REVELAÇÃO

 REVELAÇÃO

REVELAÇÃO (Autoria: Sônia Moura)

Revela-te, oh! Mistério do amor!
Descortine para mim a tua perfeição
Expulsa do ventre materno
Essa inegável semente de vida
Livra minh`alma dessa agonia
Se preciso for
Mistura o prazer e a dor,
O ferro e o ouro
E nessas alquimias
Revela pra mim
O segredo do verdadeiro amor

(Da obra: COISAS DE MULHER de Sônia Moura)

REVELAÇÃO

DÓ MAIOR

DÓ MAIOR

DÓ MAIOR (Autoria: SÔNIA MOURA)

Entre a de te perder
E a marcha- do nosso amor
Eu vivo a perguntar:
O que será de mi, amor?
Não faça assim
Tu sabes que és
O da minha canção
E o que eu quero
É ser o sol do teu sorriso
Torcendo para que tu fiques comigo,
Sempre comigo,
Para depois para a lua te levar
Amor, caia em si
Tu sabes que eu sou tua mulher
Para o que der e vier

Mas, se tu me deixares
Passo a ser um anjo perdido
Um anjo ferido
Disposta a me vingar
Serei um anjo revoltado
Que irá zombar do
Teu orgulho de macho ferido
Fazendo-te ajoelhar-te a meus pés
Falando de amor pra mim
Em do, ré , mi, fá, sol, lá si…
Só para me vingar

Depois, aos prantos,
Irei me ajoelhar a teus pés
E implorar que tu voltes pra mim
E não me deixes tão triste assim
Amor,
Tem de mim, tem dó,
Não me deixes só com esta saudade,
Amor, isto é maldade em dó maior

(Do livro: COISAS DE MULHER de Sônia Moura)

DÓ MAIOR

TRÍPLICE ALEGRIA

 TRÍPLICE ALEGRIA

TRÍPLICE ALEGRIA (Autoria: Sônia Moura)

Quando alguém segue pela trilha do amor
Não há controle dos sentidos, não há sacrifícios
A escolhida e o escolhido tangem o sagrado
Transformam-se em bicho e em flor,
Ouvem sinos cantando sons iluminados
Voam aos céus e falam, mesmo estando calados

Atributos divinos forjam um novo Ser
E esse passa a viver a tríplice alegria
De ser, ao mesmo tempo:
Humano, Deus e Poesia

(Da obra “POEMAS EM TRÂNSITO” de Sônia Moura)

TRÍPLICE ALEGRIA

CHICOTES DO TEMPO

 Chicotes do tempo

CHICOTES DO TEMPO (Autoria: Sônia Moura)
Como a louca perdida na praça
Os meus versos amarfanhados, descabelados
Vagam errantes, sem alegria, sem graça
Igual ao palhaço triste quando sai do picadeiro

Desamparados na noite fria, sem lua e sem estrelas
Os meus versos perambulam, sem rumo, sem prumo
Velando solitários um amor – defunto
Que antes era flor tão colorida, tão viva,
E agora é flor apodrecida
Pelos algozes chicotes do tempo

Enquanto um magoado coração
Ensandecido entoa loas
De escárnio, de horror e de lamento
Os meus versos maltrapilhos seguem
Enredados nas garras do gélido vento

Ah! Os meus versos tão insossos, quebrados
Fogem da rima, desafinam, perdem o tom
E, assim como eu, se embrenham em fendas
De cavernas taciturnas, escuras, impuras
Debatendo-se na floresta vazia, no meio do nada

Atônitos, os meus versos se jogam no abismo
Onde diques tão frágeis irão explodir
E, de suas fendas minarão águas lamacentas
A inundar olhos turvos, ensanguentados
Que só querem mirar almas algemadas à dor
E essas águas barrentas
Afogarão o que resta do amor-defunto

Os meus versos completamente absurdos
Desnudos, sujos, tontos, mudos
Árvores mortas, sem nenhum frescor
Estão totalmente desiquilibrados
São amaldiçoados
Simplesmente
Porque lhes falta o amor

[Da obra: COISAS DE MULHER de Sônia Moura]

CHICOTES DO TEMPO

AMORES BOVINOS

 AMORES BOVINOS

AMORES BOVINOS

A vaca olhava a grama

E o boi olhava a vaca

A vaca foi pro curral

E o boi seguiu atrás

A vaca pensou aflita

Esta paquera vai mal

O boi mugiu e “gritou”

E a vaca nem ligou

E para o boi assim falou:

– Agora quero dormir

Vou procurar minha cama

O boi saiu de fininho

Foi procurar o seu ninho

Já que a vaca Malhada

Com ele não queria nada

Ela estava apaixonada

Por um rapazola maneiro

Que naquelas bandas aportou

E que chamava boi Zinho

Ele era tão bonitinho

Que a vaca  logo
afirmou:

– Quero este gado pra mim

Malhada achava que o bicho novo

Era muito, muito mais charmoso,

E este fato deixou

O boi Cote furioso

Mas não teve jeito não

O boi Cote se penteou

E se enfeitou todinho

Botou seu terno de linho

Mugiu pra lá e pra cá

Fez charme

Dançou um tango

E a vaca nem aí

O boi Zinho foi chegando

Sem alarde, de mansinho,

Assim como quem

Não quer nada

A vaca se aproximou

O boi Zinho se aprumou

A vaca lançou olhares

O boi novo se arrumou

Ficaram olho no olho

Já iam partir pro beijo

Aí o boi Cote se zangou

– Que que é isso dona vaca?

Ainda nem conhece o moço

E já se derrete todinha

Pra um malandro qualquer?

– Pra que tanto alvoroço?

Pergunta a vaca Malhada

Estou gostando do moço,

Eu escolhi o boi Zinho

E ninguém vai me atrapalhar

O boi que mandava na área

Ficou bravo e bufou:

– Isto não fica assim não,

Quem manda no pasto sou eu

Mas a vaca retrucou:

– Manda em toda a manada

Mas não no meu coração,

Você não sabe de nada

Amor não crê em “senhores”

Pois é livre como o vento

Então, o boi Cote mandão

Recolheu-se ao seu canto

Sofreu com o desencanto

Mas aprendeu de uma vez

Esta verdadeira lição

Coração é terra farta

E que ninguém manda não

Malhada, toda fogosa,

Ganhava beijos do amado

Que mesmo sendo boi novo

Quando a viu lá no campo

Logo se apaixonou

Perdido em seus encantos

E estava mesmo disposto

A enfrentar o valentão

Por causa deste amor

Mas ele nem precisou

O boi Cote logo entendeu

Que podia vencer a luta,

Mas o coração da Malhada

Havia sido ocupado

E quando isto acontece

Não tem jeito, não tem volta,

Melhor é se conformar

Assim pensou e assim fez

Naquele mesmo curral

Havia uma vaca solteira

Menos bela que a Malhada

Mas olhando direitinho

Até que era faceira

Boi Cote partiu pra conquista

Mas a vaquinha fez charme

Fingindo que não entendia

O que o boi Cote queria

Ela apenas sorria

Deixando boi Cote louco

Até que um belo dia

Ela cedeu aos apelos

Daquele boi insistente

Que pensando bem

Era até interessante

Tinha charme a valer

E tinha boa intenção

Então ela deu a ele

O seu livre coração

E, assim, a vida seguiu…

 (Obra infanto-juvenil – AMORES BOVINOS de SÔNIA MOURA)

AMORES BOVINOS

AMIZADE


AMIZADE

 

As palavras são sempre leves

Para falar da amizade,

Dos mistérios desta vida,

Do amor e da bondade

 

Assim falarei de Regina

Rainha em trono mágico

Feito com a doçura do mel

E com a força da luz do céu

 

Foi no céu que a conheci

Em momento inusitado

Deus sempre escreve certo

Ainda que pareça errado

 

Uma amizade nasceu

E os santos abençoaram

As luzes nos batizaram

E a alegria venceu

 

Regina, muito obrigada

Pela amizade ofertada

Que papai do céu nos ilumine

E que nunca nos falte nada

ECOS DE AÇO

ECO DE AÇO

Ecos de aço

O som oco do eco era ouvido como se fosse de aço e

Penetrava na caverna labiríntica da saudade

Trazendo à lembrança a antiga presença.

  

O choro descendo

E alguém me dizendo:

         Paciência!

         Paciência?

         Ah! Tenha clemência!

Foi só o que pude falar

  

Eco oco de aço insistente

Martelando a minha saudade

Até achatá-la

Mas não para  matá-la,

Como quero eu

  

O que faço

Com este eco de aço?

Rechaço?

Afasto?

Ou

Acolho e dele me sirvo

Para amenizar a minha dor

De amor?


(Da obra: Coisas de Mulher de Sônia Moura)


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FANTASIA

 fantasia

FANTASIA  (Autoria: Sônia Moura)

Procure assimilar o som

Da mais urdida poesia

Que invadiu minha alma vazia

Para que, juntos, dentro

De algum círculo vicioso,

O qual a luz atravessa

Todas as dimensões da alegria

Possamos gozar do que nos oferece

A realidade da nossa fantasia

Da obra: Coisas de Mulher de Sônia Moura

fantasia