PELAS ONDAS DO MAR

 Pelas ondas do mar

PELAS ONDAS DO MAR (Autoria: Sônia Moura)

Mar, amigo meu, tu és
Companheiro que, nas caminhadas
pelas manhãs novatas,
A lamber-me os pés
Me dás solitários sinais
De tua força
Quando, com molhados e suaves acenos,
Me falas dos teus e dos meus ais

Então, cada vez, e sempre mais
Fico certa de que és como vida
Que se mostra
Em ondas que vêm e vão
Sussurrando mistérios
Salpicando ilusões
Ás vezes, tão salgadas,
Que teus ruídos as transformam
Em imagens de abandonos
Eternizadas

És como a vida
Que se descortina
Através de janelas
Que se abrem ou se fecham
Para amores entardecidos
Para amores esquecidos
Vindo olhos pálidos salgar

Mar, eterno mar,
Com as ondas do teu cantar,
Quero tua majestade divinal
Reverenciar
E com ares de sereia conquistada
Beijos ao vento docemente te lançar
Pedindo aos deuses que para sempre
Permitam-me em teus abraços despertar

(Da obra: POEMAS EM TRÂNSITO de Sônia Moura)

PELAS ONDAS DO MAR

SINA

 SINA

SINA  (Autoria: Sônia Moura)

Triste sina a sua!
Quando você se esvai da vida de uma mulher
Deixa a alma dela completamente nua
E, apesar de sua enorme vaidade,
De você, nela, tudo se esvazia
Até não restar mais nada
Nem ao menos uma gota de saudade!

SINA

(Do livro: COISAS DE MULHER, de Sônia Moura)

CASA DA BONECA

 CASA DE BONECA

Casa da Boneca  (Autoria: SÔNIA MOURA)

Sou uma boneca esperta
Tenho uma linda casa
Ela era arrumadinha
Mas agora está feinha
O sofá está um horror
A pintura, nem te conto,
Há muito o que consertar
Há muito o que fazer

Por isto eu peço a você
Que é minha dona legal
Melhore a minha casinha
Faça uma pintura novinha
E um arranjo bem feito
Tudo ficará perfeito

Sei que sou uma boneca
Mas mereço viver bem
Numa casa enfeitada
E muito cheirosa também
Faça uma mudança
Que não seja pequenina
Sou uma boneca-menina
Sou exigente, eu não nego,
Mas gente, também não é?

Se o tempo estiver curto
Ou se o dinheiro não der
Para fazer o que peço
Faça tudo o que puder
Para deixar meu cantinho
Lindo, limpo – um primor!
Só vou-lhe agradecer
Com carinho e muito amor
Depois você brinca comigo
E pode a casa desarrumar
Depois arruma de novo
O importante é brincar
De arrumar – desarrumar
Ser feliz e gargalhar!

(Do livro: BRINCADEIRA DE RIMAR de Sônia Moura)

CASA DE BONECACASA DE BONECA

COPACABANA, MEU AMOR!

 COPACABANA, MEU AMOR!

COPACABANA, MEU AMOR!

Eu amo essa minha Copacabana.

Essa perfeita e “organizada” Babel de idiomas, jeitos e costumes e, convenhamos, a mais democrática de todas as praias.

Igual à praia de Copacabana, não existe e nunca existirá.

Nela acontece de tudo: há meninos malandros tentando aplicar seus golpes, há paquera, há vendedores de todos os tipos e com todo tipo de bugigangas , há grupos de amigos fiéis, há os amigos que se conheceram na praia,  há os caminhantes assíduos e os temporários, há ricos e há pobres, há jovens e velhos, há turistas e há os da terra, todos dividindo o mesmo espaço arenoso, enfim, a praia de Copacabana é um mundo à parte.

Ontem, durante minha caminhada matinal, presenciei uma cena, no mínimo, comovente. Pessoas que sequer se conheciam, pararam para ver e torcer por uma ave que estava meio perdida e que não conseguia levantar voo. Tentava, tentava e … nada.
E o povo a gritar: -Vai, vai, vai… Uma, duas, três e mais vezes.
A cada tentativa inconclusa, um oh!!! de insatisfação ecoava pela praia.

Finalmente a ave conseguiu alçar voo. Foi um delírio, todos gritaram, se agitaram, se comoveram.

É, Copacabana, você é capaz de operar milagres!

COPACABANA, MEU AMOR!

DESABAFO

DESABAFO
DESABAFO (Autoria: SÔNIA MOURA)
Só agora neste novo encontro
Vejo que sempre te amei, mesmo à distância,
Em meus sonhos e em meus pensamentos
Amei-te de todas as maneiras

Descubro isto agora…
Parece brincadeira

Que mundo louco, cheio de maldade
Depois de tanto tempo, revelo-me em teus braços
E tu me vês plena, fêmea, inteira

Descobres isto agora…
Parece brincadeira
(Quinta – feira, madrugada)

Da obra: Entre Beijos e Vinhos de Sônia Moura)

DESABAFO

A FACE DA SOLIDÃO

 A FACE DA SOLIDÃO

A FACE DA SOLIDÃO (Autoria: Sônia Moura)

Solidão
É ter o coração sangrando
Numa hora qualquer da madrugada
Após a partida repentina do amado
Que se foi pelo amor desencontrado

Solidão
É igual a vinho tinto derramado
Sobre a impecável toalha de linho em brancura
Que só se mostra claramente após a festa
Que tal qual a dor de amor é uma amargura

Solidão
É igual sangria que não se estanca
E devagar, com sarcasmo a vida nos arranca
Enquanto nos olhos do morto, em forma de ilusão,
Zombeteiramente sua cruel figura estampa
(Da obra: POEMAS EM TRÂNSITO de Sônia Moura)

A FACE DA SOLIDÃO

DESEJOS SINCEROS

 DESEJOS SINCEROS

DESEJOS SINCEROS

Em 2012, desejo que você:

1 – ENGORDE bastante a sua alegria e a esperança na vida!

2 – PERCA totalmente o juízo e se permita ser completamente feliz!

3 – ISOLE totalmente o desamor, os invejosos, os descontentes e se aconchegue nos braços do amor e da paz!

4 – CHORE muito de tanto rir dos seus próprios “tombos” e saiba se levantar com mais força e vontade de vencer todos os obstáculos!

5 – DESAPAREÇA com qualquer marca de tristeza de sua vida, lembre-se de que “o que passou, passou”, então …

VIVA o novo ano e FELIZ 2012!

DESEJOS SINCEROS

À MODA ANTIGA

à moda antiga

À MODA ANTIGA (Autoria: Sônia Moura)
Amor,
Ponha lenha na fogueira
Prepare a frigideira
Bote água na chaleira
E bem a nossa maneira
Vamos fazer devagarinho
Uma comida especial
E um doce gostoso de amor
Ambos feitos à moda antiga
Amor
A noite já vai tão calma
Toque uma moda de viola
Que seja uma canção de amar
Me envolve em suas asas
Me dê todo o seu calor
Alimente a minha alma
Com um bom saquê de amor
Vamos saborear com calma
Nossa salada de corpos
Nosso amor à moda da casa
A lua já se faz bela
Ela beija os lábios dele
Ele beija os lábios dela
Crepita a lenha na fogueira
Crepita um frenético desejo
Ardem as chamas no fogão
E, na rede, arde o fogo da paixão
Ele diz para ela:
Precisamos namorar
A vida é só um jogo
Vamos agora brincar
De amar, amar, amar
E um bom tempo depois
Com os corpos satisfeitos
E as almas a bailar…
Ela diz para ele:
Foi dormir a luz do luar
Se espreguiça a luz solar
Vamos lá fora espiar
O dia já vai raiar
Aquecido em fogo alto
O melhor do nosso amor
Se fez gostoso e sem pressa
No nosso fogão à lenha
A comida ficou perfeita
Se fez de forma bem lenta
Ambos ganharam temperos
Colhidos em nosso quintal
Por um cozinheiro especial
O amor de avental

(Do livro: COISAS DE MULHER de Sônia Moura)

à moda antiga