CAMA DESARRUMADA

Cama desarrumada (por Sônia Moura)

 

Cama desarrumadaEra uma manhã nublada, assim como seus olhos que se recusavam olhar o cinza daquela paixão.

Mexeu-se lentamente sobre o colchão caloroso, sentiu o roçar de lençol entre as pernas, afagou o travesseiro, a cama toda desarrumada, mas não se levantou.

Sabia que precisava sair da cama, e quem disse que ela queria isso? Tão bom ficar no quentinho da coberta, no cheirinho do seu canto preferido…

Ele não estava ao lado dela, aliás quase nunca está, porém, assim como a cama que ela só visita na hora de dormir, quando ele a visita é como aquela cama aconchegante, gostosa, desejada e completamente desarrumada, mas que é feita para sonhar.

Ela bem sabe que precisa se afastar dele, mas quem disse que consegue sair daqueles  braços, dos abraços, dos chamegos?

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E quem disse que ela quer desmanchar esse nó?

Cama desarrumada

(Da obra: Coisas de Mulher de Sônia Moura)

DESTINO

 DESTINO

DESTINO (por Sônia Moura)
Eu era perseguida ou perseguia?
Para onde me levava o destino?
Doce menino a dizer
– Não adianta fugir ou perseguir,
Tudo será como tiver de ser!

(Da obra: POESIA DIA A DIA)

DESTINO

DÚVIDA ATROZ

 dúvida atroz

DÚVIDA ATROZ (por Sônia Moura)

Um pêndulo abusado
Pendurou-se em minha mente
Badalando sem parar
Ela foi o meu algoz
Martelando uma dúvida atroz
Andou pra frente e pra traz
Mas sem nada decidir
Fiquei vagando entre mundos
Sem saber pra onde ir
O melhor é não pensar
E tentar ser cuca fresca
Deixando o mundo girar
Fazer como o Pagodinho
Deixar a vida me levar
Ou fazer como o Martinho
E ir devagar, devagarinho,
Ou então escancarar
E como o Skank cantar
Vou deixar a vida me levar
E o pêndulo não quer parar
Balança pra lá e pra cá

Mas…
Eis que num repente atrevido
Tudo ficou resolvido
Só não sei se pra melhor
Ou quem sabe pra pior?
Bem…
Melhor é deixar pra lá…

(Da obra: Coisas de Mulher de Sônia Moura)

dúvida atroz

TEIA

teia

TEIA (por Sônia Moura)

Na agitação do dia
A aranha tecia
A sua rede
À espera da presa
E depois, dormia…

Na calada da noite
Maria, em sonhos,
Desejos tecia
E em sua rede
Encontrava o amado
Depois, o prendia
Em seus gemidos
Abraços, laços…

Ao afinal
Do momento de amor
E êxtase, Maria,
Docemente, sorria…

(Da obra: COISAS de MULHER- autoria: Sônia Moura)

teia

SEM REMORSOS

 SEM REMORSOS

SEM REMORSOS (Autoria: Sônia Moura)

Arrebentando todos os corações
Era como a matreira serpente
Que tentava Marias e Joões
Depois, seguia pelo mundo,
E sem remorsos, sorria, sorria, sorria…

(Da obra: POESIA DIA A DIA de Sônia Moura)

SEM REMORSOS

ÁGUA E FOGO

 ÁGUA E FOGO

ÁGUA E FOGO  (de Sônia Moura)

Manifestações terrestres
Vibrações cósmicas
A nos apresentar
Vida e morte
Azar e sorte
Sacros mistérios
Por luzes revelados
Por mil véus velados
Latente angústia
Do homem mortal
Na alma imortal
Água e fogo selam
Sua sorte
Para o bem ou
Para o mal

(da obra: Poemas em Trânsito de Sônia Moura)

ÁGUA E FOGO

LEDO ENGANO

LEDO ENGANO

LEDO ENGANO (Sônia Moura)

Antes tu fosses como a lua
Metáfora poética
Do desvio humano
Que mostra as quatro faces
Que se exibe em quatro fases
Enquanto tu te escondes
Embaixo de cortinas escuras
E só mostra tuas falsas faces
Fingindo ser verdade
Aquilo que é só fase
Enganar é a tua conquista,
E o teu troféu

Enquanto isso
Teu eu verdadeiro
Vivendo ao léu
Vai causando danos
A quem te amar
Na terra ou no céu

Mas, num momento qualquer,
O teu verdadeiro eu
É arrancado pelo destino
Do mais profundo breu
Assim tu és desmascarado
Quando a cortina se abre
E não mais desce o pano
E todos podem ver
Que tu és uma farsa
E quem te amava
Percebe que viveu
À sombra escura
No mais ledo engano

(Da obra: COISAS DE MULHER de Sônia Moura)

LEDO ENGANO