NO SEU DEVIDO LUGAR

 

 

 derrota

 

 

 

NO SEU DEVIDO LUGAR
(Autoria: SÔNIA MOURA)

Faz muito eu já aprendi
A não falar sobre minhas derrotas
Aprendi a mastigá-las, ruminá-las e
Depois, calmamente, degluti-las!

Muitas de minhas derrotas são jovens
A brincar com a vida
Precisam ser cuidadas, educadas,
Por isso, as coloco numa boa escola
Não as deixo partir sem um ensinamento
Não as deixo ao relento
Porque estas precisam amadurecer e entender
Que a vida foi feita para se viver!

Minhas derrotas de amor
Destas, eu não falo mais, nunca mais
Elas doem na alma
Doem no corpo
Doem nos ossos
Estas são osso duro de roer
Então, eu as embalo por um tempo
Depois, numa cerimônia- funeral
Jogo-as ao vento
E… tchau!

Outras derrotas vêm me ensinar
Brigo com elas, reluto,
Dificulto-lhes a vida
Juro me vingar
Depois, volto para mim,
Olho minha casa, minha vida
Volto para a lida
Sorrio e… me ponho a cantar!

Colocadas em seu devido lugar
Elas se calam
Elas se olham
Elas se falam
Elas se molham
E, depois, viram pó!

(Do livro: POEMAS EM TRÂNSITO de Sônia Moura)

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