REFORMA ORTOGRÁFICA V (ou Acordo Ortográfico) – [Autoria: Sônia Moura]
ENXÁGUO ou ENXAGUO?
DELÍNQUO ou DELINQUO?
Fizeram um acordo, e isto é bom e, em se tratando de uma língua, que sempre pertence a muitos, o acordo precisa existir, não há como escapar dele, pois a língua não é como a fala, a qual “pertence” ao indivíduo.
Assim, foi por meio de acordos que chegamos à nova ortografia da Língua Portuguesa.
Há modificações plausíveis e até interessantes, estas dão à língua a dinâmica e atualização necessárias, mas, a meu ver, há mudanças sem qualquer expressividade (*já explico).
Falo de “novidades”, tais como:
a)“Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.”
b) Para verbos terminados em guar, quar e quir (aguar, averiguar, apaziguar, obliquar, delinquir, etc.), há uma variação na pronúncia, pois estes admitem duas pronúncias, a saber:
1 – Em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo, assim, se forem pronunciados com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplifiquemos: enxáguo, enxáguas, delínquo, delínques e outras formas.
2 – Mas, se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplificando: enxaguo, delinquo e outras mais.
Certamente, esta “distinção” se deve, especialmente aos falares diferenciados aqui e em além – mar ou mesmo dentro do território brasileiro.
No entanto é preciso que se ressalte o seguinte, excetuando-se alguns bem-aventurados, cá entre nós, quantos brasileiros sabiam (ou saberão) empregar o acento nestas formas verbais? (*)
Possivelmente muito poucos. Talvez algum menino decore esta regra e, depois que “passar na prova ou no concurso”, a esquecerá logo, logo ou, quando ele estiver na fase adulta, poderá usar estas formas – acentuadas ou não – como trunfo, para se gabar de ser “um grande conhecedor da Língua Portuguesa”, nada mais.
Mas, convenhamos, são estas interessantes particularidades que dão o tom a todas às línguas, colocando-lhes o sabor e instigando nossa vaidade, como falantes e usuários de nossa língua.
E, como diria Caetano Veloso, afinal, está: “Tudo certo como dois e dois são cinco.”
Soninha, gostei disso. Muito bom esse seu alertar para quem sabe a regras que foram (?) acordadas. Bjo
Mandaram-me um e-mail que apresenta um jogo interessante sobre as regras ortográficas.
Entretanto, cometem um erro: Pede-se apontar a forma correta dentre as três hipóteses: enxáguo – enxagúo – enxaguo.
Dão como certa a segunda hipótese, isto é, enxagúo.