ILHAS (Autoria: Sônia Moura)
Eu pensei que sabia das coisas da vida
Mas o brilho da lua bailando no mar
Das ilhas por onde passei
Me deram a certeza de que eu deveria
Aprender muito mais
Sobre as coisas do amar
Que, como as ondas do mar,
Vão e vêm sem parar
E se espalham
Por todas as praias e cantos
Daquelas almas ilhadas
Pelo medo de amar
Entre uma ilha Grande
Tão bela quanto a outra, Bela
Visitei os recantos do seu olhar
Encontrei seu coração dividido
Percebi seu gostar tão desgastado
E tudo isto me fez sofrer e chorar
E pensar como são difíceis para você
Estas coisas do amar
Tendo que enfrentar o desafio à beira mar
Debrucei-me na janela de minh`alma
E me deixei pelos encantos das ilhas levar
Bebi o seu silêncio e o som a sua voz
E procurei meu coração acalmar
Quando tive a certeza de que você
Não foi feito para o amor
E muito menos para amar
Você quer portos inseguros
E navios sem amarras
Você quer a ilusão do gostar
Você quer a incerteza na hora de voltar
Para um lar que não existe
Como faz quem não sabe sonhar
Ilhada, penetro em teu coração
Como um peixe vadio
Que vive preso ao casco do navio
Nunca subindo a bordo
E descubro que ele é totalmente vazio
Seu coração é ilha deserta
E assim há de ficar
Pois este é o seu destino
Ser sempre um tolo menino
Sem sentimentos, sem sentir, sem amar
O que me resta é estes fatos lamentar
E desejar que cada um siga o seu destino
Aportando no mundo do seu jeito
Esse é um direito
Eu, ainda prefiro ter a chance de sonhar
Eu, ainda desejo conjugar o verbo amar
E, se tiver que ser ilha,
Merecer fazer parte de um arquipélago
Só não quero ser uma ilha vazia
Uma ilha sem brilho ou sem alma
Este tipo de ilha eu deixo
Àqueles que, como você,
Não sabem de fato o que é viver
(Do livro: POEMAS EM TRÂNSITO de Sônia Moura)
Incrivel é exatamente como estou me sentindo… Em
uma ilha, na minha frente um imenso mar.Mar de possibilidades de ser feliz ou encontrar com a morte.
So nao consigo é ficar inércia.