SORRISOS

 SORRISOS

SORRISOS (Autoria: SÔNIA MOURA)

Acho que o sorriso de uma criança é inigualável, nos faz rir e sempre nos comove, enquanto o sorriso dos jovens espalha sonhos e, com os seus risos, os velhos fazem as dores se calarem e as esperanças se renovarem.

O sorriso das crianças, dos velhos ou dos jovens é recheio e cobertura, é o doce do doce, é o sal da salada da vida, é remédio que cura qualquer ferida.

De lábios e bocas, os sorrisos saem como buquês de rosas oravalhadas como se o céu descesse à terra e nos convidasse para dançar.

No momento do sorriso, os deuses brincalhões (e até os mais sérios) vêm à terra e se misturam aos mortais para se contaminarem com a alegria, que exala de seus sorrisos.

E, no sorriso, este pomar cheio de frutas docinhas, nos encontramos e permitimos que a vida siga seu rumo com mais sabor e alegria.

SORRISOS

(DES)AMOR

(DES) AMOR            dESAMOR

Ouço alguém dar uma bela definição sobre o que é o amor de mão única: “Amar sem ser amado é o verbo no tempo perdido”.

Convenhamos, nem mesmo o melhor dos gramáticos ou o melhor dos lexicógrafos daria uma definição tão contemplativa para esta composição verbal.

rel_gioquebrado.jpg

Nossa Atenção

Tragédia

NOSSA ATENÇÃO (Sônia Moura)

A dor se espalha e estamos todos envolvidos pela dor da incerteza que agora toma conta dos parentes e amigos dos passageiros e tripulantes do voo Rio-Paris, que está desaparecido.

Como cada parente e cada amigo deseja que seu ente querido esteja vivo, boiando agarrado a uma poltrona ou qualquer parte de destroço, aguardando que alguém o resgate, no fundo, também sonhamos com a possibilidade de estarem todos vivos. Seria tão bom se nossas esperanças fossem transformadas em realidade.

É muito justo e compreensível que o desaparecimento de uma aeronave com 228 pessoas nos comova, logo, é natural que a imprensa dê a este fato todo o espaço que uma notícia como esta merece.

No entanto, neste exato momento, temos, no nordeste brasileiro, muitas vidas que estão sendo violentamente arrancadas de seus donos, ainda que nem todos estejam mortos e cabe à imprensa não se esquecer de que estes brasileiros também precisam de nossa solidariedade e respeito.

Tomara que a imprensa não se esqueça destas pessoas, pois, tragédias são tragédias, tanto faz se um avião desaparece ou se casas ou casebres se desmoronam pela força indomável das águas.

Quem conhece interiores do grande nordeste brasileiro, sabe perfeitamente o estado de carência das diversas cidades que formam estes interiores.

Portanto, tanto as vítimas deste terrível desaparecimento em alto mar, ou seja, na água ou o “desaparecimento” de casas, pessoas, animais e até mesmo cidades no interior do nordeste, provocado por enchentes que estão destruindo vidas, todos merecem nossa atenção. Todos!

NEM VEM QUE NÃO TEM!!!

WILSON SIMONAL

NEM VEM QUE NÃO TEM!!! (Autoria: Sônia Moura)

Assistindo ao bom documentário: “Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei”, confesso que chorei, que me revoltei e me rebelei, por saber que Simonal não está mais aqui para, ao menos, ter a chance de ouvir os aplausos que ecoaram ao final da apresentação cinematográfica, pois, ficou claro que, antes de mais nada, as palmas eram para o grande Simonal, eram palmas solidárias, ecoavam assim, sentia-as assim.
Salve, Simonal!

E tenho a absoluta certeza de que você está alegrando o ambiente celeste, sim, você só pode estar no céu, pois seu inferno foi aqui na terra mesmo, e que inferno!

Simonal era O ARTISTA, assim mesmo, com todas as letras maiúsculas (isto ainda é muito pouco para dimensionar a grandeza deste artista) e foi, como bem disse Miéle em seu depoimento, o maior cantor brasileiro de todos os tempos. Alguém duvida?

No entanto, dos caldeirões de magia torta, saíram poções de inveja, vingança, despeito e, principalmente de preconceito contra sua negritude, tudo isto temperado com o suor de um inocente útil que, por ignorar que não era deus, falou bobagem, fez-se menino a gabar-se de vitórias tortas, de feitos fantasmagóricos, ao mostrar-se íntimo de quem não devia e a quem, a bem da verdade, ele sequer conhecia ou sabia quem eram os homens que serviam à ditadura.

Como bem disse Chico Anísio, Simonal sequer sabia o que significava a sigla SNI.

No entanto, a bem de  interesses escusos, toda esta mentira foi transformada  em verdade e por isto Simonal foi morto, ainda que seu corpo continuasse por aqui por longos trinta anos.

Nunca lhe deram a chance de se explicar, nunca. Nunca lhe deram qualquer voz e qualquer vez. Por quê? Por quê? Porque a sua própria classe se calou e se cala até hoje, com raras exceções. Porque a imprensa tornou o boato verdade e bateu duramente nesta tecla e neste homem.

Quem o odiava tanto a ponto de querer mantê-lo como um morto-vivo, pois, como se sabe, o artista que não pode praticar a sua arte é um espectro, somente isto, nada mais.

Tento imaginar o quanto deve ter sofrido este menino grande, quantas dores, quantas lágrimas, meu Deus e ninguém, ainda que fosse por compaixão, ninguém lhe deu uma chance, umazinha sequer, para que sua imagem tão maculada, pudesse voltar a ser limpa.

Tudo o que aconteceu com Simonal, foi o resultado de dois fatores preponderantes:

1 – A ignorância do homem Simonal em relação à vida, ao mundo, que é cruel mesmo com os inocentes e com os despreparados para lidar com ódios, invejas, poderes e poderosos de direita ou de esquerda, como é o caso em questão, e a ignorância moral e espiritual dos que o condenaram, mas, seria tão bom se fosse feita justiça (do céu ou da terra) e que devolvesse aos algozes de Simonal ao menos uma parte da dor que este sentiu, garanto-lhes que eles não suportariam.  Para mim está e sempre esteve bem claro: Simonal foi/é injustiçado.

2 – A intolerância do homem Simonal em relação à possível/provável falha de seu contador (que, a meu ver, procurou, mais uma vez, incriminar aquele que tanto padecera) e a intolerância dos que brigavam por tolerância e justiça e que agiram exatamente como os que eles condenavam, tornando-se os verdugos, que impiedosamente degolaram uma carreira artística, um homem, sua arte, sua família e, principalmente, sua vida.

Quem não conhece a história do lobo mau e dos três porquinhos – Prático, Heitor e Cícero? Com todo o respeito que os animais merecem, a história de Simonal mostra que um lobo-bobo, ingênuo caiu na armadilha de alguns porcões. Seus nomes? A história certamente um dia fará justiça a Simonal e os nomes destes ferozes e implacáveis “porquinhos”, que até hoje chafurdam na lama da maldade, serão revelados, é só esperar, pois, como diz o velhíssimo ditado: A justiça tarda, mas não falha!

Enfim, oxalá Simonal tivesse o poder de ressuscitar mais escolado em relação às coisas da vida, e, neste brilhante retorno, cantasse para aqueles que ousassem colocar-lhe à frente qualquer arapuca: “Nem vem que não tem…”.

GOSTO DE MAÇÃ

     

maçã

GOSTO DE MAÇÃ (Autoria: Sônia Moura)

Me acorde antes do sol
Me acorde sorrindo e com beijos
Numa manhã qualquer
Naquela hora em que
A lua se esconde do outro lado
Fazendo meiguices de mulher
Faça o tempo sem tempo
Deixe e não deixe o tempo passar
Me dê um abraço suave
Beije meus cabelos
Deixe eu te abraçar e te amar

Preciso te olhar com os olhos da manhã

E, sendo Eva, te oferecer
Na mesma bandeja de prata
Meu corpo com gosto de maçã

(Do livro Entre Beijos e Vinhos de SÔNIA MOURA)

mulher

PAIXÃO- teste

                                                    idéias e versos

PAIXÃO – teste  (Autoria: Sônia Moura)

 

Você já desejou ardentemente, desesperadamente que o telefone tocasse e, ao primeiro toque, atendeu disfarçando a ansiedade, mas com o coração aos pulos, jurando que era ele e… como não era, disse um alô quase entre os dentes, para a pessoa que ligou na hora errada (ao menos para você)?

Você já ouviu uma música no rádio, que você sabia que dizia tudo aquilo que você gostaria de dizer àquela pessoa e torceu loucamente para que ele também estivesse sintonizado na mesma emissora que você?

Você já ouviu uma música com uma letra estrangeira que você não entende xongas, bulhufas, mas que sente, intui que a letra fala de amor e você pensou: – Por que ele não está aqui comigo, para curtir e para dançarmos juntinhos?

Você já se pegou olhando o armário e pensando em que roupa vai vestir no próximo encontro, enquanto, no seu íntimo, seu maior desejo é que o encontro fosse daqui a poucos minutos e teve raiva do tempo que afastava você da pessoa amada?

Você, mesmo sendo muito liberal e totalmente analisada, filosofada, estudada, além de se julgar completamente lógica, já morreu de ciúmes da ex-, da moça da mesa ao lado, daquela atriz maravilhosa, para quem ele sempre lança olhares desejosos (pelo menos é o que você acha) e depois se maldisse, pensando: como posso ficar assim (enciumada) se me julgo uma pessoa tão centrada?

Você já assistiu a um filme, no qual uma paisagem belíssima serve como pano de fundo para as cenas de amor e imediatamente se transportou para aquele paraíso, “levando” a pessoa amada junto com você, juntamente com uma rede, um barquinho, um violão ou um sonzinho maneiro?

Você, mesmo estando durésima, já comprou aquela roupa lindona, aquele sapato espetacular, aquela  bolsa chocante, que combina muito bem com a roupa e com o sapato, e, só para arrematar, comprou aquela biju deslumbrante, pensando o quanto ficaria lindíssima, sensual, maravilhosa só para ele?

Você, ultimamente, está muito preocupada em combinar o sutiã com a calcinha, e é bom que sejam lindamente confeccionadas em rendas, ou com estampas bonitas e que, tanto um, quanto a outra sejam bem cavadinhos, já se imaginando a tremer de satisfação quando ele a olhar com olhar de tesão e disser que você está maravilhosa?

Você já se pegou rindo à toa, sem ter ouvido nem uma piada, nada, nadinha, mas se vê sorrindo, olhando para o tempo, olhando para o nada, e com aquele sorriso insistente que não quer sair dos seus lábios?

Você já sentiu um frio na espinha só de pensar nos beijos, nos abraços e nos carinhos dele, enquanto todos na mesa falavam, falavam, mas sua cabeça, seus pensamentos e seus desejos estavam bem longe, lá onde se encontrava?

Se você respondeu SIM a uma só destas perguntas, creia-me: a paixão já agarrou você, no momento, minha amiga, você está irremediavelmente perdida, você está APAIXONADA assim sendo, aproveite, deite e role, literalmente!

ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA (Autoria: Sônia Moura)        escravidão

ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA (Autoria: Sônia Moura0 A lei nº 3.353, de 13 de maio de 1888, de autoria de Rodrigo Augusto da Silva, ministro dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas e interino dos Negócios Estrangeiros, deputado e depois Senador, que não previa nenhuma forma de indenização aos fazendeiros, dizia:A assinatura da Lei Áurea foi decorrência de pressões internas e externas: o movimento abolicionista já tinha grande força no país, havia freqüentes fugas de negros e mulatos, o exército já se recusava a fazer o papel de capitão-do-mato, ou seja: capturar e devolver os escravos a seus donos.

Além disso, estava se tornando economicamente inviável manter o trabalho escravo, em face da concorrência com a mão-de-obra imigrante, barata e abundante, todos esses fatores conjugados e os ataques constantes dos negros, muitos deles refugiados em quilombos, às propriedades agrícolas, como mostrou Joaquim Manuel de Macedo em seu livro: As Vítimas-Algozes. (http://wapedia.mobi/pt/Lei_Áurea)

No Brasil, falta muito, mas muito mesmo, para que os negros venham a ter seus direitos assegurados, pois, como sabemos, a lei proíbe e coíbe o preconceito, mas, infelizmente, não lava as mentes e as almas que se encontrarem entranhadas por todas as formas de pré-conceitos.

Assim é que, mesmo com o passado escravocrata que condena o país à vergonha eterna, louvemos a Lei Áurea, porque, mesmo com suas “imperfeições”, ela foi um dos primeiros passos ao qual vamos, muito lentamente, somando outros passos, desta longa caminhada, a qual precisamos percorrer para mostrarmos ao mundo que alma não tem cor e ela é o que importa, pois, a carne apodrece e a cor da pele se perde no meio da podridão ou do fogo, mas, a alma não!

VEIO A CALHAR

No instante em que escrevo, vejo/ouço no noticiário noturno um deputado irado a falar contra as propostas do governo para que o país faça justiça aos negros.

Gritem também, senhores, gritem, mas, lembrem-se de que, este não é um país que dê os mesmos direitos a todos, aliás, é sim, mas só no “papel”. Embora insistamos em negar , a verdade é que  somos um país racista, sim!
Chega de taparmos o sol com a peneira, é necessário que se faça justiça a quem sofre por um passado histórico que sempre segregou os negros e a seus descendentes e, convenhamos, ainda segrega.

É, senhor deputado, fazer justiça, ainda que tardia não pode, mas segregar, pode, certo?

escrvidão

REFORMA ORTOGRÁFICA III (ou Acordo Ortográfico)

 

 

 

Reforma Ortográfica III (ou Acordo Ortográfico)    fio dental
(Autoria: SÔNIA MOURA)

Quem quiser usar o fio dental para fazer a higiene bucal, preste bem atenção, por favor, sem hífen.
Mas, se porventura o corpicho, a vontade, a idade ou a coragem implorarem pelo uso daquela peça de banho bem sensual, use-a sem cerimônia, mas, se precisar escrever-lhe o nome, empregue o hífen: fio-dental.

Explica-se: Fio- dental (substantivo composto) = nasce por analogia a fio dental.

O hífen é um sinal que serve, por exemplo, para unir elementos de palavras compostas ou para separar sílabas em final de linha.

Assim é que em relação àquela pecinha minúscula do fio-dental (parte de baixo) que separa as partes do bumbum, colocando uma banda para cada lado, o hífen também, analogicamente, irá colocar uma palavra de cada lado (fio – dental), só que no caso, será para juntá-las, formando uma palavra composta.

fio-dental

“HONRARÁS, AMARÁS E NÃO MATARÁS TEUS FILHOS”

“Honra teu pai e tua mãe, para que teus dias se prolonguem sobre a terra.”  


(Autoria: Sônia Moura)


Segundo as religiões judaico-cristãs, este é um dos mandamentos divinos. É um mandamento belo e justo.

Creio que não há um mandamento sobre os pais amarem e honrarem seus filhos, porque “Deus é pai” e ele sabe que este amor é incomensurável e indiscutível. No entanto, ele em toda a sua glória, esqueceu-se de que seus filhos falham, e como.

Assim, lendo as notícias abaixo, que tal adotarmos este novo mandamento e botá-lo em prática?

“HONRARÁS, AMARÁS E NÃO MATARÁS TEUS FILHOS”
pais e filhos

Rapaz tenta matar filho e atropela seis pessoas em MG
[http://g1.globo.com/Noticias/Brasil]

“Um homem foi preso depois de tentar matar a ex-sogra e o filho e ainda atropelar seis pessoas enquanto fugia da polícia, na noite desta terça-feira (28), em São José da Lapa (MG). Entre os atropelados está um menino de 7 anos, que foi levado em estado grave para um hospital da cidade, junto com as outras vítimas. Segundo informações da Polícia Militar, o acidente aconteceu quando o homem fugia em alta velocidade em uma motocicleta. Os policiais informaram que o homem tinha invadido a residência onde vivem sua ex-sogra e seu filho. Ele sacou um revólver calibre 32 e atirou contra os dois, sem acertá-los”

Mãe suspeita de matar a filha confessa o crime, confirma delegado
[http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1102571-5606,00.html]

“A mãe que foi presa nesta madrugada suspeita de matar e ocultar o corpo da filha de 20 anos confessou o crime. As informações foram confirmadas pela assessoria da Polícia Civil e pelo delegado Cláudio Vieira, da 25ª DP (Engenho Novo).Os detalhes do caso, no entanto, como as circunstâncias em que a jovem foi morta e o que levou a mãe a matá-la, ainda não foram divulgados.Além dela, dois homens foram presos, na noite de terça-feira (28), no Cachambi, subúrbio do Rio, depois que Polícia Militar encontrou o corpo da jovem no porta-malas do carro.”

Mãe é suspeita de matar os filhos
[http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1102571-5606,00.html]

“Uma mulher foi presa na manhã de terça-feira (28) suspeita de tentar matar seus dois filhos – uma menina de 8 anos e um menino de 5. Segundo a polícia, a mulher, que já trabalhou como atendente de uma creche, teria a síndrome de Munchausen – doença em que a mãe provoca sintomas nos filhos para que eles sejam considerados doentes ou ainda provoca ferimentos neles para atrair as atenções – no caso, ela pretenderia chamar a atenção do ex-marido.Esse diagnóstico é provisório, e depende ainda de uma nova avaliação a ser feita por especialistas.”

COR DA SAUDADE

Cor da Saudade (Autoria: Sônia Moura)

Ontem, sonhei que estávamos à beira-mar
Sorvendo o melhor do luar
Enquanto nos beijávamos
A lua veio também nos beijar
E chegou tão perto, tão perto
Que chegamos nela tocar

O dia não amanheceu
Eu amanheci
E em meus olhos
A luz do luar
Dizia adeus
E com ela você se foi
E me deixou com saudades
Dos beijos, dos afagos
Da cor da prata
Cor da saudade
Agora a me beijar

(Do livro: Reflexos Serenos de Sônia Moura)

LUZ DO LUAR