PARA NÃO DIZER…

PARA NÃO DIZER…

 

 

 

PARA NÃO DIZER… (por Sônia Moura)

 

Hoje, vi na televisão uma alma envelhecida por uma dor ou por dores que a feriram profundamente.

Suas palavras rolavam de forma maquinal, parecia que faziam parte de uma engrenagem, igual àquela do filme de Chaplin: tudo muitorepetitivo, sem alma, sem cor, sem amor.

E, por falar em alma, a dele me pareceu mais esturricada que a terra do sertão, aquela que não é beijada pelas gotas da chuva há muito tempo, e, somente o sol, está a castigá-la forte e massacrantemente. 

 

Certamente, tal a terra, aquela alma necessitava de beijos molhados para poder deixar brotar sementes que a dão flores, que dão frutos, que alimentam.

Aquele velho homem parecia ter a mente varrida por doutrinações e amedrontamentos em forma de um furacão ou mesmo por um tissunami, que lhe levaram os belos pensamentos poéticos, a revolta natural dos jovens corações e das jovens almas, não importa a idade que tenhamos.

Em raríssimos segundos, algum sorriso escorria-lhe pelo rosto marcado, como se quisesse ressuscitar a sua essência, a sua alegria, a sua esperança, mas, apagava-se tão rapidamente, como a chama de uma vela exposta a mais suave brisa.

Ele ficou calado por muito, mas muito tempo, e, penso eu, gostaria de ter mantido o seu silêncio quando foi arrebatado do seu deserto para expor-se nas telas de televisão e da internete.

Triste imagem, tristes cenas, tristes verdades! Um homem, seu passado e seu presente – isolamento total e irrestrito. Solidão!

Porque eu o conheci outrora e sabia algumas coisas sobre ele, sobre sua alma e sua essência, resolvi escrever, mas foi somente para dizer que não falei de flores.

 PARA NÃO DIZER…

 

 

 

ANO NOVO, DE NOVO!

 ANO NOVO, DE NOVO!

ANO NOVO, DE NOVO!  (Autoria: SÔNIA MOURA)

 

Sempre que eu libertar o desejo

E todos os botões de sua camisa

Seja meia-noite, ou seja meio-dia

Ou seja, ainda, na madrugada fria,

Será ano novo

De novo!

 

Toda vez que você libertar minha fantasia

E o zíper do meu novo ou velho vestido

Seja meia-noite, ou seja meio- dia

Ou seja, ainda, na quente madrugada,

Será ano novo

De novo!

 

Nos momentos que desvelarmos os prazeres

Da paixão e suas magias

Seja meia-noite, ou seja meio-dia

Ou seja, ainda na suave madrugada,

Será ano novo

De novo!

 

(Do livro: COISAS DE MULHER de Sônia Moura)

ANO NOVO, DE NOVO!

VULCÕES DE SEDA

 VULCÕES DE SEDA

VULCÕES DE SEDA  (Autoria: SÔNIA MOURA)

 

Sobre a areia dourada de Copacabana

Deixei meus pés contarem minha história

Transformei minhas raízes em novas flores

Enveredei por bosques marinhos

Nunca dantes visitados

Lavei minh´alma, conferindo-lhe paz e glória

Joguei ao vento todos os meus amores

Larguei nas ondas as coisas do passado

Bati palmas para o próximo amado

Pedi ao sol para bronzear-me o ânimo tão pálido

Da fonte da saudade,

Bebi, numa folha, a água cristalina,

Libertei todos os peixes de cruéis anzóis

Gritei para a lua chamando o seu silêncio

Fantasiei-me com as vestes da loucura

Roguei aos céus que nos deixassem a sós

Num santuário ou numa festa endiabrada

Embaixo de vulcões de seda em forma de lençóis!

 

(Do livro POEMAS EM TRÂNSITO de Sônia Moura)

VULCÕES DE SEDA 

 

 

É PERMITDO SONHAR

 È PERMITDO SONHAR

É PERMITDO SONHAR   (Autoria: Sônia Moura)

      Depois de um dia cheio de participações em eventos, depois de ter vivido emoções diversificadas:  saudades,  alegrias,  frustrações, encontro com o ex- eterno amor e, ainda,  depois de muitos goles de cerveja, Eliane voltou para casa e nem precisou encarar seus medos e frustrações, pois o efeito do álcool lhe tirara este direito ou lhe poupara a dor da solidão e o desencanto dos amores perdidos.

Tantas emoções num mesmo dia, tantos sorrisos e tantas lágrimas, as quais ela fez grandes esforços para que estas não se tornassem públicas, foram lágrimas espremidas por  aquela rejeição.

Diziam que ela dramatizava, dramatizava? As pessoas são mesmo engraçadas.

A vida dela, sim, era um drama, mas, como ninguém vive os dramas alheios, o que pertence ao outro: alegria ou dor, é transformado conforme os interesses, em alegria de todos ou em drama que deveria ficar somente com o outro.

Bastava que Eliane ensaiasse fazer uma queixinha, uma só, que logo, palavras cruéis eram disparadas:- Nossa, como é reclamona! – É muito chata! ou, – Não sei porque Eliane reclama tanto! (Mesmo que outras pessoas do grupo tenham reclamado, muito, mas muito mais que ela).

Na verdade, ninguém lhe dava a chance de fazer um pouquinho de manha, a verdade é que eles não entendiam que o que ela queria mesmo era um pouco de atenção e carinho.

Mas quem disse que as pessoas entendem as carências? Pura ilusão, pura balela, você precisa aprender a conviver com suas carências, e, acredite, ninguém quer saber sobre elas. Talvez um terapeuta muito bem pago a escute, mas será que entenderá, de fato, o que se passa com um coração apinhado de mágoas e de carências? Estas eram questões que Eliane sempre colocava no plano de suas discussões internas.

E, entre pensamentos lúcidos, misturados aos efeitos etílicos, foi dormir.

A noite lhe reservava uma grande surpresa, trazendo até ela alegria, amor, carinho e alívio para o corpo, para a alma e o coração. Sonhara o sonho mais lindo dos últimos anos. Algo transcendental, algo que a deixou leve e a fez acordar sorrindo para a vida e Eliane se permitiu ser feliz e desejar que aquele sonho se transformasse em realidade.

Dizem que os sonhos podem se tornar realidade, então, Eliane passou a desejar com toda força que o seu sonho se materializasse e só restava a ela esperar. Há muito tempo Eliane aprendera que, por mais que a vida seja dura ou difícil, sempre será permitido sonhar…

 

(Do livro: Súbitas Presenças de Sônia Moura)

É PERMITDO SONHAR

 

CONVERSA FIADA

 CONVERSA FIADA

CONVERSA FIADA (por Sônia Moura)

 

No Brasil, durante o período que antecede às eleições, o disse-me-disse e as bombásticas declarações incriminadoras em relação a este ou àquele candidato são fartamente explorados pela mídia, e, cada uma a seu modo, tenta fazer média com o candidato para o qual o meio de comunicação devota seu apoio e apreço.

Mas, se olharmos direitinho, com um pouquinho de atenção, vamos observar que por trás destas acusações e troca de farpas, o que reina mesmo é uma tremenda conversa fiada, para iludir o povo, tal e qual as mirabolantes propostas divulgadas durante o horário eleitoral gratuito (??) ou quando, em seus palanques eleitorais, os candidatos se esgoelam.

 

CONVERSA FIADA

A ONÇA E A ROSA

 A ONÇA E A ROSA

A ONÇA E A ROSA  (Autoria: SÔNIA MOURA)

 

Era uma onça muito brava, era o que todos diziam. Além de muito brava mesmo, a tal onça era também arisca e muito gulosa, devorava tudo o que encontrava pela frente.

A onça desta história fazia tremer o mais valente dos homens ou a mais valente das mulheres daquele vilarejo e, quem sabe, de qualquer outra parte do mundo.

Furente, que assim fora batizada pelo povo local, andava pelos matos, pisando mansinho, sempre com as narinas acesas a farejar qualquer perigo e/ou qualquer presa, fosse animal ou gente.

Toda vila temia o animal, todos viviam amedrontados, apavorados mesmo porque a onça, a cada dia, se aproximava mais da pequena vila, chamada Fulgurante. Parecia que aquele animal estava mesmo era querendo se urbanizar.

Rezadeiras, pais de santo, padres, pastores e outros mais foram chamados para benzer, limpar, salvar o local com suas orações, com o intuito de proteger aquele lugar contra um possível ataque da hedionda fera.

Seguindo o velho ditado que diz: “É sempre bom darmos uma batida no ferro e outra na ferradura”, o povo rezava ladainhas, fazia suas preces, e pedia a proteção de deus, dos santos e de todas as entidades que conhecessem e, por outro lado, o povo  também se armava com facões, espingardas, foices, e, cada um a seu modo, procurava se defender e defender seu território.

Na calada da noite se ouvia o rugido da fera, cada vez mais alto, sinal de ela se aproximava da vila. Crianças se encolhiam debaixo das cobertas, os parceiros se encolhiam um nos braços do outro, enquanto os solitários encolhiam seus corações abandonados e suspiravam, suspiravam…

Em Fulgurante, tudo era muito simples, no entanto, um pormenor fazia toda a diferença entre aquele lugar e os outros, lá eles tinham o mais belo jardim que já se viu, dizem que nem mesmo os Jardins Suspensos da Babilônia ou o Jardim das Delícias eram tão majestosos. As flores tinham cores e odores inigualáveis e, por sua vez, atraíam borboletas e colibris com coloridos e desenhos exóticos em suas asas. O jardim era um deslumbramento só.

No entanto, o que o jardim tinha de super especial era uma linda roseira que florescia uma vez por ano e dela só nascia uma rosa amarela que vivia por anos e anos e, quando era a hora de ela partir, havia uma grande mudança na vila, logo uma densa névoa tomava conta do local, para que, em seguida, junto com o raiar do sol, outra rosa desabrochasse altaneira, encantadora e encantada, fascinando todo tipo de olhar.

Dizem que a rosa era mesmo encantada e capaz de feitos inigualáveis.

Numa quase manhã sombria, com a densa névoa a espalhar-se pela vila, a onça destemida, com suas patas de veludo, as quais a faziam praticamente deslizar, tal qual a índia Iracema de José de Alencar,  foi-se aproximando da vila, enquanto toda a cidade ainda dormia e ela podia circular livremente.

O sol despertava devagar e a onça, também vagarosamente ia -se aproximando.

Nesta hora acontece o que se pode chamar de milagre. A nova rosa se abre para o mundo no exato momento em que Furente chega bem pertinho do jardim, ou melhor, bem em frente à roseira encantada.

A onça se queda ante a beleza da rosa, parecia estar enamorada, hipnotizada, deslumbrada. Ao mesmo tempo, a vila despertava e se extasiava com o que via, a onça não se movia, não tirava os olhos da rosa, agora a fera mais parecia um gatinho doméstico, destes bem mansinhos.

E ali ela foi ficando, ficando, até também virar encanto e, dizem que, até hoje, nas manhãs cinzentas e enevoadas é possível ver-se uma onça com cara de apaixonada postar-se ante a roseira e suspirar, suspirar, suspirar…

 

(DO LIVRO BRINCADEIRA DE CRIANÇA DE SÔNIA MOURA)

A ONÇA E A ROSA

 

 

OPUS INCERTUM

 OPUS INCERTUM

OPUS INCERTUM    (Autoria: Sônia Moura)

 Fui sua Terpsícore por uns dias

Meu coração pando de carinho

Ia fosforescendo o caminho

Que em curto tempo íamos trilhar

Todo momento opífero foi lindo

Beijos com sabor de lua

Juntando para sempre minha’ alma à sua

 

E ao chegar a hora da partida

A cruviana da saudade nos pegou

Mas valeu pela amizade que ficou

 

(Do livro: POEMÁGCA de SÔNA MOURA)

 OPUS INCERTUM

Rastos, Restos e Rostos

 Rastos, Restos e Rostos

Rastos, Restos e Rostos 

(Autoria:SÔNIA MOURA)

Vivera em tantos lugares, visitara tantos países, vivera tantos amores, nem ela sabia contabilizar seu passado. Oitenta anos, oitenta anos, como o tempo passa! 

Catarina sabia que o tempo é apenas um representativo da realidade e que, o livro que conta esta história, é feito por meio de uma concentração de imagens de múltiplos significados. O tempo é sempre enigmático, a história do tempo é enigmática.

Há passagens do tempo que se fazem, a vida toda, demasiadamente presentes, enquanto outras lembranças servem para abreviar a passagem do tempo e outras, ainda, ficam esquecidas no fundo do baú do tempo, num enorme isolamento, servindo  como ponto de equilíbrio entre o ontem e o hoje.

Catarina abriu a janela do tempo e contemplou-se, refez o percurso da vida e descobriu que, por onde passou, deixou rastos nas fontes masculinas, nas fendas das colinas, nos sonhos de menina, nas saudades das ausências e nas memórias das presenças.

Embriagou-se, salvou-se, armou-se, desarmou-se, doutorou-se, lutou, amou, foi amada, sofreu, felizou – viveu! De tudo ficaram restos.

Tudo em sua vida foi ardor e foi amor, agora, nesta reconstrução do tempo aos oitenta, no meio de lágrimas e palavras não- ditas, ela tenta e tenta, encontrar rostos. Fecha os olhos e os vê suaves, em forma de almas suspensas, doces, obscenas, amenas, magoadas, sensuais e amadas.

Num espaço imutável, em forma de um colar de contas multicores a falar de amores, de sabores, de odores, de sons e de horrores, o tempo se apresenta soberano, proclamando o indizível.

O tempo não envelheceu, apenas quem envelheceu fui eu, concluiu Catarina, mas não importa nada disso, porque o que fica são rastos, restos e rostos.

 

 

(Do livro: CONTOS E CONTAS de SÔNIA MOURA)

 Rastos, Restos e Rostos

 

ESTA TUA IMAGEM

 ESTA TUA IMAGEM

ESTA TUA IMAGEM  (Autoria: Sônia Moura)

 

Busquei teu olhar

Nos olhos de uma estátua

Pensei ver o teu sorriso

No mármore rosado

Jurei ver teus olhos marejados

Naquela imagem que eu

Julguei ser a do meu namorado

 

Mas o que de fato eu via?

Via somente a ausência da alegria

Sentia o a brisa

Em forma de ventania

Tudo em preto e branco

Vi que o meu amor

Fora degredado

 

Aquela  imagem ali (era a tua?)

Sem cor, sem forma, sem cheiro

Era água a escorrer entre meus dedos

A alavancar todos os meus medos

Levando meu coração ao desespero

Mandando minh’alma ao desterro

Transformando meus sentimentos em rochedo

A rebater o mar da dúvida

Ancorado em mim mesma

 

Se eu pudesse quebrar aquela estátua…

Impossível, ela é resistente

E agora vejo melhor ainda

Em vez de sorriso, só me mostra os dentes

 

O que posso fazer?

Decifrar o teu enigma secular

Ou assassinar o monstro a me devorar

Deixando meu barco à deriva

Para que, ainda assim, eu me sinta viva?

 

Eis o grande desafio

Que brinca com minha ilusão

Preciso colher estrelas

Preciso buscar a flor

E aprender a conviver

Com esta imagem ambulante

E, principalmente,

Preciso aprender a rimar

Amor e dor

 

(Do livro COISAS DE MULHER de Sônia Moura)

 ESTA TUA IMAGEM

 

 

SACRALIZAÇÃO E DESSACRALIZAÇÃO

SACRALIZAÇÃO E DESSACRALIZAÇÃO  SACRALIZAÇÃO E DESSACRALIZAÇÃO  (por SÔNIA MOURA)

 

   P arte 1    DA PALAVRA –

           

               *A PALAVRA FALADA

 

Nos dias de ontem, no período de 1500 a 1800,  dá -se ao discurso um caráter sagrado, seja este sagrado: religioso, político, científico, comercial, em que as mudanças sócio – culturais vão-se estabelecendo e algumas falas devem ser consagradas, veneradas. É a fala intocável que chega para destronar, ou confirmar o que é regente. Esta fala melodiosa e envolvente; autoritária e ordenadora sacraliza novos rituais, novas manifestações, por exemplo, o culto à virgem e concomitantemente dessacraliza antigos cultos, por exemplo, o culto a Vênus.

 

Nos dias de hoje, a palavra falada serve a muitos senhores e a seus interesses, uma vez que pode representar uma imposição velada, visando a  transformações sociais ou culturais e, assim sendo, como a palavra falada apenas precisa ser ouvida para multiplicar conceitos, para enriquecê-la mais, tornando mais marcante o efeito do que se quer propagar, acrescenta – se a ela a imagem, que nem sempre corresponde ao que dizem as palavras, mas, ainda assim, consegue a muitos enganar, iludir e deles zombar.

 

                  * A PALAVRA ESCRITA

 

O texto impresso como forma de registro histórico – cultural aparece quase que ao mesmo tempo em que o valor- qualidade da cultura popular começa a ser substituído pelo valor de consumo , do que se consome.

A partir da palavra escrita haverá a perpetuação de conceitos, ideologias e do que se converterá em senso comum e por intermédio do que está grafado (o discurso dos poderosos ficará gravado).

E, assim como a tensão flutuante do rio – o conceitual – religioso, cientificista, econômico ou não – se propõe, naquele momento histórico (1500- 1800) e em outros também, a explicar e a organizar o mundo e nossas vidas, porém um fato, um som, um gesto, uma lembrança faz romper a tênue película, e, neste instante, descobre-se que o mundo não foi e não está  explicado, e que o mundo não foi e não está organizado.

É desta forma que os modos culturais se perpetuam, modificados ou não. Retomados, reformados ou esquecidos num canto da memória do inconsciente coletivo, a manifestação cultural voltará a ser revisitado como objeto de estudo ou disfarçado pela curiosidade frente ao exótico. De qualquer jeito que as formas culturais se apresentarem, será sempre para mostrar a resistência da cultura de um povo.

O texto impresso ( livro),  a  alfabetização (ou a negação desta) e o uso que se fará ou que se poderá fazer deles,  criará a grande dualidade nascida por medos e dúvidas dos detentores das diversas imagens do poder, opiniões e atitudes diversificadas florescerão. Há alguns que os consideram aliados e outros os consideram traiçoeiros, a alfabetização deve ser incentivada, proibida ou limitada, mas com certeza estará, na maior parte do tempo, a serviço do poder.

A sacralização do texto impresso se dá por seu poder de repetição sistemática, por seu poder de registro e por seu poder de multiplicação e divulgação de idéias, ideais e ideologias; é o sagrado aprisionado e circulante.

Um bom exemplo da  dessacralização está numa palavra-chave para o nosso estudo: POVO – que antes significava “todo mundo” ; depois passou a ter uma única designação: POVO  = “gente simples”. Esta cisão semântica é a representação da cisão política, econômica, artística e, principalmente, cultural, uma vez que o termo que representava o todo, agora, restringe, exclui, acontece então a sacralização da separação sócio – cultural,  acontece a secção dos indivíduos.

 SACRALIZAÇÃO E DESSACRALIZAÇÃO

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