DESATINO

 desatino

DESATINO   (Autoria: Sônia Moura)

 

Então, entre os véus

Desta aventura insana

Ofereço-me a você

A começar pela boca

Transferindo para sua fantasia

Todo o calor que a minha boca emana

 

Depois, desnudo meu corpo

E toda a minh´alma

Só peço aos deuses

Que me deem calma

Não, melhor

Imploro a eles

Que me enlouqueçam de vez,

Outra vez

 

Então…

 

Enquanto uma fada segura a minha mão

Encontro uma bolha de sabão

Que explode em meu  rosto

Mostrando um caminho

Sem adeus

E me pergunto:

– O que fazer, meu Deus?

 

Por isto

 

Nestes versos que escrevi para você

Existem árvores onde moram bem-te-vis

Existem flores que namoram beija-flores

Que vieram dizer que a sua presença

Agora está em mim

Embalando meus sonhos

 

e

 

Neste momento

O reflexo da sua presença

Me atiça

Me aguça

Me provoca

Me evoca

Me devora

E eu me pergunto:

 

-E agora?

 

Não sei ou não quero

Me livrar desta corrente

Porque do amor

Somos tão dependentes?

 

E de repente…

 

Um calor invade minha cama

É você se manifestando

Em corpo, alma, sonho e alegria

Em diabruras e candices

Em carícias e meiguices

 

e

 

Eu, mais uma vez, ao olhar você

Me pergunto:

– Resistir, quem há de?

 

(Do livro: Poemas em Trânsito de Sônia Moura)

 

 

 

2 comentários sobre “DESATINO

  1. Bete disse:

    A começar pela figura de abertura do poema, lindíssima!!!O poema é arrebatador, é a geografia de um estado de querer muito, paixão. Ah, como é bom desatinar… Sabe, estou precidando desatinar!
    Um grande beijo
    Bete (Ps. Vilson não enviou ainda as fotos do nosso encontro do último dia da correção?)

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