PROTEGER, MAS, SEM EXAGERO! (por SÔNIA MOURA)
“Pais, professores, cuidadores de menores em geral podem ficar proibidos de beliscar, empurrar ou mesmo dar “palmadas pedagógicas” em menores de idade. (…) A medida visa garantir o direito de uma criança ou jovem de ser educado sem o uso de castigos corporais ou “tratamento cruel e degradante”. Atualmente, a Lei 8.069, que institui o ECA, condena maus-tratos contra a criança e o adolescente, mas não define se os maus-tratos seriam físicos ou morais. Com o projeto, o artigo 18 passa a definir “castigo corporal” como “ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente”. Para os infratores, as penas são advertência, encaminhamento a programas de proteção à família e orientação psicológica.”
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/07/13
É claro que toda medida que se possa tomar para a proteção das crianças será sempre válida, além de ser necessário defendermos nossos pequeninos, o que aliás já o faz o Código Penal e o Código Civil, no entanto, a notícia amplamente divulgada pela imprensa sobre a atualização do ECA – a “proibição da palmada” – leva-nos a pensar e questionar se falta à maioria dos pais bom senso, sensibilidade e intuição para educar seus filhos? Cremos que não.
Até aqui, a história nos mostra que a maioria dos pais, errando e/ou acertando, procura fazer o melhor por e para seus filhos, assim, todo cuidado é pouco, uma vez que podemos observar que com tantos “não pode”, os pais contemporâneos andam “pisando em ovos”, não sabem que caminho seguir, sentem-se encurralados e constrangidos para desempenhar a tarefa de educarem seus filhos, estas dúvidas, incertezas e inseguranças só provam o quanto a maioria dos pais quer o melhor para os seus filhos.
Claro que bater sistematicamente em uma criança, ainda que esta forma de castigo sejam as palmadas, não é aceitável. E, é óbvio, que maus tratos, sejam eles físicos, como espancar uma criança ou depreciá-las por meio de palavras inconvenientes ou degradantes é algo abominável, portanto, cabe ao poder público e social proteger a criança contra qualquer situação que a coloque em risco no presente, além de prejudicar o cidadão na idade adulta, pondo em risco o seu futuro, por conta de traumas adquiridos na infância, por esta ter sido desassistida e/ou maltratada.
No entanto, devemos tomar cuidado para não exagerarmos na dose destes cuidados, pois, certamente, o resultado também poderá ser traumático para a sociedade.
Criança precisa de limite, aliás, ela quer limite, é bom para ela e para a sociedade, não vamos nos iludir, excesso de proteção pode formar adultos que não conseguirão lidar com a realidade deste nosso mundinho cheio de armadilhas e dificuldades; sucessos e fracassos; tristezas e alegrias.
Educar é, foi e sempre será uma tarefa difícil, muito difícil, todos que têm a missão de formar um cidadão para o mundo, sabem o quanto é árdua esta tarefa, logo, como pais ou como representantes da sociedade tenhamos bom senso para darmos educação e amor em doses mais próximas possíveis do nível desejado.
Olá Sônia, belo texto…Espectacular….
Cumprimentos