CORPOS CELESTES (Autoria: Sônia Moura)
Ainda hoje sinto saudade do seu abraço
Ainda ouço sua voz solta na madrugada
A me dizer baixinho:
– Sou louco por ti, pequenina!
Enquanto seus braços, de mansinho,
Qual dois ramos da videira,
Me enlaçavam, me envolviam
Me puxavam para junto do teu corpo
Neste momento, nossos corpos celestes
Se mudavam para um céu aqui na terra
E nos amávamos na madrugada escura
O cheiro do amor se espalhava pelo quarto
Dormíamos imersos numa felicidade pura
Ainda sinto o teu calor a me aquecer
Só não consigo te esquecer
Preciso ver você
Preciso ter você
Mas como te encontrar?
Como?
Peço aos deuses que me honrem com tua presença
Rogo aos anjos que me ajudem a te encontrar
Imploro aos orixás que me permitam, mais uma vez
Te amar, te amar, te amar…
(Do livro: POEMAS EM TRÂNSITO de Sônia Moura)