GARGANTA

-beijo-perfeito

Garganta {por Sônia Moura}

 

A saudade se enfronhou em meu destino

E desandou a cobrar uma solução

Que desse paz ao meu coração

 

Estufei o peito e disse a ela:

– Esse caso eu resolvo, com ele não mais me envolvo,

Ele é passado, está do mapa riscado

 

Plantei um pé de comigo – ninguém – pode

Coloquei um galho de arruada na orelha

Para espantar qualquer mandinga

Agora só faço o que me der na telha,

Com ele não fico mais

Saiba, dona saudade, disso eu sou capaz

 

Ele deve ter outra, ela disse,

Eu retruquei confiante:- Nem quero saber de mais nada,

Só quero seguir adiante

 

O telefone tocou, a voz do outro lado sussurrou:

– Hoje podemos nos ver? Quero namorar você

Pronto, deu-se a desdita!

Assim não há quem resista, como posso dizer não

A razão vai perder feio, no jogo com a solidão

 

Lá se foram as certezas,

Lá se foram as brabezas

Lá se foram as promessas…

 

Como na vida ou na novela

A história se repete…

Lá fui eu toda coquete

Igual a uma perdida ovelha

Rindo de orelha a orelha

Cair na velha esparrela

E caindo mais uma vez

No velho conto do vigário

Que serve para pegar um otário

Como o meu bobo coração

paixão1

{Da obra: Coisas de Adão e Eva, de SôniaMoura}

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