Receita maravilha

 Receita maravilha

Receita maravilha

Bolo: Felicidade não é ter, é ser!


Ingredientes: sua essência, seu querer, sua confiança [quantidade necessária]

Modo de agir:

Primeiramente, seja menos exigente com você, só então, junte os ingredientes, faça as pazes com sua autoestima, colocando um tanto de carinho em sua conta especial, em seguida, diminua as expectativas, não espere muito, só assim entenderá que conseguirá o que, de fato, for importante, acrescente a tudo isso, a certeza de que você pode tudo o que quiser.
Deixe dourar com o calor de sua vontade da sua mente e sirva-se à vontade.

TEMPO ESGOTADO

Tempo Esgotado

TEMPO ESGOTADO (por Sônia Moura)

O tempo nunca se esgota.
Mas, como não podemos controlá-lo e também não podemos ser testemunha de todos os tempos, fingimos dominá-lo, inventando histórias sobre ele.
Não se tira a última gota do tempo e muito menos podemos bebê-lo até a última gota, da mesma forma, não podemos tirar dele todo o seu conteúdo.
Por mais que se escreva sobre o tempo, seja teoricamente, seja romanceando-o, seja poetizando-o, nunca conseguiremos drenar-lhe toda a essência, porque ele se desdobra, se refaz, se renasce, recriando suas trajetórias, ainda que pareça ser o mesmo.
E, de fato, é o mesmo para todos e completamente diferente para cada um, assim, ninguém conseguirá domá-lo, somente ele se enquadra nessa categoria “totalmente indomável”, só por meio dele se consegue contar e recontar histórias, falar das loucuras e das paixões ou da loucura das paixões.
O tempo é um sobrevivente dele mesmo, por isto consegue extrapolar todos os limites de qualquer filosofia, de qualquer realidade, aliás, ele é o irreal do real, brinca de mostrar-se, escondendo-se, explica, confundindo e confunde explicando.
O tempo é, também, símile de si mesmo, por isso, esta impecável ordenação da vida, transformada em sensações, em concretudes, em abstrações, assim, dizem que nós construímos o tempo.
Cíclico, nos cerca e nos coloca em sua roda para dançar, fazendo-nos acreditar que estamos ali somente para gastá-lo, enquanto ele está a se doar.
Não controlamos o tempo, ele nos controla, não sabemos o tempo de chegar e muito menos o tempo de partir, mas, nossas sabedorias e religiões deitam conceitos sobre ele e esse retruca mandando de volta para todos um riso, ora zombeteiro, ora vingador, ora complacente.
Talvez, se conseguíssemos drenar-lhe os mais profundos sentidos, até que o dique dos dias e das noites secasse, quem sabe, ele iria se cansar, então, não saberia mais o que dizer, perderia as forças e se renderia, admitindo que não teria mais como se defender, aí sim, quem sabe, dissipássemos todas as dúvidas sobre esse “fenômeno” misterioso?
Pura utopia, depois de todo este tempo, seria tarde demais, porque o tempo já teria nos esgotado, há tempos…

[Prefácio da obra Tempo Absoluto e Tempo Relativo de Sônia Moura]

PARABÉNS, PROFESSORES!

parabéns, professores!

PARABÉNS, PROFESSORES!

  Sendo eu uma professora que conhece bem as glórias, as virtudes, as derrotas, as frustrações, as alegrias, os descontroles, ou seja, as fortes emoções a que estão sujeitos aqueles que exercem esta profissão, o que escrever sobre este dia, em que se comemora o dia do mestre?

 Creio que o melhor a fazer é falar sobre os mestres com os quais aprendi muito do que aplico em minha vida, e, saibam todos, não me refiro aqui às regras gramaticais, à resolução de equação e de raízes quadradas, à boa pronúncia de um outro idioma, a saber o nomes dos estados brasileiros e de suas capitais (hoje dizem que isto não tem lá muito valor, mas eu gostava de saber isto) ou qualquer outro ensinamento meramente restrito às disciplinas.  Não, hoje vou falar do que ficou tatuado na minha pele, no meu cérebro e na minha alma e que carrego comigo, não como um fardo, mas como um privilégio, sim privilégio por ter tido a sorte e a honra de ter convivido com estas pessoas, que, para mim, eram a representação do aprendizado especial sobre o que é a vida e como vivê-la com dignidade.

 A minha primeira professora chamava-se Adir da Conceição, hoje ainda a vejo como um modelo de força de vontade e dedicação, a professora Adir precisava dividir o quadro em quatro e dar aula para crianças de todas as idades e de todas as séries, deveríamos ser umas quarenta alunas em sala de aula e, pasmem, sem mochilas pesadas às costas, sem “muitos tudo pode”, decorando, sim, a tabuada e soletrando o bê-a-bá, chegávamos lá, e muito, muito bem.

 Depois vieram os professores do ginásio, são muitos, vou falar sobre alguns: Professora Elizabete, de geografia, com sua voz meiga, muito carinhosa, nos chamava de “florzinhas”, uma graça; professora Leda, de história que sabia contar histórias e nos premiava com o seu Livro de Ouro, todos podiam nele escrever, mas, quem tirava boas notas, tinha o privilégio de escrever com a caneta dourada da própria professora, era um orgulho só!

 Professor de Português: Renan Victória da Silva, grande mestre das letras. Professor Renan tinha um hábito, vivia remexendo na pedra do anel de grau (antigamente se usava isto). Um dia escreveu em uma de minhas redações: Dez (10,00), com louvor e honra! Nossa! Fui até as nuvens e voltei!

 O tempo seguiu e muitos outros mestres cruzaram o meu caminho, de alguns fui aluna, de outros, colega, e, com todos aprendi um pouco mais sobre a vida.

 Creio que eu, no exercício dessa digníssima profissão, também plantei boas sementes em muitos corações, e que estas boas sementes  estejam se multiplicando, em  outro solos.

(DES) AMOR

 (DES) AMOR

(DES) AMOR
Ouço alguém dar uma bela definição sobre o que é o amor de mão única:
“Amar sem ser amado é o verbo no tempo perdido”.

Convenhamos, nem mesmo o melhor dos gramáticos ou o melhor dos lexicógrafos daria uma definição tão contemplativa para esta composição verbal.

(DES) AMOR

CURVAS DE NIEMEYER

curvas de niemeyer

CURVAS DE NIEMEYER

Todas as curvas do mundo lembram Niemeyer: as curvas das praias, das estradas e das montanhas do Rio de Janeiro [aliás, onde mais ele poderia ter nascido?], as curvas das praças e avenidas do mundo, as curvas de igrejas, de museus, de palácios, de escolas que ele projetou pelo mundo e para o mundo, enfim, todas as curvas lembram Niemeyer.

Suas palavras: “A gente tem que se basear em convicções muito firmes para aguentar essa luta que a vida representa para o ser humano”, também deslizam pelas curvas do amor. E sua palavra maior, que começa com uma letra curvilínea “S”,  é que guarda todo o segredo da vida, para ele, a SOLIDARIEDADE é o maior de todos os tesouros: “A vida não é justa e o papel principal que justifica um pouco esse curto passeio é a solidariedade”.

Sim, todas as curvas do mundo lembram Niemeyer, principalmente as curvas do coração, as curvas de um coração que a tudo resistiu, as curvas de um coração que bateu por mais 100 anos, dentro de uma alma que sempre se  alimentou de solidariedade.

curvas de niemeyer

Esconder a tristeza, por quê?

Esconder a tristeza, por quê?

Esconder a tristeza, por quê? (autoria: Sônia Moura)

Tristeza tem fim, sim, só não adianta escondê-la.

Por que temos que “estar felizes” a qualquer custo e sempre? Por que não podemos mais entristermo-nos? Gente, a tristeza existe e é tão forte quanto a alegria, claro que preferimos a alegria à tristeza, mas, às vezes, a tristeza chega e não tem jeito.
Hoje em dia, querem nos convencer de que ninguém sofre, ninguém tem problemas, ninguém sente dores, especialmente as dores da alma, e, se alguém ousa colocar à mostra sua dor, logo, logo, é taxado de reclamão, dramático, chato.
Esta é a grande verdade, nos dias de hoje, não se pode mostrar a dor, o certo, dizem, é escondê-la debaixo do tapete, só que a dor é volátil, assim sendo, por qualquer fresta ele se esvai e se denuncia.
Não tem jeito, é a vida, e nela a dor aparecerá, mas como tudo ela não é eterna.

Esconder a tristeza, por quê?

CICLO DA CRIAÇÃO

CICLO DA CRIAÇÃO

CICLO DA CRIAÇÃO (Por Sônia Moura)

De repente, este poema surgiu no caminho do poeta e se agarrou em seu corpo, em sua mente e esta súbita presença fez nascer uma vontade incontrolável de o bardo tomá-lo nos braços.
Primeiro, veio uma palavra, meio tímida, mas determinada a não largar sua presa, entrelaçou suas garras nas pernas do poeta e por elas foi subindo, subindo…
Depois, outras palavras chegaram, estas, mais atrevidas, umas outras eram levadas da breca, e algumas se mostravam com uma dose gostosa de indecência. Em grupo foram se chegando, fazendo enorme algazarra e tomando conta desta casa que é feita de corpo, espírito e mente.
Estas ficaram ali conversando entre si, brigando entre si, se esbofeteando, mas, em seguida, foram se juntando, se esbarrando, se aceitando e nasceram versos, que foram se agrupando, se agrupando…
Ora touros na arena, se defendendo da provocação do poeta, ora serenas, aceitando os arreios, as palavras formavam fila e demarcavam territórios.
Assim as estrofes foram sendo compostas. Altaneiras, cheias de não me toques, diziam para as palavras e para os versos: – Estamos completas, aliás, somos completas.
Maliciosamente, o poeta sorriu para as estrofes, afagou os versos, bolinou as palavras, buliu com os deuses, e as divindades disseram a ele que poetar era a sua missão.
Então, embreando-se na floresta de palavras, decifrou a mensagem dos deuses da criação, catou cada palavra, grão por grão, eliminou do seu jardim as ervas daninhas, limpou o fundo do seu poço, e, com sua pena, mas, sem pena alguma, riscou o papel, rabiscou, apagou, emendou e enfim, nasceu o poema que nele se tatuou.
Ao final, exausto, mas feliz, o poeta lambeu a sua cria o quanto pode, conferiu-lhe traços poéticos, banhou-a nas águas de todas as metáforas, enfeitou-lhe os cabelos, e, por fim, deitou-se na rede a dizer: -Ufa, eta parto difícil!

(Da obra: SÚBITAS PRESENÇAS de Sônia Moura)

CICLO DA CRIAÇÃO

PALAVRAS DO GATO

PALAVRAS DO GATO

PALAVRAS DO GATO (por Sônia Moura)

O gato da história de Alice no País das Maravilhas, com seu sorriso enigmático e com sua incrível capacidade de aparecer e desaparecer (ou seja, quando desejava ficava invisível), não disse a Alice, menina perdida naquele país ou em seu sonhos, em suas fantasias ou em seu mundo particular, por qual caminho seguir:


Alice está perdida, andando naquele lugar e, de repente, vê no alto da árvore o gato. Ela olha para ele lá em cima e diz assim:

– Você pode me ajudar?

– Ele falou: Sim, pois não.
– Para onde vai essa estrada?, pergunta ela.
– Ele respondeu com outra pergunta: Para onde você quer ir?

. Ela disse: Eu não sei, estou perdida.”

Ante a indecisão da menina, deu apenas uma resposta breve:

– “Para quem não sabe onde ir, qualquer caminho serve.

– … desde que eu chegue a algum lugar, acrescentou Alice em forma de explicação.

– Oh, você vai certamente chegar a algum lugar, disse o Gato, se caminhar bastante.”

Portanto, ainda que não saibamos que rumo seguir, o melhor é ir em frente, assim, ainda que o percurso seja longo ou  se em algum momento,  nos sentirmos perdidos ou mesmo se formos chamados de loucos, sigamos em frente, pois, como o gato do sorriso sarcástico disse à menina Alice:

– “… somos todos loucos por aqui. Eu sou louco. você é louca.”
O “aqui”, a que se refere o gato, é o país das maravilhas da narrativa, mas, convenhamos, este nosso planeta com os seus contrastes e conflitos, não é mesmo o lugar de todas as maravilhas e loucuras?
Então, sigamos “adelante” e certamente chegaremos a algum lugar, basta que caminhemos em busca da realização de nossos desejos.

PALAVRAS DO GATO

AMOR VERDADEIRO II

AMOR VERDADEIRO II

AMOR VERDADEIRO II

Novamente no mês de abril
Uma fenda no céu se abriu
E eu recebi em meus braços
Uma menina tão linda
Que envolvi em abraços
Era a minha princesa
E, assim como o meu herdeiro,
Veio reforçar para mim
O que é o amor verdadeiro
Parabéns, minha filha.