EAD – DESAFIOS

EAD - DESAFIOS

EAD – DESAFIOS (Autoria: SÔNIA MOURA)

(Trabalho apresentado por Sônia Moura à Fundação Getúlio Vargas)

Seguindo o que ensina Saviani “Ao desafio da realidade, o homem responde com a reflexão”, o professor que aceita o novo desafio de ensinar a distância deverá refletir sobre os movimentos renovadores de que necessitará para aliar à sua prática; e também precisará estimular seus alunos a refletirem sobre as muitas possibilidades que esta proposta de ensino irá lhes proporcionar.

Assim, a partir de novas atitudes frente ao papel a desempenhar, mesmo que surjam dificuldades, o docente deverá ter consciência de que seu papel de agente transformador é estar sempre atento e procurar refletir sobre elas, buscando caminhos inovadores que nos levem a encontrar soluções que, cada vez mais, qualifiquem o ensino a distância, seus professores- tutores e seus métodos, em benefício da sociedade em geral.

Desta forma, ao confrontar-se com a quebra dos sistemas educacionais formais, o professor que irá atuar no âmbito do ensino a distância deverá conscientizar- se de que irá deparar-se com os mais variados instrumentos de aprendizagem, irá circular por um campo de educação ilimitado, atendendo a uma clientela que, num primeiro momento, precisará de seu apoio para também reconstruir novos conceitos sobre os processos de aprendizagem, e para tal o docente precisará ousar, criar, incentivar, respeitar, valorizar, uma vez que ele é o agente agregador de cada equipe a ele entregue.

É importante fazermos do ambiente de estudo, em todos os setores, um ambiente prazeroso, assim como, estimular o aluno a trabalhar de forma integradora, respeitando às diferenças individuais e o ritmo de aprendizagem, sem negligenciar os objetivos a serem atingidos no final do curso, sempre destacando que aprender deve ser aliado ao prazer, não à dor, à aflição, pois, como nos fala Gilberto Dimenstein: o principal papel do professor é ajudar o aluno a sentir prazer.”, e, deste modo, certamente, a motivação acontecerá.

E quais seriam os maiores desafios a serem enfrentados pelo professor tutor?
Para respondermos a esta questão, o nosso olhar debruçou-se sobre o comportamento do professor em relação ao aluno virtual, principalmente se este não tiver experiência, uma vez que, provavelmente, o aluno enfrentará muitas dúvidas em relação a esta forma de ensinar e de aprender.

Por sua vez, o professor, mesmo que tenha muitas experiências e vivências na sala de aula presencial ou virtual, deverá estar atento para as diferenças existentes entre os dois ambientes [presencial e virtual] e entre a forma diferenciada de se relacionar com a clientela da sala de aula virtual.

Assim sendo, fazendo nascer uma relação de confiança mútua, para que o aluno se sinta envolvido e acolhido, neste ambiente escolar diferenciado, o tutor deverá observar atentamente os primeiros passos dados por seu aluno no ambiente escolar virtual, procurando captar-lhe o perfil emocional, estando alerta às dificuldades por ele apresentadas, seja na área técnica, pedagógica ou no trato social, para que o prazer vença o medo, mesmo quando surgirem inseguranças ou dúvidas, evitando, deste modo, que a evasão aconteça em grande escala.

A evasão é o segundo ponto que consideramos um dos mais difíceis de serem contornados e para o qual deveremos concentrar uma atenção especial (um dos problemas que persistem nos sistemas educacionais, em qualquer um de seus formatos).

Uma das formas para que este problema seja debelado (ou que ao menos fique sob controle) está centrada no professor – tutor que deverá cativar o aluno a não desistência, e melhor, estar muito atento para os primeiros sinais que possam levar à deistência por parte de seu aluno.

Sabemos, porém, que esta não é uma tarefa das mais fáceis, por serem diversos os fatores que provocam a evasão. No entanto, esta atenção e cuidado especial, dispensados ao aluno que nos acena com a bandeira vermelha da desistência, são papéis a serem desempenhados pelo professor- tutor que deverá observar e analisar as prováveis causas da possível evasão, fazendo circular esta informação entre o corpo pedagógico e o corpo técnico [help-desk], no intuito de evitar que a evasão aconteça.

Quando bem direcionados, os procedimentos corretos e as atitudes assertivas ajudarão o aluno a prosseguir em seus estudos, promovendo a manutenção do corpo discente, a fim de que binômio ensino- aprendizagem circule em todos os espaços, evitando a evasão, o que permitirá à instituição envolvida atingir às metas previamente traçadas, para seu projeto educacional.

Referências bibliográficas

ANTUNES, Celso. A dimensão de uma mudança. Campinas, SP: Papirus, 1999.

BESNARD, Pierre, LIÉTARD, Bernard. La formation continue. Paris : Presses Universitaires de France, 1976. (Coleção: Que sais-Je?)

DIMENSTEIN, Gilberto. Bom professor é aquele que ajuda o aluno a ter prazer. Folha de São Paulo, São Paulo, 13 jan. 2002.

SAVIANI, Dermeval. Educação do senso comum à consciência filosófica. São Paulo: Cortez, 1983.

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