DESERTO

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DESERTO

(Autoria: SÔNIA MOURA)

Eu nunca sei rumo para o deserto
Ou se dele me afasto
Eu nunca sei ao certo

Embrenho-me por caminhos estreitos
Não há ninguém por perto
Então viajo para um campo descoberto
E lá me perco e de lá desapareço

Meu deserto me consome e some

Mesmo no epicentro da cidade frenética
Mesmo no meio da noite trepidante e eclética
Mesmo no meio da solidão patética
Mesmo no meio do mais povoado deserto
Meu deserto me acompanha

E eu me perco no meio do meu próprio deserto

Eu caminho e tropeço
E ainda não sei ao certo
Se desejo alguma companhia ou o deserto
Realmente eu não sei ao certo

Desejo dividido, desejo indefinido
Desejo esculpido pela areia de um mar
Formado pela ventania do deserto

E esta ventania, todo dia, todo dia
Silvando uma sinfonia, Invade o meu deserto
Desfaz o rumo certo e eu me vejo sozinha
A vagar pelas delícias e agruras
Deste meu deserto
Triste sina a minha!

(Do livro POEMÁGICA, de SÔNIA MOURA)

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