SABER e PODER – I (por Sônia Moura)
Com os recursos da ciência e da tecnologia encurtam-se as distâncias, há trocas constantes de conhecimentos, de hábitos culturais, de maneiras de pensar e de trabalhar. A globalização e a cultura da informação aliam-se e exigem polivalência de atitudes, de conhecimentos, de intelecto.
Tudo muda muito rapidamente, então, a escola também precisa mudar, mas enfrentar mudanças, arrumar a casa significa mexer em lugares, em coisas e até mesmo mexer com pessoas.
Mudar é sinônimo de transformar, deslocar, converter, substituir, variar, modificar, inovar e, por vezes, divergir[1] – ISTO INCOMODA, mas quando é preciso e urgente, há que se enfrentar e mudar.
MUDAR à Por quê? Para quê? à Para atender aos desafios da sociedade, que hoje exige, por exemplo, que a escola conscientize o indivíduo de que sua educação deverá ser educação permanente, uma escola que proporcione a seu aluno uma formação abrangente, uma educação que se volte para a criatividade, para a invenção, para a reflexão, para a formação da cidadania, para uma visão holística do mundo e de si mesmo. Então há uma saída: a promoção das mudanças de paradigmas.
Um dos paradigmas que necessita urgentemente sofrer profundas mudanças é o poder advindo dos cânones escolares, reprisados por seus professores, por suas maneiras de ministrar aulas, por suas regras impositivas, por suas formas de avaliação e por sua condução da transferência e troca dos saberes, do conhecimento.
Na escola, cabe ao professor saber lidar com o poder que lhe é conferido pelo sistema educacional, para que em qualquer nível de ensino, a educação esteja voltada para a aprendizagem e não para o adestramento do indivíduo.
(Trabalho apresentado em 2007 – FGV)
[1] Significação contida no radical latino muto,as,avi,arum,are [Houaiss, Antonio. Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Obejtiva, 2001 p. 1973.]