SOLIDÃO

 SOLIDÃO

SOLIDÃO (Autoria: Sônia Moura)

Solidão, solidão, solidão
Amargura que destempera a alma
Esmaga as vísceras
Dilacera o coração
E estraçalha a alegria
Incitando a dor
Zombando do amor

Solidão, solidão, solidão
Invasora que se une ao desencanto
Para deixar que a alma vadia
Se perca numa estrada vazia
Caminhando com a dor
Para depois se abandonar
Numa esquina fria

Solidão, solidão, solidão
Deixa seus sonhos sem rumo
Quando rouba do seu céu
A estrela guia
E ao tirar seu sangue
Das veias feridas
Abre espaço
Para a letargia

Solidão, solidão, solidão
Que nos transforma em farrapos
Nos priva dos abraços
E, contra a nossa vontade,
Por pura maldade,
Nos leva para seu covil
Para de nós zombar
E também confirmar
Que de esperança
Nos despiu

Solidão, solidão, solidão
Impõe sua aviltante presença,
Nos leva para sua ilha
Nos põe em desterro
Desonra nossos desejos
Nos levando ao desespero
Fomentando o destempero
Da ilusão

Solidão, solidão, solidão
Que nos faz chorar
Como a mãe que perdeu uma filha
Ou como alguém que se perdeu na trilha
Poeta perdido sem rima, sem rumo, ritmo
Sem mapa, sem afeto, sem laço,
Um corpo sem alma
Um desejo lasso

Solidão, solidão, solidão
Mistura o riso enigmático
Ao sorriso sarcástico
Coração enigmático
A nos atormentar
Só para que fique mais forte
A dor de não mais amar

(Da obra REFLEXOS SERENOS de Sônia Moura)

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