SEM REMORSOS

 SEM REMORSOS

SEM REMORSOS (Autoria: Sônia Moura)

Arrebentando todos os corações
Era como a matreira serpente
Que tentava Marias e Joões
Depois, seguia pelo mundo,
E sem remorsos, sorria, sorria, sorria…

(Da obra: POESIA DIA A DIA de Sônia Moura)

SEM REMORSOS

ÁGUA E FOGO

 ÁGUA E FOGO

ÁGUA E FOGO  (de Sônia Moura)

Manifestações terrestres
Vibrações cósmicas
A nos apresentar
Vida e morte
Azar e sorte
Sacros mistérios
Por luzes revelados
Por mil véus velados
Latente angústia
Do homem mortal
Na alma imortal
Água e fogo selam
Sua sorte
Para o bem ou
Para o mal

(da obra: Poemas em Trânsito de Sônia Moura)

ÁGUA E FOGO

LEDO ENGANO

LEDO ENGANO

LEDO ENGANO (Sônia Moura)

Antes tu fosses como a lua
Metáfora poética
Do desvio humano
Que mostra as quatro faces
Que se exibe em quatro fases
Enquanto tu te escondes
Embaixo de cortinas escuras
E só mostra tuas falsas faces
Fingindo ser verdade
Aquilo que é só fase
Enganar é a tua conquista,
E o teu troféu

Enquanto isso
Teu eu verdadeiro
Vivendo ao léu
Vai causando danos
A quem te amar
Na terra ou no céu

Mas, num momento qualquer,
O teu verdadeiro eu
É arrancado pelo destino
Do mais profundo breu
Assim tu és desmascarado
Quando a cortina se abre
E não mais desce o pano
E todos podem ver
Que tu és uma farsa
E quem te amava
Percebe que viveu
À sombra escura
No mais ledo engano

(Da obra: COISAS DE MULHER de Sônia Moura)

LEDO ENGANO

TEMPO ABOLIDO

 tEMPO ABOLIDO

TEMPO ABOLIDO (por Sônia Moura)

– Eu é que não vou me arriscar, não vou sair, não vou amar, não vou buscar, não vou tentar. Para quê? Para naufragar? Nem pensar.

Assim falou e assim fez.
A partir daí, Eulália trancou as portas da vida, abafou o coração, anulou a ilusão, e recebeu o medo como companheiro.
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Não demorou muito tempo e Eulália morreu de tédio.

(Da obra: Coisas de Mulher de Sônia Moura)

TEMPO ABOLIDO

LILASES DE ILUSÃO

 LILASES DE ILUSÃO

LILASES DE ILUSÃO (por Sônia Moura)

Tingida em preto e branco
Minh’alma, desamparada, sangra
Enquanto minhas lágrimas pálidas
Molham o mundo do globo de papel
E meus pensamentos embolados,
Desencontrados, voam ao léu

O que me salva da dor
É a imagem colorida
De uma pequena e amarela flor
Embalando uma formosa Afrodite
Materializada na borboleta azul
A cena, em forma de convite,
Provocava em mim um novo ardor

No mesmo cenário sonhador,
Um beija-flor multicor
Beija com furor uma sedutora
E voluptuosa flor vermelha
Eu só não consegui definir se
O beija-flor devorava a flor
Ou se a rosa devorava o beija-flor

Estas cenas coloriram o vento incolor
Aplacaram as arestas da minha dor
E, à ilusão, deram cor

Então,
Assim como a flor vermelha,
Meu sorriso, antes esquecido,
Abriu-se em lilases de ilusão
Minh’alma se suavizou
Minhas lágrimas secaram
E a vida retomou sua cor

(Da obra: Coisas de Mulher de Sônia Moura)

LILASES DE ILUSÃO