COPACABANA, MEU AMOR!

 COPACABANA, MEU AMOR!

COPACABANA, MEU AMOR!

Eu amo essa minha Copacabana.

Essa perfeita e “organizada” Babel de idiomas, jeitos e costumes e, convenhamos, a mais democrática de todas as praias.

Igual à praia de Copacabana, não existe e nunca existirá.

Nela acontece de tudo: há meninos malandros tentando aplicar seus golpes, há paquera, há vendedores de todos os tipos e com todo tipo de bugigangas , há grupos de amigos fiéis, há os amigos que se conheceram na praia,  há os caminhantes assíduos e os temporários, há ricos e há pobres, há jovens e velhos, há turistas e há os da terra, todos dividindo o mesmo espaço arenoso, enfim, a praia de Copacabana é um mundo à parte.

Ontem, durante minha caminhada matinal, presenciei uma cena, no mínimo, comovente. Pessoas que sequer se conheciam, pararam para ver e torcer por uma ave que estava meio perdida e que não conseguia levantar voo. Tentava, tentava e … nada.
E o povo a gritar: -Vai, vai, vai… Uma, duas, três e mais vezes.
A cada tentativa inconclusa, um oh!!! de insatisfação ecoava pela praia.

Finalmente a ave conseguiu alçar voo. Foi um delírio, todos gritaram, se agitaram, se comoveram.

É, Copacabana, você é capaz de operar milagres!

COPACABANA, MEU AMOR!

À AMY WINEHOUSE

 À AMY WINEHOUSE

Em julho de 2008, publiquei esta mensagem, falando da minha tristeza ao saber como estava levando a vida a belíssima artista Amy Winehouse.

Agora, com a partida da talentosa cantora, resolvi reeditá-la:

http://ultimosegundo.ig.com.br VIA – www.niu.com.br

“Amy Winehouse recebeu hoje alta do University College Hospital, em Londres, um dia depois de ser internada por causa de uma reação adversa a um medicamento, informou o porta-voz da cantora, Chris Goodman. Segundo Goodman, a artista deixou a clínica depois de passar uma noite em observação e passa bem.””Amy Winehouse passou mal ontem e foi levada ao setor de emergência do University College Hospital. Esta foi a segunda internação da cantora em apenas dois meses. Em junho, ela foi levada a uma clínica na capital britânica depois de desmaiar em sua casa. Na ocasião, o pai de Amy, Mitch Winehouse, comentou que a filha apresentava um enfisema precoce por causa do consumo de cigarros, cocaína e crack.”

Ao acessar o site www.niu.com.br, em meio às notícias dos diversos jornais brasileiros e estrangeiros, destaco esta, pois, ao lê-la, imediatamente ocorreu-me a seguinte pergunta:

-Por que alguém que foi agraciada com um enorme talento, uma voz maviosa como esta moça Amy Winehouse se expõe a tamanhos perigos?

Não estamos aqui para julgar ou condenar ninguém, mas dá uma tristeza ver que isto que está acontecendo com a Amy Winehouse, já aconteceu com outros artistas, os quais deixaram suas vidas escaparem, por uso descontrolado de drogas e também por levarem uma vida “desrregrada”.

O que mais entristece é sabermos que há um quê de egoísmo nesta talentosa criança (o que também é verdade para outros que já nos deixaram), pois com suas ausências, perdemos todos o prazer de ouvir suas canções, sonhar com suas letras, dançar e cantar.

Todos eles deveriam saber que com sua partida ou retirada do cenário artístico, o mundo se entristece e fica muito mais empobrecido das muitas formas de beleza que eles nos oferecem.

Portanto, Amy (e outros mais), nem que seja por nós, cuide-se, menina!

Hoje, acrescento: -Menina, por que você não me ouviu? Vá em paz!

À AMY WINEHOUSE

As Flores, o Pássaro e os “Espinhos”

 Flores, pássaro e espinhos

As Flores, o Pássaro e os “Espinhos” (Autoria: Sônia Moura)

Tentando encontrar a saída do labirinto das significações, o olhar do poeta vagueia pela singeleza dessa imagem, buscando alcançar o caminho, onde se dê a transferência afetiva entre a imagem e aquele que a vê e a lê.
Postados no mesmo plano: flores, pássaro e “espinhos” fazem parte de uma figura, que abre as portas para uma desolada solidão, a qual se esparrama dissimuladamente, mostrando ao olhar o jogo complexo das aparências.
Este trio, supostamente incompatível, encontra-se preso por um invisível cordão umbilical, que alimenta controversos sentidos e sentimentos e, do espectador expectado, se apossa.
O poeta descobre que, triplamente dividido na imagem, o inviolável da nostalgia se manifesta, expondo carências e perdas, desalojando sentimentos. E, mesmo ele, que é capaz de desestruturar semânticas, busca um desvio, para poetar sobre o que vê.
Ao mirar longamente a aparente incompatibilidade das figuras dentro da imagem, as palavras do poeta penetram a sua alcova, vasculham sua interioridade, até alcançar a sua força expressiva e, assim, acontece a liberdade de qualquer aprisionamento significativo.

flores, pássaro e espinhos

DADIVOSA – uma leitura possível

Recebi do meu amigo Valter Estelita este belo e fascinante conto, de sua autoria.

DADIVOSA

Um pedaço de muro que nem muro é cerca um quintal em que nem terra há e um jardim impossível, sem flores nem nada, compõem a paisagem de um sonho partido pelo grito que não sai.
Ao mesmo tempo em que “flashs” espocam em buquês e aromas, também iluminam revolta e ciúme.
E outros recortes de angústia formatam a noite que se arrasta e o tornam vítima dos cães raivosos da vingança e da dor da falta do amor maior.
Tenta fugir, mas os caminhos se apagam; acena para alguém que não vê. Até a garrucha enferrujada que por herança lhe coube, volta e meia, lhe vem à cabeça. Afasta o desatino de imaginar-se estirado ao lado do retrato, ou mesmo entre grades, vítima do gesto tresloucado.
Pergunta daqui a dali, e eis que lhe surge o que tanto almeja – a saída.
Nem precisa bater: a porta se abre, e quase cai nos braços de Francilene, que, a despeito do nome, é rica de atributos tais, que seria impossível não dividi-los, generosa que é, com outros tantos. Daí o inconformismo de Reginaldo e esses sonhos confusos que se misturam tanto e o deixam banhado de suor nesse despertar fora de hora.
Imprensa as lágrimas no travesseiro, a ponto de sentir o molhadinho se espalhando.
É o que falta para começar a reencontrar o sono e a esperança de sonhos, agora, com uma Francilene possível, menos favorecida e dadivosa.
Abre outra porta e cai nos braços do despertador e da realidade.
A luz de mais um dia se insinua fatiada e, a essa hora, Francilene deve estar longe de despertar, provavelmente envolvida por outros braços, numa cama macia e perfumosa, depois de mais uma noitada…
Tão bom se Francilene não existisse!…

Eis uma leitura possível deste gostoso  conto:

Dentro de um ambiente com um forte teor afetivo, circula esta história de amor, aparentemente indefinida, pontuada por incertezas e nostalgias.
A interioridade permeia este conto de múltiplas dimensões simbólicas, cuja narrativa move-se num ciclo metamórfico que vai criando imagens dinâmicas, as quais nos transportam para o mundo dos sonhos, ao mesmo tempo em que finca nossos pés em espaços e tempos densos, divididos entre o real e o imaginário.
Texto de teor elástico coloca o protagonista entre o amor e a dor, entre a dúvida e a certeza e, por suas metáforas, provoca no leitor sensações de elasticidades poéticas, as quais criam imagens fundamentais, refletindo a solidão de um e de todos.
Dentro desta floresta simbólica, fulcro desta narrativa, o ciúme mostra o que há de incontestável em todo coração apaixonado: a dúvida que há de surgir em algum momento impreciso.
Desde o início, pela exposição de fatos com significações desconectadas da realidade, percebe-se a tensão que há de permear a narrativa, uma vez que o ambiente apresentado já nos mostra uma região de carência e de perdas, mostrando um eu que se sente amputado da sua relação com o outro.
Este “eu” parece dissolver-se em seu isolamento, com isso, o perfil da realidade, envereda-se por desvios traçados pelo desvario da incerteza.
Ameaçado por um sentimento de vazio e de incompletude, o protagonista se coloca (e coloca o leitor) a oscilar entre o sonho e a realidade, fazendo surgir uma voz pontilhada de certo encantamento barroco.
Assim, criando sucessivos momentos de existência do tempo e do espaço, o texto traz à superfície uma realidade com força expressiva e simbólica, como se adiasse a vinda sempre esperada e, ao mesmo tempo negada, da mulher amada.

dadivosa

 

(DES)AMOR

 (des)amor

(DES) AMOR  (por SÔNIA MOURA)
Ouço alguém dar uma bela definição sobre o que é o amor de mão única:
“Amar sem ser amado é o verbo no tempo perdido”.

Convenhamos, nem mesmo o melhor dos gramáticos ou o melhor dos lexicógrafos daria uma definição tão contemplativa para esta composição verbal.

Cisne Negro

 cisne negro

Cisne Negro   (Autoria: Sônia Moura)

Vamos dar um tempo em O Baile das Máscaras, mas, ainda assim vamos continuar bailando, para falarmos sobre o filme Cisne Negro, que tem como pano de fundo o balé O Lago dos Cisnes.

Assim, entre o voo do cisne e as margens do Lago, de forma perspicaz, o filme nos coloca nas margens da arte, mas, se alçaremos voos majestosos ou se mergulharemos nos profundos lagos da nossa mente e de nossa alma, somente a compreensão de cada um poderá dizer.

Bailando ou representado num tablado de encontros e desencontros, vamos percorrendo os caminhos da lucidez e da loucura, os quais se cruzam entre as esquinas do sonhos, das fantasias, das realidades, das sandices, das vaidades  e das buscas por novos caminhos, a partir de qualquer ponto ou de qualquer encruzilhada da mente e vivência da personagem principal (Nina) e também do espectador.

Este é um filme extremamente poético, e a sua poesia parte justamente dos pontos de conflitos tão comuns, mas que nos parecem muito distantes, porque não desejamos ou não conseguimos vê-los e muito menos tirá-los do nosso mundo submerso, quem sabe, por ser tão difícil nos afastarmos do que pensamos ser nossa zona de conforto, isto é, aquilo que já está (quase) cimentado em nós?

Nas cavernas das mentes, há sempre algo mais a ser explorado e, na verdade, o que este filme nos traz é um profundo questionamento sobre o comportamento e sobre a alma humana e suas sucessivas obliquações.

Simbolicamente, se entendermos o cisne negro como representante do mal e o cisne branco como representante do bem, constataremos que buscamos sempre eliminar o cisne negro e iluminar o cisne branco, já que ambos existem em todos nós, neste enredo, vamos perceber que isto é o que sempre se fez e sempre se faz, seja porque somos conduzidos por nossas experiências,vivências ou porque somos induzidos por conceitos religiosos, morais ou sociais.

E, para arrancarmos de nós o lado cisne negro, precisamos encontrar culpados por nossas “falhas” e, assim como os cisnes (negro e branco) nos tornamos dependentes do outro para sobreviver, para nos transformarmos e para deixarmos aflorar a dualidade que existe em todos nós e passamos a viver atrás das grades de nossas próprias prisões, e assim, passamos a ter  a solidão como companhia.

Quando somos/estamos dependentes e/ou nos deixamos dominar por qualquer tipo de enfeitiçamento, os nossos voos não acontecem, somos pássaros com asas quebradas, cortadas e, se não voamos, fica muito difícil mergulharmos em nosso lago pessoal.

Para mim, este é um dos destaques do filme ao mostrar que somos prisioneiros de nós mesmos, quando acreditamos que o “feiticeiro Rothbart” é dono do nosso destino, ou quando acreditamos que apenas a fidelidade de um amor eterno poderá nos salvar.

O filme nos apresenta uma densa teia que metaforiza as dualidades humanas, os conflitos criados por nós ou pelo outro, e, para nos livrarmos desta teia aprisionadora, é preciso nos livrarmos do que se costuma aclamar como perfeição e também nos apartarmos do eterno.

Nada é para sempre e nada é totalmente perfeito. Nada e Ninguém!

Já que o filme toma como trampolim o Lago dos Cisnes, para falar da vida e da morte, a dualidade barroca é a grande estrutura de ambas as obras – o balé e o filme – nos quais a solidão dos personagens dilui-se pelas veredas da solidão humana, e para dar adeus à solidão, um dos cisnes deverá morrer, por este motivo, Nina mata o cisne branco, pois este é mais irreal em nós que o considerado indevido, incorreto e abjeto – o cisne negro.

No filme, a fantasia, assim como a realidade pode ser somente uma redundância, e, por outro lado, esteticamente ele nos mostra que a sua plenitude poética pressupõe a convicção de um real entre o realizado e o fantasiado, e, ainda que a prática produtiva humana não seja exercida sem que se a represente como ideologia articuladora das relações sociais, nem a vida nem a arte se reduzem ao conhecimento nem à teoria ou à técnica, portanto, é preciso sentir.

Em suma, este filme é uma paráfrase contextual da vida.

cisne negro

PRECONCEITO e IGNORÂNCIA

 IGNORÂNCIA e PRECONCEITO

  PRECONCEITO e IGNORÂNCIA (por Sônia Moura)

 

Apesar de o Comando Militar do Leste negar a participação de militares no atentado contra um estudante que participou da Parada Gay, no último domingo (14), no Rio de Janeiro, a Polícia Civil não descartou essa possibilidade. Foi o que afirmou, hoje (16), o delegado Fernando Veloso, titular da delegacia do bairro do Leblon (zona sul da cidade), onde o caso foi registrado. “A investigação é recente, começou agora. Por enquanto, a gente não pode eliminar nenhuma possibilidade”, disse Veloso.”

 

“A orientação para os homossexuais vítimas de qualquer tipo de violência é que denunciem. O telefone

0800 023 4567 é um serviço gratuito para denúncias de homofobia. De acordo com ele, são recebidas, em média, duas denúncias de violência contra homossexuais por dia no estado do Rio”.

 

Estarrecida, leio a notícia de que três jovens foram maltratados e humilhados, após participarem da Parada Gay, em Copacabana.

Os acusados por esta barbárie são militares graduados, pessoas que deveriam, por dever e por ofício, salvaguardar não só o país, mas, também, seus cidadãos, no entanto, não foi o que se viu.

A razão da violenta agressão foi o fato de eles terem uma opção sexual diferente, apenas isto. De fato, como entender tamanha discriminação, tamanha falta de limite e de respeito ao próximo?

Os supostos agressores são seres com boa escolaridade, mas, o que será que eles aprenderam sobre como tratar seu próximo? O que será que eles aprenderam como respeitar o próximo ou como se respeita a si mesmo? A resposta é simples: NADA!

 

Enfim, esperemos que a justiça seja feita e que estas mentes tacanhas sejam agraciadas com a visita do bom senso e da decência. AMÉM!

 

*http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/11/16/policia-nao-descarta-participacao-de-militares-no-atentado-contra-homossexual-no-rio.jhtm

PRECONCEITO e IGNORÂNCIA

 

SHOW DÁ VIDA?

 SHOW DÁ VIDA?

SHOW DÁ VIDA?  (por SÔNIA MOURA)

                                                       Rio de Janeiro, 24 de outubro de 2010

Caro amigo(a)

Tudo bem?

Hoje estive pensando naquele texto de Guy Debord que diz: “O mundo presente e ausente que o espetáculo faz ver é o mundo da mercadoria dominando tudo o que é vivido.”Ele tem toda razão, não é mesmo?

Nos dias atuais, tudo é um SHOW! Tudo é um ESPETÁCULO! : Incêndio, maremoto, terremoto, desastre, tiroteio, show, teatro, musical, desfile, briga, carnaval, big brother. Assim, caras e bocas só nos mostram sorrisos, riquezas, “felicidades” e, por outro lado, outros veículos de (com) (unic) (ação) injetam em nosso globo ocular: alegria, tristeza, guerra, paz, morte e vida – tudo no mesmo balaio de gato. Isto seria cômico se não fosse trágico! Concorda?

Por este caminho, tudo vira pó, igual a shake: instantâneo, então é só engolir, na precisa fazer qualquer esforço, muito menos pensar, não há tempo.

***SÓ PARA ILUSTRAR, ALGUMAS EXPRESSÕES:

*O SHOW NÃO PODE PARAR!

 *THE SHOW BUSINESS

 *SHOW DE OFERTAS!

*O DESFILE FOI UM ESPETÁCULO!

 *ESTOU COM UM “GATO”  (OU UMA GATA) ESPETACULAR!

 *MINHA VIZINHA SÓ DÁ ESPETÁCULO!

 *DERRUBADA DAS TORRES: TRISTE ESPETÁCULO

 *BIG BROTHER –UM ESPETÁCULO?

 *ESPORTE ESPETACULAR

 Este mundo globalizado, tecnológico, não é mesmo um SHOW? um ESPETÁCULO?

 Abração da amiga Sônia Moura

 SHOW DÁ VIDA?

HORÁRIO DE VERÃO

 HORÁRIO DE VERÃO

 HORÁRIO DE VERÃO (2)

 

                        Os deuses instalaram ansiedade no primeiro homem que

                    descobriu como distinguir as horas”.

                     [Titus Maccius Plautus (254-184 d.C.) Dramaturgo italiano.]

 

 Vocês já observaram que, sempre que começa o HORÁRIO DE VERÃO, no dia seguinte, o céu fica nublado ou começa a chover, deixando dias e noites muito escuras (tomo como referência a cidade do Rio de Janeiro)?

 Confiram:

 O ano de 2010 (o horário de verão começou à meia-noite do dia 16/10, no dia17/ o tempo esteve um tanto lusco-fusco e hoje, 18/10, choveu o dia inteiro e assim vai noite adentro e, segundo o serviço de meteorologia, assim seguirá por mais uns quatro dias (e noites).

 Será que este é um aviso para que prestemos mais atenção às coisas da natureza, por exemplo, o nosso relógio biológico, que, com esta mudança brusca, sofre um bocado.

 Ou será que o sol, assim como eu, torce o nariz para este horário, ao qual nos obrigam a conviver e, por isto, se esconde, fazendo pirraça por ter que trabalhar mais?

 

 Prestem atenção e, nos próximos anos, acontecerá o mesmo, vocês VERÃO!

 

 HORÁRIO DE VERÃO