SÍMBOLOS – IMAGENS PRIVILEGIADAS – parte III

SÍMBOLOS - IMAGENS PRIVILEGIADAS - parte III

SÍMBOLOS – IMAGENS PRIVILEGIADAS – parte III
[por SÔNIA MOURA]

Por sua habilidade e poder de ressonância e por ser assistemático, o símbolo transforma o particular em geral, o único em muitos, por isto tem a capacidade de evocar o ausente, o que dá ao pensamento simbólico poderes para, através do imaginário, articular manipulações fictícias ou mentais, fundir símbolo e coisa simbolizada, assim, por detrás do imaginário, acontece a ordenação de fatos como os sonhos, a magia, o delírio e das imagens poéticas, levando a homem a viajar no tempo.
Assim é que por sua constância e relatividade, por seu poder de aproximação e interpenetração, por se achar pleno de realidades concretas não totalmente esclarecidas e por sua estrutura não estática, inscreve-se numa certa lógica, mesmo não sendo um simples argumento.
Marcada pela constância e pela relatividade – características fundamentais do símbolo – a sustentação da lógica simbólica estará garantida pelo engendramento do que existe no interior do símbolo, os elos e as conexões, os quais permitem a comunicação entre os símbolos, levando o pensamento simbólico a revelar uma tendência que também é encontrada no pensamento científico e racional – a tendência das relações.
Como nasce do inconsciente, elemento criador do homem e do seu meio, apresentando-se pela síntese do contrário, o símbolo traduz uma relação intrínseca entre o simbolizador e a coisa simbolizada, instigando a imaginação, então, diferente do que é meramente científico e racional, esquiva-se de se mostrar como uma simples demonstração.
A lógica conceitual e a análise intelectual rodopiam em torno da imagem simbólica que é central, pondo o psiquismo em movimento, uma vez que a linguagem simbólica instiga a associação de dois termos: um aparentemente apreensível e o outro que escapa à apreensão.
Deste modo confirma-se que para a linguagem simbólica não existe o tempo perdido, pois a função mediadora do símbolo junta-se à função unificadora e juntas reúnem fatos e histórias e atam o homem ao mundo, pela memória emotiva, preservando e religando o tempo, o espaço e o homem e, desta forma, renova e refaz o que poderia desaparecer, perpetuando assim todo o mistério da vida.

(Apresentado por Sônia Moura – UFF)

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