ZUMBI DOS PALMARES (ou NA MARRA 2)

Já faz um bom tempo que, na MARRA , tentaram “civilizar” um negro batizado Francisco, mas que se imortalizou como ZUMBI, o Zumbi dos Palmares. O negro chamado Francisco aprendeu português e latim e ajudava na celebração da missa, cresceu forte e inteligente.
Aos quinze anos Zumbi foi para um lugar onde pudesse desfrutar do bem maior que a todos pertence: a liberdade. Neste lugar, logo se torna conhecido pela sua destreza e astúcia na luta. Chega aos vinte e poucos anos, como um estrategista militar respeitável, e, há um bom tempo, dizem que também, na MARRA, Zumbi tomou o comando do Quilombo de Palmares.
Talvez tenha sido num domingo, que um tal Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar uma invasão ao Quilombo dos Palmares, onde viviam negros e brancos, não importava, eram aceitos no Quilomgo, todos os excluídos.
Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares, Macaco, foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio Soares e, surpreendido pelo cap. Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos), na MARRA, mas na MARRA, mesmo, foi morto.
Cortaram-lhe a cabeça, salgaram-na, introduziram em sua boca um pênis, expuseram esta cabeça cortada em praça pública, tentando acabar com a crença de que Zumbi era imortal. Hoje se sabe que ZUMBI é imortal. Talvez sua imortalidade já comece pelo seu verdadeiro nome: ZUMBI, oriundo do africano quimbundo “nzumbi”, que significa algo próximo da palavra “duende”.
ZUMBI!ZUMBI!, guerreiro que dá orgulho aos descendentes da mãe África e a todos os brasileiros de bom senso, lutou por sua gente de pele negra, que no Brasil “clareou-se”, quando vieram os “mulatos”. Na MARRA precisavam branquear o povo, sem contar que tiraram dos negros uma de suas marcas da identidade, que estes traziam em lindos nomes africanos, com suas significações e simbologias. Mas não lhes tiraram o ânimo, por tanto, as almas.
Também, na MARRA, todos foram batizados;  na MARRA, a história escondeu muitas verdades sobre os negros e sobre suas lutas em prol da liberdade, pois os negros sempre fugiam em busca de sua liberdade, e, como se sabe, Quilombo não foi o único reduto dos negros fugitivos.
Na MARRA, por um longo tempo e até hoje, os negros são escondidos pelo não – discurso ou pela negação: “negro não é bonito, inteligente, honesto, limpo, não tem “boa aparência” e muitos outros “nãos”.” Tudo feito na encolha, na hipocrisia, assim, na MARRA, a negritude brasileira é anulada.
Na MARRA, tentaram e não conseguiram escravizar Zumbi dos Palmares, tentaram e não conseguiram apagá-lo da memória do seu povo. Não conseguiram, pois Zumbi, como qualquer ser, nasceu livre.
E esta é a verdade: ainda que , na MARRA , consigam escravizar o corpo de um ser, o que os donos de escravos não sabem é que, aquele que é verdadeiramente livre, jamais será escravo, pois terá uma alma eternamente livre, é o caso de ZUMBI DOS PALMARES – símbolo da resistência negra à escravidão, assassinado em 20 de novembro de 1695.

Um comentário sobre “ZUMBI DOS PALMARES (ou NA MARRA 2)

  1. Redson disse:

    Sonia; parabéns! Os textos e o site como um todo estão muito bons, como era de se esperar. Espero que nos encontremos no dia 24, na reunião do Pedro II. Um a beijo. Redson

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