BARBÁRIE

“Uma jovem de 15 anos havia sido presa com vários homens que a violentaram, em uma cela de Abaetetuba.”

“Um adolescente de 16 anos com deficiência mental foi estuprado por vários presos na prisão de São Miguel do Guamá“, cidade situada cerca de 260 quilômetros a oeste de Belém.

O sangue e as lágrimas escorrem pesarosos.

Quem dera ESTE HORROR fosse  apenas um dos mais absurdos e horrendos pesadelos. Mas não, isto é verdade, aconteceu mesmo e…

E… o que será feito contra esta barbárie?

TRISTEZA! TRISTEZA! TRISTEZA!

Queira Deus não tenham esfacelado as almas dessas crianças a tal ponto que não se consiga salvá-las, pois seus corpos já se encontram mutilados.

HORROR! HORROR! HORROR!

Tantas pessoas envolvidas, tantos sabiam o que estava (ou está, quem sabe?) acontecendo. Gente que tem o DEVER e o DIREITO de proteger a população e compactua com esta INSANIDADE.

Homens e mulheres poderosos e que nada fazem, pois, os estuprados, humilhados, injustiçados são apenas “filhos dos outros” e, principalmente, são “POBRES”.

VALEI-NOS DEUS! É o fim!

Sanguessuga

 

 

Atenção!

Tão perigosa quanto  qualquer facínora ou assassino é a pessoa que:

1- Nunca agradece, ainda que o outro lhe preste o maior dos favores.
2- Nunca tece um elogio, ainda que o outro  esteja com aquela roupa deslumbrante.
3- Nunca enaltece o próximo, ainda que o outro tenha sido premiado com o Oscar.
4- Nunca qualifica o próximo, ainda que o outro tenha conseguido o Nobel.
5- Nunca encontra uma palavra de carinho, ainda que o outro esteja precisando muito.

CUIDADO!

Essa pessoa pode até sorrir para você, mas, afaste-se dela, ou melhor, fuja dela, ela é uma verdadeira sanguessuga, é também uma esponja poderosa que lhe rouba a energia e a auto-estima, pois, pior que um facínora, ela rouba sua alma, mata seus sonhos, desmerece-a aos olhos alheios e desatentos (nem sempre se tem chance de mostrar o contrário do que este tipo de gente apregoa), por uma única razão: ELA SE SENTE INFERIOR A VOCÊ!

Eco Lógico

De repente, os versos de uma canção infantil espalharam-se pelo mundo. Os versos eram repetidos por todos os continentes e nos mais diversos idiomas.
A canção dizia assim: “Um dois, feijão com arroz, três quatro, feijão no prato!”
Cada vez mais alto, estes versos iam-se alojando nos ouvidos de quem quisesse ouvir o seu clamor.
Outras vozes iam se juntando e formando um grande bloco de vozes, era um verdadeiro eco lógico a pedir

                                                SOCORRO!

Oxalá o mundo ouça essas vozes, antes que seja tarde demais.

Recado ao Guimarães

Grande Rosa

Você poderia me explicar como pode o seu texto ” ser tão” rico e “ser tão”  pontilhado por saborosas veredas que nos levam a viajar, a sonhar e a embrenhar-se na grande aventura da escrita?

Esperando, ansiosamente sua resposta, deixo a você,

um grande abraço cor de Rosa.

Cacos

Ontem fui a um encontro de sempre
Com os amigos de sempre
Apenas o lugar, desta vez, não era o de sempre

Descobri que o tempo é como uma vassoura
Que vai varrendo os cacos de nossas vidas
Selecionando o que vai ficar e o que ele vai levar

Há cacos que o tempo varre para debaixo do tapete,
Outros, ele varre para longe,
E nem mesmo a imagem desses cacos voltará

E há também aqueles
Que nem o tempo consegue descartar
Porque esses se escondem num canto de nossa memória
Driblando o tempo e
Fazendo-nos lembrar do que fomos,
Do que tínhamos e do que perdemos

Cacos de uma vida que,
Certamente, nunca mais vai retornar

À saída, juntei os cacos que podia juntar,
E fui embora com a quase certeza de que
Desse encontro, nunca mais vou participar

Conseguirei?
Só o tempo dirá

(Do livro POEMAS EM TRÂNSITO de Sônia Moura)

Eco de aço

O som oco do eco era ouvido como se fosse aço
Penetrava na caverna labiríntica da saudade
Trazendo à lembrança uma antiga presença.

O choro descendo
E alguém me dizendo:
– Paciência
– Paciência?
– Ah! Tenha clemência!
Foi só o que pude falar

Eco oco de aço insistente
Martelando a minha saudade
Até achatá-la
Mas não para matá-la,
Como quero eu

O que faço
Com este eco de aço?
Rechaço?
Afasto?
Ou
Acolho e dele me sirvo
Para amenizar a minha dor

de amor?

(Do livro POEMAS EM TRÂNSITO de Sônia Moura)

Dois fãs e um herói

MáscarasVejam como a máscara pode servir a dois propósitos tão diferentes:

I – Sem tirar a blusa do herói preferido, o homem-aranha, Riquelme Wesley dos Santos, de 5 anos, não pára um minuto. Muito menos para dar entrevistas e repetir mais uma vez a história que o projetou da pequena Palmeira, em Santa Catarina, para todo o Brasil.
Na sexta-feira (9), o menino entrou na casa em chamas de uma vizinha, e salvou a filha dela, de 1 ano e 10 meses. Segundo os bombeiros, na hora ele teria gritado que é o homem-aranha. [12/11/2007]

II – Com uma máscara do Homem-Aranha, um jovem de 25 anos assaltou uma joalheria nesta sexta-feira (23) em Araçatuba, cidade distante 530 km de São Paulo. Apesar de ter conseguido pegar 26 relógios, ele foi descoberto pelo sistema de alarme, que soou. O homem acabou preso. [23/11/2007]

Em sua origem etimológica, a palavra máscara pode significar: maschera(árabe); masca(latim) = “demônio”; mashera>mashara (italiano) = bufão; maschera> mashara> masca>máscara = bruxo, feiticeira (origem celta, germânica), pode significar também: pessoa (persona- lat.), emoção; alma (seele – alemão), monstro (grego).

Será esta uma  confirmação do antagonismo escondido pela palavra máscara?

A moça e o touro

 Angelina era uma moça tão doce, mas tão doce, que alguns diziam que sua doçura chegava a enjoar. Mas Angelina era assim mesmo, parecia viver em outro mundo, não se enquadrava nos ditames dos novos tempos, que ela achava serem tão frios. E assim seguia a vida.
A moça resolveu que seria veterinária e estava certa. Escolhera a profissão certa, pois, se os humanos não a compreendiam, os animais pareciam não se importar nem um pouco com aquele seu jeito fora do tempo.
Angelina não se importava  muito com as questões da moda, só não abria mão do seu cordão, de onde pendia uma conta âmbar, que, diga-se de passagem, era linda mesmo.Presente da mamãe.
Angelina foi trabalhar no interior, servia às fazendas, ajudando bois, vacas, cavalos, enfim, ajudando a bicharada a viver melhor.
Na fazenda Rosa de Ouro, havia um touro que era lendário por sua braveza. Um dia a veterinária foi chamada para examinar Bloqueado, o touro bravo. Avisaram a ela que o bicho não era de brincadeira. Angelina sorriu e foi até lá.
A moça, mansamente, foi- se aproximando do animal. O touro bravo riscou o chão, bufou, babou, mas a veterinária continuou serena, enquanto dizia palavras suaves, cantarolava, sorria.
Foi aí que todos ficaram boquiabertos. Bloqueado foi amansando, amansando e Angelina chegou pertinho, o mel que escorria de suas palavras e de seu cantar, acalmaram o touro. A vida é mesmo cheia de surpresas. Bloqueado até permitia à moça montar em seu dorso e saía, mansinho, orgulhoso que só.Tornou-se famosa, todos queriam aquela doce menina cuidando de seus bichinhos.
Moral da história: Os animais entendem bem mais a bondade e a doçura que os seres humanos, pois estes, delas têm medo.

[Do livro CONTOS E CONTAS, de Sônia Moura]

Promessas

Um novo ano estava para começar e Mirella tomou uma decisão, estava segura e anotou na agenda: 1 – Suavizar as marcas do tempo e melhorar a pele; 2 – Clarear os dentes; 3 – Fazer exercícios; 4 – Passear mais; 5- Fazer aula de dança.
Fechou o caderno, precisava arrumar-se para ir ao cinema com as amigas.
Vestiu um vestido branco; calçou o sapato azul celeste; apanhou seu cordão com um conta azul turquesa e os brincos dourados e saiu.
O filme as fizera rir muito, saíram do cinema mais leves. Foram a um bar, sentaram-se ao lado de um casal de namorados que pareciam bem apaixonados. De repente chegou um homem e sentou-se com o casal que já estava conversando com Mirella e suas amigas. As apresentações foram feitas, o homem gostou de Mirella e, a partir daquele dia, começaram a namorar.
As marcas do tempo foram aos poucos tornando-se suaves, o sorriso estava mais radiante, os dentes pareciam brilhar mais; Mirella passou a movimentar-se muito, mesmo sem ir à academia, os finais de semana eram feitos para os mais interessantes passeios e um deles era dançar com Alfredo, o novo namorado e seu parceiro de dança.
O ano novo chegou e Mirella esqueceu-se totalmente de seguir os passos que anotara na agenda.

(Do livro CONTOS E CONTAS, de Sônia Moura)