A BELEZA VOOU COM O VENTO (Autoria: Sônia Moura)
Eram todas lindas, muito lindas
Sentadas na roda gigante
Com seus cabelos ao vento
Espetáculo mirabolante!
A roda começou a girar
Lentamente, mansamente
E as lindas moças sentadas
Olhavam um sol sorridente
O giro foi aumentando
Os cabelos arrepiando
E o sol pálido ficando
Tudo estava mudando
– Alguém pare esta roda,
Gritou a primeira voz
– Isto mesmo, gritaram todas
Tenham pena de nós!
Rolando sua engrenagem
A roda feroz prosseguia
Fazendo um barulho danado
Enquanto ria, ria, ria…
Assustadas, descabeladas
Com as faces desbotadas
As lindas feias estavam
Perderam a maquilagem
Perderam toda coragem
Perderam o brilho e o fulgor
Seus rostos outrora lindos
Agora eram só pavor
E, de repente,
Uma delas foi ao chão
Um tombo feio que só,
E a bela descabelada
Chorava que dava dó
Mas qual!
Tudo não passou de um sonho
Daquela que achava que ser bela
Era a maior das virtudes
E a melhor coisa do mundo
Mas, aquele sonho mostrou a ela
Que a beleza como o vento
Se desfaz em um segundo.
(Do livro: Brincadeira de Rimar de Sônia Moura)