DITIRAMBO

baco (1)

DITIRAMBO (por Sônia Moura)

 

Esse canto é pra você, amigo Baco,

Pois você é dos meus,

Menino do balacobaco!

 

Alguns querem lhe condenar

Mas não sabem do seu passado

Sua família era de amargar,

Era tanta confusão

Que nas coxas do papai Zeus,

Você foi parar

E lá, acabou de se criar

 

Mesmo assim seguiu em frente

Rindo do falatório das gentes

Muito vinho, muito riso

Mas nada de muito siso

 

Na Grécia foi Dionísio

E teve outros nomes mais

Sua vida era um folguedo

Coisa séria era brinquedo,

Transas a todo vapor

Com alma de menino viril

Ás vezes, uma menina gentil

Ainda assim

Dizem que você, amigo Baco,

Não tinha nada de fraco

Era espada, era demais!

 

Festas, danças, bebedeiras

Eram muitas bacanais

Nas Dionísias urbanas

Fossem gregas ou romanas

Eram flautas a soar,

Dançarinas de se admirar

Com máscaras a coreografar

A alegria era certa

A orgia era um fato

Dizem, amigo Baco,

Que daí nasceu o teatro

 

Agora, falando sério,

Sério?

Baco está a gargalhar…

 

Levar a vida na boa

Deixar de sofrer à toa

Viver a vida de fato

Com alegria e sem recato

Baco, querido Baco,

Não é mesmo o seu retrato?

 

(Da obra: Coisas de Adão e Eva, de Sonia Moura)

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