletirem sobre as muitas possibilidades que esta proposta de ensino irá lhes proporcionar.

Assim, a partir de novas atitudes frente ao papel a desempenhar, mesmo que surjam dificuldades, o docente deverá ter consciência de que seu papel de agente transformador é estar sempre atento e procurar refletir sobre elas, buscando caminhos inovadores que nos levem a encontrar soluções que, cada vez mais, qualifiquem o ensino a distância, seus professores- tutores e seus métodos, em benefício da sociedade em geral.

Desta forma, ao confrontar-se com a quebra dos sistemas educacionais formais, o professor que irá atuar no âmbito do ensino a distância deverá conscientizar- se de que irá deparar-se com os mais variados instrumentos de aprendizagem, irá circular por um campo de educação ilimitado, atendendo a uma clientela que, num primeiro momento, precisará de seu apoio para também reconstruir novos conceitos sobre os processos de aprendizagem, e para tal o docente precisará ousar, criar, incentivar, respeitar, valorizar, uma vez que ele é o agente agregador de cada equipe a ele entregue.

É importante fazermos do ambiente de estudo, em todos os setores, um ambiente prazeroso, assim como, estimular o aluno a trabalhar de forma integradora, respeitando às diferenças individuais e o ritmo de aprendizagem, sem negligenciar os objetivos a serem atingidos no final do curso, sempre destacando que aprender deve ser aliado ao prazer, não à dor, à aflição, pois, como nos fala Gilberto Dimenstein: o principal papel do professor é ajudar o aluno a sentir prazer.”, e, deste modo, certamente, a motivação acontecerá.

E quais seriam os maiores desafios a serem enfrentados pelo professor tutor?
Para respondermos a esta questão, o nosso olhar debruçou-se sobre o comportamento do professor em relação ao aluno virtual, principalmente se este não tiver experiência, uma vez que, provavelmente, o aluno enfrentará muitas dúvidas em relação a esta forma de ensinar e de aprender.

Por sua vez, o professor, mesmo que tenha muitas experiências e vivências na sala de aula presencial ou virtual, deverá estar atento para as diferenças existentes entre os dois ambientes [presencial e virtual] e entre a forma diferenciada de se relacionar com a clientela da sala de aula virtual.

Assim sendo, fazendo nascer uma relação de confiança mútua, para que o aluno se sinta envolvido e acolhido, neste ambiente escolar diferenciado, o tutor deverá observar atentamente os primeiros passos dados por seu aluno no ambiente escolar virtual, procurando captar-lhe o perfil emocional, estando alerta às dificuldades por ele apresentadas, seja na área técnica, pedagógica ou no trato social, para que o prazer vença o medo, mesmo quando surgirem inseguranças ou dúvidas, evitando, deste modo, que a evasão aconteça em grande escala.

A evasão é o segundo ponto que consideramos um dos mais difíceis de serem contornados e para o qual deveremos concentrar uma atenção especial (um dos problemas que persistem nos sistemas educacionais, em qualquer um de seus formatos).

Uma das formas para que este problema seja debelado (ou que ao menos fique sob controle) está centrada no professor – tutor que deverá cativar o aluno a não desistência, e melhor, estar muito atento para os primeiros sinais que possam levar à deistência por parte de seu aluno.

Sabemos, porém, que esta não é uma tarefa das mais fáceis, por serem diversos os fatores que provocam a evasão. No entanto, esta atenção e cuidado especial, dispensados ao aluno que nos acena com a bandeira vermelha da desistência, são papéis a serem desempenhados pelo professor- tutor que deverá observar e analisar as prováveis causas da possível evasão, fazendo circular esta informação entre o corpo pedagógico e o corpo técnico [help-desk], no intuito de evitar que a evasão aconteça.

Quando bem direcionados, os procedimentos corretos e as atitudes assertivas ajudarão o aluno a prosseguir em seus estudos, promovendo a manutenção do corpo discente, a fim de que binômio ensino- aprendizagem circule em todos os espaços, evitando a evasão, o que permitirá à instituição envolvida atingir às metas previamente traçadas, para seu projeto educacional.

Referências bibliográficas

ANTUNES, Celso. A dimensão de uma mudança. Campinas, SP: Papirus, 1999.

BESNARD, Pierre, LIÉTARD, Bernard. La formation continue. Paris : Presses Universitaires de France, 1976. (Coleção: Que sais-Je?)

DIMENSTEIN, Gilberto. Bom professor é aquele que ajuda o aluno a ter prazer. Folha de São Paulo, São Paulo, 13 jan. 2002.

SAVIANI, Dermeval. Educação do senso comum à consciência filosófica. São Paulo: Cortez, 1983.

SORRISOS

 SORRISOS

SORRISOS (Autoria: SÔNIA MOURA)

Acho que o sorriso de uma criança é inigualável, nos faz rir e sempre nos comove, enquanto o sorriso dos jovens espalha sonhos e, com os seus risos, os velhos fazem as dores se calarem e as esperanças se renovarem.

O sorriso das crianças, dos velhos ou dos jovens é recheio e cobertura, é o doce do doce, é o sal da salada da vida, é remédio que cura qualquer ferida.

De lábios e bocas, os sorrisos saem como buquês de rosas oravalhadas como se o céu descesse à terra e nos convidasse para dançar.

No momento do sorriso, os deuses brincalhões (e até os mais sérios) vêm à terra e se misturam aos mortais para se contaminarem com a alegria, que exala de seus sorrisos.

E, no sorriso, este pomar cheio de frutas docinhas, nos encontramos e permitimos que a vida siga seu rumo com mais sabor e alegria.

SORRISOS

BATALHAS

BATALHAS (Autoria: Sônia Moura)

Se tivermos que ir às vias de fato
E travarmos uma batalha
Que seja uma batalha de confete

Se tivermos que lutar com espadas
Que as espadas sejam as de São Jorge

Se tivermos que brigar puxando os cabelos
Que seja saboreando cabelinhos de anjo

Se tivermos que nos bater à tapa
Que seja com um tapa-olho de pirata
Das histórias infantis

Se tivermos que nos atracar
Que seja num porto seguro

Se tivermos que nos enfrentarmos à bala
Que seja com balas de festim
Ou com balas coloridas de aniversário

Se tivermos que nos bater num duelo
Que seja com “as armas e os barões assinalados”

Se tivermos que disputar uma queda de braços
Que seja passeando nas cataratas das Sete Quedas

Se tivermos que nos enfrentar em uma luta de boxe
Que seja no boxe do banheiro
Debaixo do chuveiro

Se tivermos que lutar uma luta livre
Que seja apenas o abraço de um amigo

Só estas batalhas valem a pena…

(Do livro: Poemas em Trânsito de Sônia Moura)

Batalhas

COSTELA DO ADÃO

 COSTELA DO ADÃO

COSTELA DO ADÃO (Autoria: Sônia Moura)

Quero entender a costela do Adão
Dizem que dela eu vim
Por isso agora preciso conhecê-la
Já que ela faz parte de mim
Quero poder analisá-la
Irei consultar os deuses do Olimpo
Para saber se é mesmo verdade
Que de uma costela do Adão
Eu vim

E depois  desta consulta
Vou botar  tudo em pratos limpos

Se eu sou feita da costela do Adão
Ela pertence a mim
Portanto tenho o direito de pecar
Como dizem que fez Eva
Ali mesmo no fundo do quintal
Comendo maçãs suculentas
Entre vinhedos marotos
De onde desceu uma fogosa serpente
Toda crente, a dizer:
– Não faz mal! Não faz mal!
– no amor, tudo é puro e majestoso

Então, como Eva, devo entender que
Fazer amor é muito gostoso
Deixando fluir o gozo
Brotado do amor ou da volúpia

Perdoem-me, mas eu não tenho culpa
Eu nada fiz de errado
Mereço, então, perdão pelo meu não-pecado
E como recompensa pela cruz
Que há tanto tempo carrego
Que são os pecados do mundo
Eu mereço devorar sozinha
Esta suculenta costela do Adão
Bem torradinha, fritinha e gostosinha
Misturada com arroz e feijão!

(Do livro: Poemas em Trânsito  de Sônia Moura)