”A solidão exige competência”, assim falou Amyr Klink, o navegador solitário, à repórter do Estadão de Hoje.
Fiquei remoendo essa frase em minha cabeça: “A solidão exige competência”.
E que competência!, penso, enquanto caminho sozinha à beira mar, num domingo de sol maravilhoso na cidade mais bela do mundo – Rio de Janeiro. Caminho bem junto ao mar de Copacabana olhando, extasiada, toda essa beleza monumental, que os olhos nunca se cansam de ver.
Às vezes é impossível não se desejar ou sonhar com as coisas do amor e do romance, (ainda que digam os teóricos, serem o romance e o romantismo algo “inventado”). Nesse momento, a mim isso pouco importa, pois bom mesmo é, ainda que estejamos bem no olho da solidão, enquanto ela está de olho em nós, poder sonhar e desejar.
Na verdade, a solidão lembra um furacão, mas um furacão que não tem nada para desarrumar e, pior ainda, não tem ninguém que desarrume a vida da gente.
A solidão é um furacão diferente da paixão, pois este furacão mistura tudo, embola, mexe com cada grão de areia e, quando passa, muito pouco fica intacto e o que permanece intocável é amor ou transforma-se em amor. Este é o terreno mais fértil e seguro que existe. O amor, qualquer forma de amor, como diz o poeta: qualquer forma de amor e de amar, vale a pena!
“A solidão exige competência” Essa é a frase que não quer calar nesse domingo em que o sol voltou a assumir o seu lugar e fazer brilhar essa cidade maravilhosa.
Essa frase brilha em minha mente como um anúncio em néon, e pisca, e me chama e me comove, remetendo-me ao verso da canção que diz: “Mas eu preciso aprender a ser só!”.
É difícil, mas nesse tempo em que as competências são testadas, exigidas, propagadas e colocadas em primeiro plano, não custa nada tentar.
Se vamos conseguir?
Ah! Isso só o tempo dirá.
Ai Ai, acho que não sou muito competente, não consigo me acostumar com a solidão. E olha que venho praticando bem. Adorei seu texto!
Beijos,
Fê
É Sônia, a solidão dói. Exige competência mesmo. Eu, particularmente, não a tenho. Mas sou boa aluna na vida e tento aprender a sentir prazer na minha própria cia. Alguns dizem “antes só que mal acompanhada/o “, mas na maré do viver penso, às vezes, exatamente o contrário.Depois re-penso e chego a conclusão que nascemos e morremos sozinhos como disse o personagem com 11 anos de idade de um filme(cujo nome não lembro como sempre)quando descobre o seu 1ºamor não correspondido. Beijocas