Angelina era uma moça tão doce, mas tão doce, que alguns diziam que sua doçura chegava a enjoar. Mas Angelina era assim mesmo, parecia viver em outro mundo, não se enquadrava nos ditames dos novos tempos, que ela achava serem tão frios. E assim seguia a vida.
A moça resolveu que seria veterinária e estava certa. Escolhera a profissão certa, pois, se os humanos não a compreendiam, os animais pareciam não se importar nem um pouco com aquele seu jeito fora do tempo.
Angelina não se importava muito com as questões da moda, só não abria mão do seu cordão, de onde pendia uma conta âmbar, que, diga-se de passagem, era linda mesmo.Presente da mamãe.
Angelina foi trabalhar no interior, servia às fazendas, ajudando bois, vacas, cavalos, enfim, ajudando a bicharada a viver melhor.
Na fazenda Rosa de Ouro, havia um touro que era lendário por sua braveza. Um dia a veterinária foi chamada para examinar Bloqueado, o touro bravo. Avisaram a ela que o bicho não era de brincadeira. Angelina sorriu e foi até lá.
A moça, mansamente, foi- se aproximando do animal. O touro bravo riscou o chão, bufou, babou, mas a veterinária continuou serena, enquanto dizia palavras suaves, cantarolava, sorria.
Foi aí que todos ficaram boquiabertos. Bloqueado foi amansando, amansando e Angelina chegou pertinho, o mel que escorria de suas palavras e de seu cantar, acalmaram o touro. A vida é mesmo cheia de surpresas. Bloqueado até permitia à moça montar em seu dorso e saía, mansinho, orgulhoso que só.Tornou-se famosa, todos queriam aquela doce menina cuidando de seus bichinhos.
Moral da história: Os animais entendem bem mais a bondade e a doçura que os seres humanos, pois estes, delas têm medo.
[Do livro CONTOS E CONTAS, de Sônia Moura]
Já faz um bom tempo que, na MARRA , tentaram “civilizar” um negro batizado Francisco, mas que se imortalizou como ZUMBI, o Zumbi dos Palmares. O negro chamado Francisco aprendeu português e latim e ajudava na celebração da missa, cresceu forte e inteligente.



Na marra 1
Passeando na praça abraçados