POEMA PÓS-TUDO de AUGUSTO DE CAMPOS – parte II(

 

POEMA PÓS-TUDO de AUGUSTO DE CAMPOS – parte II(Autoria: Sônia Moura)

 

1 – CONCRETISMO –  breve relato     POEMA PÓSTUDO de AUGUSTO DE CAMPOS

             O concretismo teve a intenção de criar um poema que fosse OBJETO/MENSAGEM, inscrito no contexto da vivência das transformações da época.

              Os poemas eram apresentados dentro de estruturas próprias e visuais com formas de geometrização, formas estas antagônicas aos recursos poéticos tradicionais de então, ou seja, a velha estrutura sintático-discursiva do verso.

              Foi um movimento poético com posição vitalizante, sua poesia tem criação conteudística e de forte impacto visual.

              Este movimento vanguardista tem sua apresentação oficial em 1956 – I EXPOSIÇÃO DE ARTE CONCRETA e, em 1958, com a publicação do “PLANO-PILOTO PARA A POESIA CONCRETA”, na edição da revista NOIGRANDES (segundo Augusto de Campos, NOIGRANDES significa “antídoto contra o tédio”), em que se divulga a teoria do movimento.

               Mas a expressão Poesia Concreta já aparece em um artigo de Augusto de campos, em 1955, na revista FORUM (pág. 243 – MAI).

              Seus autores de maior destaque são Augusto de Campos, Haroldo de Campos, Décio Pignatari (iniciadores do movimento) José Lino Grünewald, Ronaldo Zeredo, José Paulo Paes, Edgar Braga e Pedro Xisto.

              O Concretismo pretende mostrar, de modo radical e inovador, a diferença entre poesia e prosa.

               Fazendo uso de uma comunicação de impacto, de percepção imediata, seguindo os passos da publicidade e das artes gráficas, afasta do poema a unidade poética linear –  o verso -, o subjetivismo de expressão ou de representação, qualquer forma de mistérios, conotações semânticas e uso de símbolos.

               Propõe uma poesia sintática, objetiva, que represente por si mesma a mensagem sem relações com nada exterior a ela.

                A poesia concreta é ousada (agregando significâncias), é visual (desarticulação do verso ortodoxo), é fragmentação (para uma representação), é vivenciada (estrutura ótico-sonora). 

 O poema concretista é projetado no branco da folha (espaço), numa relação visual significativa com os caracteres tipográficos dos signos e também troca o suporte tradicional (verso, estrofe, metro, rima), por uma sintaxe espaço-temporal, o que vai impedir uma leitura linear e permitir a visualização dos conteúdos e uma unidade espaço-temporal com significações verbais (verbi), musicais (voco) e plásticas (visual), gerando a unidade VERBIVOCOVISUAL, em que as palavras se organizam em constelação pelo uso de sintaxe analógica e pela aproximação de palavras, em geral sonora e visualmente semelhantes, desaparecem as relações lineares, estabelecidas pelos conectivos gramaticais, gerando a correspondência SEMÂNTICO-SONORO-GRÁFICA.(AUTORIA: SÔNIA MOURA)

Um comentário sobre “POEMA PÓS-TUDO de AUGUSTO DE CAMPOS – parte II(

  1. Paulo disse:

    Boa tarde Sonia. Eu estive lendo o teu blog, gosto muito de poesia concreta e poesia visual, me interesso muito pelo Noirgandes e os precursores desse movimento. Eu gostei muito dessa sua foto de três pessoas… Eu gostaria de saber se é a foto do Haroldo e Augusto de Campos e Décio Pignatari? Eu procurei por fotos dos três, mas nunca obtive… Você poderia me auxiliar? Teu blog é rico para quem gosta de poesia, muito bom. Parabéns!

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