Carta a um amigo

CARTA A UM AMIGO

Amigo

Como já lhe disse – torço por um Brasil melhor.

Creio que cada um tem o direito de gostar deste ou daquele político, desta ou daquela religião, deste ou daquele time, isto é fato, mas, parece-me que continua a velha fórmula, quando não se gosta (pessoa ou coisa) simplesmente desqualifica-se a pessoa ou a coisa em questão.

Assim fizeram, por exemplo, com os negros, aquela gente e aquele tempo precisavam justificar a barbárie, então, simples assim, transfiguraram o negro: porco, sujo, sem alma e por aí vai…

O mesmo se deu com as mulheres que ousaram se libertar do jugo masculino ou do jugo religioso, primeiramente, as bruxas, estas foram queimadas, seviciadas, aviltadas; depois as libertárias dos tempos modernos: eram putas, levianas, desencaminhadoras de lares, e, enquanto isso os homens continuavam a exercer seus “podres poderes”. C’est la vie!

Por trás de discursos contra aqueles que buscam dar atenção especial às classes mais necessitadas, há palavras cheias de ódio. Por meio da desqualificação linguística, os que escrevem tentam apagar a luz de quem busca dá-la a outros. Nestes textos, vejo uma dose imensa de puríssimo preconceito, aliás, preconceito “da [cruzes!] melhor qualidade”.

Enquanto isto… La nave vá… e os cães ladram enquanto a caravana passa altaneira!

Sua sempre amiga
Sônia MouraCARTA

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