ORÁCULOS – parte I

 Oráculos - parte I

ORÁCULOS – parte I (Autoria: SÔNIA MOURA)

O oráculo = resposta dos deuses.
Em sua origem, a palavra Oráculo (do Latim Oraculu), significa resposta.

Oráculos – (respostas) só podem ser dadas por certos deuses, em lugares determinados, por pessoas determinadas e respeitando-se rigorosamente os ritos.

Oráculos também são as designações dos locais sagrados, (templos) para onde iam as pessoas, em busca de respostas divinas e da sabedoria oracular.

A divindade consultada ou o sacerdote ou sacerdotisa pítia (pitonisa, sibila) encarregado (a) da consulta à divindade e de transmitir as respostas dos deuses, eram também chamados oráculos. Só a eles era permitido fazer predições, por meio de inspirações, oriundas da conexão com os deuses. Geralmente, a consulta era sobre uma dúvida pessoal, referente, quase sempre, ao futuro.

Contemporaneamente, para algumas correntes filosóficas ou científicas, os oráculos são meros instrumentos de auto-investigação psicológica, concentração, meditação ou autoconhecimento.

A obtenção do oráculo (título/poder) se assemelhava a um culto, pois interpretar as respostas dos deuses, que se exprimiam de diversas maneiras, exigia, na maioria das vezes, um aprendizado.

Para estar em contato com o deus, num aspecto ctônico (relativo à terra, por vezes são também denominados “telúricos” (do latin tellus), os iniciados deviam dormir no chão, andar descalço e não lavar os pés. A eles era atribuída a crença de que tal inspiração nascia, literalmente, do entusiasmo, isto é, o fato de ter deus em si.

Mitologicamente, o “terreno”- designa ou refere-se aos deuses ou espíritos do mundo subterrâneo, por oposição às divindades olímpicas.

A teologia denomina oráculo como a verdadeira revelação divina, a palavra de Deus e de seus profetas; ou seja, é uma verdade infalível, irrefragável, irrefutável.

Manteia, Mântica (grego: arte do vidente; -mancia)- capacidade de prever o futuro de modo extra-racional. A mântica tem por objetivo a percepção do saber e da vontade de entidades superiores para orientar o agir humano. Divide-se em:

1- Mântica indutiva – percebe o saber e a vontade do ente superior de modo direto, por exemplo, a utilizada em Delfos, em que Apolo fala diretamente por intermédio de sua Pitonisa.

2- Mântica intuitiva – tenta perceber o saber e a vontade do ente superior através de elementos que indiretamente revelam as coisas ocultas, aquela em que o mántis procede por conclusão, por interpretação, examinando determinados fenômenos, tais como o fogo, analisando o movimento das chamas, sua coloração; o vôo das aves; examinando o fígado das vítimas; os sonhos, a interpretação das cartas do tarô, a leitura dos búzios.

3- Mântica por incubação* -o consulente deitava-se no chão, normalmente num recinto sagrado tinha sonhos, que eram interpretados pelo mántis.
[*Incubação (prática de uma pessoa dormir num lugar sagrado para obter revelações)].

No entanto, todas as formas divinatórias eram canônicas e ortodoxas e, não raro, certamente uma questão de gosto, de “devoção” ou de possibilidades e meios político-econômicos.

 Os principais oráculos são:

Oráculo de Júpiter: é o mais antigo oráculo grego que teve repercussão até a época do cristianismo. Localizava-se em Dódona – Épiro e era dedicado a Zeus (primeiro deus-adivinho).

Oráculo de Apolo: Era o oráculo grego mais famoso que se localizava em Parnaso-Delfos. Foi atribuído a vários deuses, mas determinou Apolo como único. Para receber as inspirações divinas, elegeram a sacerdotisa Pitonisa que inalava os vapores e falava palavras que eram interpretadas pelos sacerdotes.

Afrodite era consultada em Pafos, vila de ilha de Chipre, e se expressava nas entranhas e no fígado das vítimas sacrificiais.

Asclépio e Anfiarau, por incubação, davam conselhos terapêuticos aos consulentes, que deviam passar pelo menos uma noite no santuário, e a resposta vinha na forma de sonho a ser interpretado.

Na Grécia antiga, as mulheres menstruadas eram consultadas como oráculos. Seus sonhos, pensamentos e opiniões eram altamente respeitados e levados seriamente em consideração.

*Palestra proferida na Universidade Cândido Mendes em 2008.*

Um comentário sobre “ORÁCULOS – parte I

  1. Melissa disse:

    Olá Sônia! Estou respondendo uma pergunta para a Seção Oráculo da superinteressante. Preciso da sua ajuda, você poderia enviar seu contato para o meu email para conversarmos?

    Obrigada,
    Att,

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *