Diálogos entre as cavernas de Platão e Saramago -INTERTEXTU[ATUAL]IDADES

 Diálogos dentro das cavernas de Platão e Saramago - INTERTEXTU[ATUAL]IDADES

   Diálogos entre as cavernas de Platão e Saramago – INTERTEXTU[ATUAL]IDADES

   (Autoria: Sônia Moura)

 

Uma obra nunca pertence a um só autor, a um só “dono”, uma vez que este autor “associa-se” a outros autores, leitores, textos, citações, ditos populares e a intertextualização acontece, acrescentando algo novo à nossa compreensão, apreensão e interpretação da obra literária, formando, então, uma nova corrente relacional na qual valores, tempos, espaços, personagens se encontram dando novos recortes teóricos aos textos, aproximados por uma aliança feita de polivalências e de polissemias, enriqueceras da narrativa.

A presença efetiva de um texto dentro de outro texto , as influências e confluências resultantes deste encontro não tiram, certamente, o comando do texto principal, pois em A Caverna, obra de José Saramago,  todos as intervenções de citações, frases feitas, anexins ou provérbios servem para destacar peculiaridades, assim como os dados postos como referências associam – se ao texto principal, cuja narrativa herdou-lhes sentidos lingüísticos e históricos, virando-os pelo avesso, esmiuçando-lhes e ampliando-lhes significados, apontando-lhes caminhos, invertendo –lhes perspectivas, subvertendo-lhes a ordem.

  Assim, Revitalizados dentro de nova estrutura textual-  A Caverna de Platão e A Caverna de Saramago são narrativas que permitem a interação dialógica, entre textos em que a forma de (re)transmissão de conhecimentos, de transgressão, de retomada de conhecimentos, denominada intertextualidade, ajuda- nos a participar de uma articulação arquetípica de sentidos e a inter-relação de significados, acessórios imprescindíveis, deixam fluir leituras inovadas e inovadoras, novos sentidos, novos sabores  e novos saberes.

A intertextualização entre as obras citadas acontece, por exemplo, quando observamos que na Caverna de Platão, a fogueira nunca se apaga, ao mesmo tempo, nos Centros (shoppings) as luzes também nunca se apagam… A intertextualidade da luz e da sombra, desviando-se dos duplos sentidos, dá realce à alegoria das cavernas e nos faz perguntar:

Seremos nós prisioneiros da sombra ou da luz? Seremos como as galinhas poedeiras que nunca sabem se é noite ou dia, por isto põem ovos sem parar? Assim, também, nós, consumidores, consumimos sem parar (ou nos consumimos sem parar).

Ou, acorrentados na Caverna de Platão ou na Caverna – Centro de Saramago, somos soldados aprisionados, e nossa tela plana é a parede da Caverna ou são as vitrines do Centro, nas quais drama, tragédia e comédia estão separados apenas pelo tempo?

 

(Parte do trabalho apresentado – UFF)

 

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Um comentário sobre “Diálogos entre as cavernas de Platão e Saramago -INTERTEXTU[ATUAL]IDADES

  1. Recentemente, lancei o livro – O filosofo de Jatai(onde nasci) e a Caverna de Platao.
    É pena que Saramago nao da nenhuma esperança de sair dessa (eterna) caverna- dai a filosofia e a neurociencia tentam.

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