LILASES DE ILUSÃO

 LILASES DE ILUSÃO

LILASES DE ILUSÃO (por Sônia Moura)

Tingida em preto e branco
Minh’alma, desamparada, sangra
Enquanto minhas lágrimas pálidas
Molham o mundo do globo de papel
E meus pensamentos embolados,
Desencontrados, voam ao léu

O que me salva da dor
É a imagem colorida
De uma pequena e amarela flor
Embalando uma formosa Afrodite
Materializada na borboleta azul
A cena, em forma de convite,
Provocava em mim um novo ardor

No mesmo cenário sonhador,
Um beija-flor multicor
Beija com furor uma sedutora
E voluptuosa flor vermelha
Eu só não consegui definir se
O beija-flor devorava a flor
Ou se a rosa devorava o beija-flor

Estas cenas coloriram o vento incolor
Aplacaram as arestas da minha dor
E, à ilusão, deram cor

Então,
Assim como a flor vermelha,
Meu sorriso, antes esquecido,
Abriu-se em lilases de ilusão
Minh’alma se suavizou
Minhas lágrimas secaram
E a vida retomou sua cor

(Da obra: Coisas de Mulher de Sônia Moura)

LILASES DE ILUSÃO

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