NIETZSCHE ou… filosofando II (Autoria: Sônia Moura)
Para Nietzsche, moral é algo construído, não é algo natural, é próprio de cada sociedade, de cada cultura, logo, não existe uma moral única.
Segundo ele, a moral é criada por cânones “do deve” e “do não deve”; é contra a natureza, é contra os instintos, é co0ntra a razão.
A semiótica (denominada, aqui, a semiótica dos afetos), conjunto de signos que “fundam”, “criam” a moralidade, nos mostra que é através dos símbolos que se cria a oposição: bem x mal, polarização que leva o homem à culpa, ao ressentimento, ao arrependimento. (A oposição: bem x mal é contestada por Nietzsche).
Nietzsche também nos mostra que precisamos sair da causalidade, da determinação e criar o novo, pois, para ele, o novo é o poder de modificar, de alterar uma estrutura.
Para este filósofo, existem duas morais: a do senhor e a do escravo. A moral do senhor é a que manda, determina valores, que não se deixa levar por aquilo que é imposto; e a moral do escravo é a que obedece, que se deixa oprimir, é a que governa aquele que não tem opinião.
Mas, se o homem é dotado de vontade de potência, por que se submeter? Por que repetirmos hábitos e costumes? Portanto, não adianta esperar, querer que as coisas venham mudar por si mesmas, é preciso querer e agir, isto é, exercer sua vontade de potência.
O estabelecido é cômodo, por isto as morais se estabelecem, se firmam, determinam condutas, separam “o vulgar e o raro”, “os senhores e os escravos”, servindo assim a muitos senhores, formando batalhões de escravos, porque, cabe a cada indivíduo fazer valer a sua força, a sua vontade potência.
Então, embalados pelos versos de Geraldo Vandré, sigamos os ensinamentos de Nietzsche, pis: *“Vem, vamos embora/ que esperar não é saber/ Quem sabe faz a hora/ não espera acontecer…” [* Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores (Geraldo Vandré)]
(Trabalho apresentado na UFF- 2003 – fragmentos)