No reino dos desencantados

No reino dos desencantados (por: Sônia Moura)   castelo

Num reino não tão distante, um reino em que quase todos estão sempre desencantados, um rei declarou que o problema da crise dos bancos daquela aldeia global foi provocado por um grupo que domina todo território do planeta e disse que este grupo tem os olhos azuis.

Todos entenderam o que ele quis dizer: o poder econômico está mão de muito poucos, enquanto a pobreza é a companheira de muitos.
Mas, como havia inimigos do rei, estes inimigos começaram a criticar o rei e a deturpar suas palavras.

A coisa piorou muito, quando o audacioso rei teve a coragem de dizer que nunca soube que um homem de pele escura fosse dono ou mesmo presidente de qualquer banco de alguma província.

Estas declarações causaram um total rebuliço naquele reino não tão distante, onde alguns desencantados viviam espalhando a desilusão, ainda mais que, era a primeira vez, que alguém botava a única  verdade absoluta: o poder econômico está nas mãos de poucos.

Mais uma vez, os inimigos queriam crucificar o rei, mas como estava muito perto das comemorações da Páscoa, quando segundo uma das religiões do reino, um rei verdadeiro ressuscita, eles desistiram, acho que ficaram com medo.

Assim sendo, os inimigos do rei espernearam, mas tiveram que engolir a verdade, aquela que cisma em ficar escondida, mas, tal gato com o rabo de fora, sempre aparece.

Ainda bem que este fato não ocorreu no meu país e sim, naquele reino nem tão distante assim, lá onde os seus habitantes têm a auto-estima baixíssima e, por isso, mesmo quando tudo parece que vai dar certo ou mesmo quando tudo está dando certo, eles insistem em dizer: aqui nada dá certo!

Ufa, ainda bem que no meu reino as coisas são bem diferentes.

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