O BAILE DAS MÁSCARAS – considerações finais

 O baile das máscaras

O BAILE DAS MÁSCARAS – considerações finais

As máscaras representam as marcas da inquietação humana, da apreensão de sentidos dilemáticos das formas sensíveis, as quais guardam o poder do apelo desmitificador, a partir de suas raízes, dissolvendo ou confirmando imagens convencionais cristalizadas.
O uso das máscaras pode dar forma aos sonhos, aos medos e às fantasias, podem ainda retratar medos ou manipular forças contraditórias das origens, que serão completadas com visões humanas e artísticas, permitindo extrair, através delas e de seus diversos usos, um novo real.
Transformar o lógico ou o ilógico no sensível, o racional em intuitivo, através da criação artística – mágica – sagrada ou profana – este é o papel da arte: ajudar o homem a superar-se, por isto a máscara, sendo também representação artística, não deve ser apenas uma “fabulação”, mas sim um renascimento original , fixando, sobre as marcas do tempo, os sinais da identidade do homem e de seu grupo, pela referência de sua situação no mundo, uma vez que, o inventar e o criar implicam a revalorização da ordem cosmogânica, a partir das fontes que assumem o grau de intensificação mágico- simbólica, desde que estas fontes não sejam desfiguradas.
A fonte e a força da criação dos povos, por meio da arte, e o desejo de superar-se, sem perder as marcas profundas da identidade do ser, interligam-se em segmentos, redimensionando aspectos transcendentes e a intimidade do universo humano, neste ponto se dá um modo antigo de relação entre mitos e símbolos cósmicos, onde não se sabe quem é mais poderoso, se é a realidade ou se é a imaginação.
Felizmente alguns grupos isolados ainda guardam vestígios de uma época que está-se esgotando, permitindo-nos contar esta história, dizendo assim:

Era uma vez, há muito, muito tempo, uma arte que, em sua concepção original, permitia a dramatização das questões humanas numa bela dança das máscaras, e que, ainda hoje, nos ajuda a bailar na festa recheada de múltiplas presenças, as quais são invocadas nos salões plurais, para que possamos continuar bailando em universos afetivos e emocionais.

(UFF – 2005)

O baile das máscaras

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