FIOS DA MESMA MEADA

FIOS DA MESMA MEADA       (Autoria: SÔNIA MOURA)

Sabendo-se que um texto nunca está pronto, concluído, para prosseguir fomentando a geração de outros textos, a efetivação do diálogo entre autor/leitor constitui um modo de diluírem-se as máscaras entre estes e entre a leitura e a escrita, quando tudo pode ser reformulado por meio da interlocução.

O texto escrito ou falado apresenta-se como uma forma de fazer artístico, construído pela língua, este instrumento de arte, que dá destaque ao caráter artístico-estético do texto como forma de ordenação do mundo, por meio da leitura, um dos elementos fundamentais para a construção do contexto sócio-cultural dos povos.

A base de nossa percepção do mundo dá – se pela palavra, oral ou escrita, é através dela que as representações culturais de um povo se perpetuam, se multiplicam, se modificam e não morrem, mas podem modificar-se, cedendo espaço ou lugar a novas formas de contar histórias.

As experiências individuais ou coletivas transmutadas em novas narrativas, reforçam conceitos, ideologias, denúncias, circulam de boca em boca, de texto em texto, consagram mitos e ritos, contaminam, ensinam, registram, agitam, metamorfoseiam – se em arte, uma das mais eloqüentes e inquietantes produções do homem, para transformar homens, idéias e ideais.

Deste modo, através de sua arte, o artista interfere, modifica ou (re)forma o meio em que vive, dá –lhe novos formatos, novas interpretações e significados, este é o principal sentido da obra de arte – sua intervenção no processo histórico social e na própria arte.

Então, é esta interação entre o autor e o leitor que irá permitir a educação para a percepção artística e a percepção de mundo, ao mesmo tempo que estimulará a exploração dos meandros da mente.

Ao ler um texto, manifestamo-nos, expressamo–nos pelos saberes incrustados em pedras culturais, pelas influências que permeiam o nosso ambiente e por normas ditadas em um determinado tempo, porque a arte desperta no indivíduo o seu próprio processo de sentir, de agilizar a mente, de ampliar a imaginação, rompendo limites impostos.

E, deste ato de rebeldia, a proposta do novo, pela conjunção da leitura de um texto e a interpretação que dele se faz, que se vale a criação textual, para fomentar a interação dialética entre literatura e sociedade, e do qual se vale o leitor para transformar ou criar mensagens, quando este faz leituras contextualizando-as com os vários mundos criados pela produção textual.

(Autoria: SÔNIA MOURA)

                                                       novelo de lã

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