A FALA DO AMOR

AMOR

A FALA DO AMOR (Autoria: SÔNIA MOURA)

Quem ouve a fala do amor
Ouve a voz do bem dizer
A voz do bem querer
Que dá vez ao desejo
À felicidade, à paz e a muito mais

Ao ouvir a fala do amor
O ouvinte se desfaz em carinhos
Em mimos e em fantasias de menino
Mesmo que digam que esta é uma fala incerta
As orelhas transformam-se em portas abertas
Suplicando palavras
Suplicando imagens
Suplicando coisas do amor

Mesmo que esteja ouvindo pelas frestas
O amado faz a festa
Lança-se contra as garras do tempo
– Paralisa-o, eterniza-o, sacraliza-o –
Depois, inunda lugares
Navega, voa e entoa loas
Fazendo do amante santo
Envolve-o com o seu manto

Quando ouvem a fala do amor
Todos os amantes tornam-se sonhadores
Pois este é um cantar tão leve
Que desliza como a maciez da neve
Derretendo-se nos ouvidos que
Como flor, desabrocham docemente

Quem ouve esta fala mansa
O Nirvana alcança
E sai flutuando feito um passarinho
Enrosca-se no ninho
Ali se deixa ficar
Ouvindo a paz
Por caminhos do amor a navegar

(Do livro POEMÁGICA de Sônia Moura)

Ninho

É PERMITIDO SONHAR

É PERMITIDO SONHAR (Autoria: Sônia Moura)     sonhos

Depois de um dia cheio participações em eventos, depois de ter vivido emoções diversificadas:  saudades,  alegrias,  frustrações, encontro com o ex- eterno amor e, ainda,  depois de muitos goles de cerveja, Eliane voltou para casa e nem precisou encarar seus medos e frustrações, pois o efeito do álcool lhe tirara este direito ou lhe poupara a dor da solidão e o desencanto dos amores perdidos.

Tantas emoções num mesmo dia, tantos sorrisos e tantas lágrimas, as quais  ela fez grandes esforços para não que estas não se tornassem públicas, foram lágrimas espremidas por  aquela rejeição.

Diziam que ela dramatizava,  dramatizava? As pessoas são mesmo engraçadas.

A vida dela, sim, era um drama, mas, como ninguém vive os dramas alheios, o que pertence ao outro: alegria ou dor, é transformado conforme os interesses, em alegria de todos ou em drama que deveria ficar somente com o outro.

Bastava que Eliane ensaiasse fazer uma queixinha, uma só, que logo,  palavras cruéis eram disparadas:- Nossa, como é reclamona; – É muito chata ou, – Não sei porque Eliane reclama tanto! (Mesmo que outras pessoas do grupo tenham reclamado, muito, mas muito mais que ela).  Na verdade, ninguém lhe dava a chance de fazer um pouqinho de manha, pois  ninguém entendia que ela queria mesmo era um pouco de atenção e carinho.

Mas quem disse que as pessoas entendem as carências? Pura ilusão, pura balela, você precisa aprender a conviver com suas carências, e, acredite,  ninguém quer saber  sobre elas. Talvez um terapeuta muito bem pago a escute, mas será que entenderá, de fato, o que se passa com um coração apinhado de mágoas e de carências? Estas eram questões que Eliane sempre colocava no plano de suas discussões internas.

E, entre pensamentos lúcidos, misturados aos efeitos etílicos, foi dormir.

A noite lhe reservava uma grande surpresa, trazendo até ela alegria, amor, carinho e alívio para o corpo, para a alma e o coração. Sonhara o sonho mais lindo dos últimos anos. Algo transcendental, algo que a deixou leve e a fez acordar sorrindo para a vida e Eliane se permitiu ser feliz e desejar que aquele sonho se transformasse em realidade.

Dizem que os sonhos podem se tornar realidade, então, Eliane passou a desejar com toda força que o seu sonho se materializasse e só restava a ela  esperar. Há muito tempo Eliane aprendeu que, por mais que a vida seja dura ou difícil, sempre será permitido sonhar..

(Do livro: SÚBITAS PRESENÇAS de Sônia Moura)

LIVRO DE MEMÓRIAS

LIVRO DE MEMÓRIAS (por Sônia Moura)

 memórias

Um livro de memórias não guarda tudo, mas, como arte, guarda para sempre as muitas faces de histórias únicas e múltiplas, ao mesmo tempo, tão singulares e tão plurais.

Um livro de memórias guarda a história de um e a história de todos, que se repete, repete, repete…

ORQUÍDEA – POESIA

                               ORQUÍDEA

ORQUÍDEA – POESIA (Autoria: SÔNIA MOURA)

Como uma donzela, misturando à sua imagem lascívia e inocência, com suas saias rodadas de formas e coloridos variados, a orquídea se exibe em matas, em lares, em jardins ou em bares.

Bem no seu centro-miolo, há um olho mágico, que parece tudo ver e a sua pétala central lembra uma boca aberta, enigmática, sugestiva, chamando ao prazer e à alegria.

É quase impossível isolar orquídea e poesia, orquídea e prazer, orquídea e paixão, ela se funde e se confunde com estas palavras em sugestões imagéticas, em poemas- não ditos, sugerindo com sua presença que uma noite de amor foi vivida em toda a plenitude, e que Eros consagrou.

A orquídea é a representação de Eros personificado, de sua ingenuidade e de sua volúpia sacralizadas .

Este espetáculo floral que, geralmente, se mostra uma vez por ano, guarda o segredo de versos que sabem expressar não somente sensações, mas sentimentos, os quais só a luz da tarde consegue desenhar.

Pássaros vêem saudar sua beleza, enquanto poetas tentam descrever sua beleza com palavras buriladas, e, por outro lado, os cantores buscam rimas e ritos para cantar a poesia que vive nesta flor.

Mas não precisava, pois, por sua forma e por sua força sugestiva, a orquídea guarda em si todos os mistérios da poesia.

ORQUÍDEA

REFLEXOS

REFLEXOS (Autoria: Sônia Moura)

Com todo o respeito aos amigos que me encaminham mensagens (pps), confesso que não sou expert no assunto ou mesmo sou grande admiradora deste tipo de mensagem, embora algumas sejam, de fato, bem interessantes. Normalmente, eu não costumo reenviá-las, ainda que, às vezes, algumas me surpreendam.

Hoje recebi de um amigo um desses famosos pps com uma bela imagem de um rochedo, cuja imagem era refletida em águas calmas e claras de um lago.

Segundo o texto que acompanha a imagem, esta foto só pode ser feita num determinado período do ano, quando a incidência da luz solar sobre o rochedo e o lago nos permitirá ver a espetacular imagem refletida.
Para que você consiga ver o espetacular da imagem, deverá fazer algumas acrobacias como inclinar a cabeça sobre o ombro esquerdo e outras mais.

Como sabemos, tudo isto pode ser uma “farsa”, ou seja, “uma montagem”, mas, ainda que seja um arranjo, o resultado é, de fato, muito belo.
E, o que aprendi com este “exercício de ver”? Por que não consegui enxergar a completude da  imagem que a foto mostrava?

Aprendi que eu procurava “ler” a figura, sem ligá-la à imagem, sem uni-la à sua projeção nas águas do lago.

No entanto, quando descobri o que esta união formava, vi que, para enxergar o todo,  tudo dependerá do meu olhar, do que eu priorizo, do que valorizo, do que eu, verdadeiramente, queira ver.

Esta instigante e intrigante  imagem, formada pelo reflexo do rochedo na água, só pode ser vista se unirmos a dureza do rochedo com a leveza da água, ou seja, se unirmos o exterior (rochedo) e o interior (o reflexo), contando, é claro, com a clareza da água, que nos mostra o quase invisível.

Montanha da paz

HORÁRIO DE VERÃO

                                                                                      

                                                                                   verão

Horário de verão pode ser ruim para o coração

[Por Nicholas Bakalar do ‘New York Times’]Ajustar o relógio uma hora para frente na primavera traz uma agradável hora adicional de luz solar no fim do dia, mas segundo pesquisadores suecos isso pode ter um efeito colateral nada agradável: um aumento na freqüência de ataques cardíacos.O estudo, publicado dia 30 de outubro no “The New England Journal of Medicine”, usou 20 anos de dados obtidos nos registros suecos de ataques cardíacos para comparar as taxas dos dias após a mudança de horário com aquelas das duas semanas anteriores à mudança e das duas semanas após o ajuste.

A hora perdida na primavera foi seguida de um aumento de 7% em ataques cardíacos nos primeiros três dias da semana, e um aumento de 5% para os sete dias completos. Não houve aumento significativo na semana após a mudança de horário no outono.

Dr. Rickard Ljung, co-autor do estudo e professor assistente de epidemiologia no Karolinska Institute, disse que já estava estabelecido que privação do sono a longo prazo era um fator de risco para ataques cardíacos, e acrescentou que mais ataques cardíacos ocorreram em segundas-feiras do que em qualquer outro dia da semana. O efeito adicional da mudança de horário é pequeno, ele disse, mas “pode ser prejudicial para pessoas que têm outros fatores de risco”. “Talvez um despertar mais tardio na segunda-feira de manhã possa ser benéfico”, ele continuou. “Dormir faz bem”.

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia -VIA – www.niu.com.br

Bem que eu desconfiava que este negócio de mexer com os ponteiros do relógio para criar um novo horário, o “horário de verão”, não combina com os ponteiros do nosso relógio biológico!

Acho que sempre estive certa, pois, andando na contra-mão do gosto da maioria dos cariocas, que adora a mudança do horário, eu não tenho simpatia por esta mudança forçada, pois eles modificam o roteiro natural do horário solar, mas se esquecem de avisar ao relógio biológico, ao sol,à lua, às estrelas, de que, de repente,  tudo irá  mudar “da noite para o dia”, ambos serão “modificados”- a noite e o dia – eles ficarão mais compridos, mais curtos…

Mas, como não há o que fazer… “a gente vai levando, a gente vai levando esta vida…”

SISTEMA DE COTAS

                                                               Cotas

SISTEMA DE COTAS [por SÔNIA MOURA]
A reserva de vagas em universidades federais para estudantes de famílias que ganham até um salário mínimo e meio por pessoa, aprovada ontem pela Câmara, encontra resistência no Senado. A cota por renda foi incluída no projeto que reserva 50% das vagas em universidades federais para estudantes que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas.”

[http://ultimosegundo.ig.com.br/Brasil – VIA – www.niu.com.br]

Não é sem razão que o sistema de cotas é um assunto polêmico, difícil e complexo, uma vez que, a bem da verdade, o ideal é que tivéssemos uma escola de qualidade para todos, pois, desta forma, todos teriam as mesmas oportunidades.Mas, infelizmente isto não acontece.Assim, nestes tempos cada vez mais competitivos, como pode um jovem que não recebeu a formação adequada entrar na “briga” por uma vaga na Universidade, especialmente, numa Universidade pública? E, assim sendo, como preparar- se adequadamente para entrar no mercado de trabalho sem a devida qualificação profissional?

Neste bojo social, a geração descendente da escravidão ou grupos oriundos, por exemplo, do nordeste ou das agora chamadas comunidades, antecipadamente, sentem-se alijados de qualquer processo seletivo, embora uma boa parte continue tentando. Quando não são excluídos por estes processos, a sua baixa auto-estima trata de excluí-los, é a chamada auto-exclusão.

Basta que circulemos por corredores das Universidades públicas ou privadas para sentirmos o que a história deste país registra, negros e pobres serão minoria absolutíssima e, creiam, assim continuará se não lhes for aberta qualquer tipo de porta ou mesmo uma janela.

E é por esta razão que penso ser adequado, neste momento, o sistema de cotas, para que portas e janelas se abram, dando melhores oportunidades a todos.

No entanto, esperemos que este não se torne num paliativo eterno, precisamos dar mais atenção à educação, sem ela, continuaremos todos, povo e país, sendo apenas o que guarda em si o significado da palavra COTA: parcela, fração, fragmento = pequena parte de alguma coisa e nunca um todo.


VALEU, ZUMBI!

VALEU, ZUMBI!  [por SÔNIA MOURA]  Zumbi

Muitas são as dificuldades enfrentadas pela população negra no Brasil, para derrubar barreiras, caminhar com liberdade, ter orgulho da cor e da herança africana.

Falta à grande maioria destes brasileiros algo muito importante: a consciência de sua negritude, o que pode ser definido assim: entender que a cor de sua pele, a sua origem e o seu passado histórico, aí estão para que todos se orgulhem e não para causar vergonha ou para que as pessoas neguem as suas origens.

Sim, temos um passado de dor e sofrimento e um presente que ainda vê o negro de uma forma preconceituosa e excludente e um presente que ainda engatinha, tentando dar ao negro o seu lugar de direito na sociedade brasileira.

Enquanto isto, os negros tentam se firmar em pés que estavam imobilizados por grossas argolas de ferro, em costas que levaram muitas chicotadas, em mãos presas para a alegria e livres para o trabalho escravo e em cabeças que não entendiam/entendem o porquê desta insanidade.

Um dos caminhos mais comuns para se tentar justificar barbáries insanes de todos os tipos, é a desqualificação do outro. E isto, claro, aconteceu/acontece com os negros.

E, na história dos negros no Brasil, a um sem-número desqualificações a que os negros foram sujeitados. Um dos grandes descasos, sofridos por este grupo, é a anulação da condição do sujeito a que os negros eram/são submetidos, seja através das piadas, ou por anúncios de emprego que exigem/exigiam a famosa “boa aparência” e, a principal e mais cruel anulação do indivíduo e da sua origem: a quebra da identidade dos escravos e de seus descendentes, pelo apagamento dos seus nomes africanos, os quais foram substituídos por nomes portugueses.

Enfim, muitos são os descalabros que envolvem a situação do negro no Brasil, mas, felizmente, há mudanças no ar, há mudanças acontecendo.

Esperemos que os homens, a justiça, os Orixás e os Santos nos façam ver que somos todos irmãos, somos todos brasileiros, somos todos humanos.

Um negro, há muito tempo, começou esta luta, honremos a sua coragem: VALEU, ZUMBI!

escravidão

A BELA E A FERA – LITERATURA E CINEMA

Bela e a fera

A BELA E A FERA NO CINEMA [Por Sônia Moura]

Originalmente, na Inglaterra, o cinema se chamava bioscope, porque representava, em termos visuais, os movimentos das formas de vida. Simbolicamente, o cinema alargou esta definição para “os movimentos das formas de viver”, ao atualizar “realidades”, provocar fantasias, despertar mentes, repetir ritos, assim o cinema nos traz o espetáculo “salvador”.

A rede narrativa cinematográfica dá solidez aos fatos narrados por seus mecanismos de sugestão, que se apóiam nos símbolos, nas associações de imagens e, assim, reprisa – se o mundo, (re) constrói – se um universo verossímil, como se verdadeiro fosse, passa a ter estatuto de poder e qualquer forma de poder espraia ideologias, fá-las representações do senso comum, dá voz, deforma, reforma e forma “consciências”, podendo provocar metamorfoses, uma vez que o processo ideológico recorta o real de acordo com o seu modelo.

O filme de Walt Disney (A Bela e a Fera) é uma metamorfose mítica do conto A Bela e a Fera; o título da obra (também codinomes dos protagonistas) são metamorfoses de seus nomes ocultos, de seus perfis psicológicos; perfis comportamentais: bom/mau; bem/mal; feio/belo. Nesta obra cinematográfica, as metamorfoses fantásticas contracenam com as metamorfoses ideológicas, e o espetáculo, como ideologia, nos diz que tudo está ideologicamente em ordem: o social, o familiar, o ideativo, o cultural. Tudo está em ordem.

Desde o século XIX, várias teorias definem (ou tentam definir) o que é família. No lastro da história, vários são os papéis primordiais a ela atribuídos, de acordo com as necessidades ou prioridades de cada momento. Mesmo hoje, que o modelo de família é o modelo nuclear, um papel que não perde o seu lugar no âmbito familiar é o de auto – socializador, não só educa, mas também, transmite todos os condicionamentos para a expressão ou inibição de emoção.

Em Esparta, na Grécia antiga, os meninos eram retirados da presença materna aos sete anos para serem submetidos, desde então, a treinamentos militares rigorosos. A presença materna era considerada nociva, já que ia “mimar” e consolar os filhos nos momentos difíceis, tornando-os assim muito sensíveis e despreparados demais para assumir a dura missão de morrer pela pátria.

Algum paradigma com os contos de Fadas?
Numa versão bem próxima do que se conhece como o original de A Bela e Fera, a família de Bela é constituída por ela, o pai, dois irmãos e duas irmãs, enquanto no filme Bela é filha única e vive com o pai; o príncipe – a Fera -, vive sozinho.

As desmontagens familiares: substituição/divisão -mãe/madrasta; pai ausente; incesto; viagens, desencontros e reencontros, estas “desestruturas” são apontadas por Bettelheim como sendo uma espécie de truque da narrativa maravilhosa, para que a criança possa obter “.. o melhor dos dois mundos, que é o que necessita para se transformar num adulto seguro. Em fantasia, a menina pode vencer a ( mãe) madrasta … o menino pode matar o monstro..”.(Bettelheim p. 145) e, assim, as crianças podem manter os pais bem vivos e continuarem juntos com os pais “reais”.

Na obra: Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, os seres humanos eram criados em laboratórios, não existia família; também, em algumas publicações de A Bela e a Fera e no filme de Walt Disney, acontece a dissolução da família de Bela. Seria apenas o retrato desta nova família contemporânea nuclear ou seria esta mais uma estratégia ideológica da figura feminina em destaque? E o príncipe, por que está sozinho?

A Bela e a Fera, adptado pelo o cinema pelo estúdios Disney, é uma alegoria da passagem iniciática, na qual, após aceitar e realizar as provas, o herói representa a alma perdida no mundo a lutar contra os poderes inferiores de sua própria natureza e contra os enigmas que a vida lhe propõe, até encontrar os meios para a sua própria redenção e realização dos desejos.

Uma vez que pela transcendência mítica, a polissemia do fantástico reúne, materializa e traduz todo um mundo de desejos, o conto A Bela e a Fera é classificado em estudos literários ou psicanalíticos, dentro do ciclo arcaico ou ciclo da iniciação e, também, do ciclo da morte -ressurreição ou dentro do ciclo do noivo-animal.

Nesta forma de narrativa, no mesmo espaço mágico, no mesmo plano temporal (contemporaneidade) e cinematográfico aparecem a Bela e a Fera, ampliando a percepção espectador na direção ideológica de unidade, de direitos iguais, do “somos todos iguais”, criando uma forma de metamorfose transcendente que corresponde às substâncias unificadas da criação. Porém, no final, envolvida pelo véu do amor , acontece a viagem de volta à ideologia primordial, e Bela se rende ao amor romântico e irá se casar com o príncipe, não com a Fera.

Portanto, não devemos nos esquecer de que dos Contos de Fadas, seja na literatura ou no cinema, emergem símbolos, mitos, arquétipos que ordenam a cultura e dão sentido a grande aventura humana, é por estes caminhos que as personagens circulam e suas estradas se cruzam ou se afastam.

[UFF – 2001 – TRABALHO APRESENTADO POR SÔNIA MOURA]

Abela e a fera

LIVROS E ADIVINHAÇÕES

Livros e Advinhações

livros

BIBLIOMANCIA –  Etimologia:   biblio (livro) + mancia (adivinhação).
Bibliomancia é a prática que procura por respostas a questões pessoais, assim como é usada para tentar compreender o significado da vida e da realidade, lendo passagens aleatórias em qualquer livro,especialmente em livros sagrados como a Bíblia e o I Ching , além de dicionários, chamados esotéricos ou oraculares.

A bibliomancia, usada como um caminho de magia, utiliza versos de certos livros, um bom exemplo é a consulta aos Salmos bíblicos (Antigo Testamento).

Além da Bíblia e do I Ching, o Alcorão também é usado pelos muçulmanos como forma oracular.

Na Idade Média, usava-se a Eneida de Virgílio , com a mesma finalidade, já que o grande poeta romano Virgílio tinha fama de ser mago.

ALGUNS MÉTODOS

1 – O/A consulente abre o livro em qualquer página, passa o dedo por esta página, e, onde o dedo parar, o/a consulente lerá e fará a interpretação da mensagem.

2 –O livro é folheado com uma agulha e o/a consulente toma nota da primeira palavra de cada página que abrir, então, a frase, formada por essas palavras, indicará a profecia revelada.

3 – O/A consulente, deverá abrir qualquer livro (pode ser o que estiver mais próximo) na página X , e copiar a primeira frase completa, nesta frase, estará a revelação desejada.

[Fragmentos  da  palestra proferida na Universidade Cândido Mendes – 2008]