Aconteceu no norte

Aurora Boreal e Venito Boreas se encontraram num dia de grande movimento na região setentrional. Dizem que foi amor à primeira vista e, apesar da confusão que tomou conta do lugar, dizem, também, que provocada por Boreas, não teve jeito, quando os olhares se cruzaram, Boreas diminuiu sua marcha, enquanto Aurora brilhou ainda mais.
Boreas bem que tentou seguir sua trilha, precisava ir, era seu trabalho, mas, qual, ali ficou praticamente como se fora um “vento parado”, encantado com a linda menina, que tinha um brilho único, mesmo àquela hora da manhã.
Os efeitos dessa paixão avassaladora foram sentidos a longa distância, a natureza sofreu com o abalo dessa paixão.
Os seres viventes sentiram que algo tinha saído do lugar, a natureza parecia mais alegre e, ao mesmo tempo, parecia que tudo estava em desordem. Imediatamente os cientistas, filósofos, teólogos, cartomantes, astrólogos e todos os “istas” foram a público tentar explicar o que estava acontecendo. Todos achavam que podiam explicar a paixão. Tudo em vão.

Foi assim que, em pouco tempo, usando um colar de contas na cor lilás, um lindo vestido branco, com um véu esvoaçante e levemente rosado que Aurora subiu ao altar para encontrar Boreas que lá estava com um ar meio despenteado, um sorriso abobalhado, ante a beleza da amada.

Acalmem-se todos, pensou Zeus, um dos padrinhos, logo tudo voltará ao normal.
(Do livro Contos e Contas de Sônia Moura)

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