“NADA COMO UM DIA APÓS O OUTRO”

 NADA COMO UM DIA APÓS O OUTRO

“NADA COMO UM DIA APÓS O OUTRO” (Autoria: Sônia Moura)

 Todos sabiam que ela era uma “SANTINHA DO PAU OCO” e, por ser “SEM EIRA NEM BEIRA”, colocou na cabeça que só iria se entregar a um homem endieirado, todos desacreditavam que ela conseguisse, afinal, ela não era lá “ESSA COCADA TODA”.

A santinha retrucava dizendo: “CADA COISA A SEU TEMPO”, ela era daquelas que seguia fielmente o que diz o ditado: “ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA TANTO BATE ATÉ QUE FURA”.

Assim, a moçoila prosseguia em sua busca do príncipe endieirado e, claro, encantado também. O tempo passava e todos riam dela e ela jurava se vingar de todos, o povo do local gritava: “CÃO QUE LADRA NÃO MORDE!”. Ela só dizia: – me aguardem!me aguardem! E continuava a sua busca, pois sabia que “ÁGUAS PARADAS NÃO MOVEM MOINHO”.

 Um belo dia, (em todo Conto de Fadas sempre tem: Um belo dia..), bom, mas como eu ia dizendo: um belo dia,  um grande navio aportou na cidade e como “QUEM VAI AO MAR AVIA-SE EM TERRA”, um belo jovem aviou-se e foi conhecer a cidade e, claro, procurar uma namoradinha afinal, tanto tempo no mar…

Foi aí que a fada madrinha deu lá a sua mãozinha e colocou o lindão e a não tão linda Amélia frente a frente e como “A OCASIÃO FAZ O LADRÃO”, a santinha vendo aquele bonitão dando sopa, aproximou- se dele e descobriu que o rapaz não era um “sem posses”, tinha lastro (ele e o navio), então, ela tratou de atracar-se a ele.

Não é que a estratégia deu certo?

E como os antigos diziam que “SE PESCA PEIXE DE OLHO NO GATO”, Amelinha cuidou de se precaver e não largou o seu peixão nem por um minuto.

O rapaz que se julgava muito esperto, pensou que iria desfrutar do que ela pudesse lhe oferecer e depois era só “METER SEBOS NAS CANELAS”.

Como em toda história de amor também tem sempre um apaixonado não correspondido, Jonas vivia suspirando por Amelinha que não queria saber, porque ele era pobre. Coitado, como não teria a menor chance com a moça, Jonas mudou-se para outra cidade, melhor dizendo, para capital e, por muito tempo, pouco se soube sobre ele..

O tempo continuava passando…

Dizem que “DEUS ESCREVE CERTO POR LINHAS TORTAS”, acho que isto é mesmo verdade, pois, o gostosão do Benito apaixonou-se e subiu ao altar com a “interesseira” Amelinha, não teve como escapar.

Tempos depois…  lá estava Amelinha lavando, passando e cozinhando para o falso rico… Coitada! A moça, literalmente, “CAIU DO CAVALO”, mas o lindo bebê que ela segurava nos braços ajudou-a a conformar-se pensando: “VÃO-SE OS ANÉIS E FICAM OS DEDOS”.

 E o tempo assistia a tudo e ria, ria…

Um belo dia (eu não disse?), Jonas chega à cidade natal, todo lindo, num carrão de fazer inveja a artista famoso, casadíssimo como uma linda mulher. (Geralmente, homem rico se casa com uma linda mulher, e Jonas não fugiu à regra).

Segurando o seu rio de lágrimas, da janela lateral do quarto de dormir, Amélia viu Jonas passar altaneiro em seu carrão, tentou recompor-se, mas, cá pra nós, ela preferia não ter visto aquela cena, pois, todos sabem que “OS OLHOS NÃO VEEM O CORAÇÃO NÃO SENTE”.

Enquanto isto, Jonas, fingindo que não via a mulher que sempre o desdenhou, pensava com os seus botões e um grande sorriso matreiro: “QUEM RI POR ÚLTIMO RI MELHOR”.

 (Do livro: Brincadeira de Criança de Sônia Moura)

NADA COMO UM DIA APÓS O OUTRO

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *