AMOR VERDADEIRO II

AMOR VERDADEIRO II

AMOR VERDADEIRO II

Novamente no mês de abril
Uma fenda no céu se abriu
E eu recebi em meus braços
Uma menina tão linda
Que envolvi em abraços
Era a minha princesa
E, assim como o meu herdeiro,
Veio reforçar para mim
O que é o amor verdadeiro
Parabéns, minha filha.

FACE OCULTA

FACE OCULTA

A FACE OCULTA (por Sônia Moura)

Na roda da vida, há linhas e estradas, estas são forças que se apresentam a nós e nos convidam a seguir por elas.
Embora aparentemente embaralhadas, há nelas uma ordem e movimentos misteriosos que permitem a ida e, na maioria das vezes, o regresso do indivíduo.
Esta ordem louca dentro da desordem, este labirinto invisível, trânsito entre muitos planos, converte-se em espaços expressivos fabulosos, os quais compõem as histórias de nossas vidas.
Luzes anônimas apontam caminhos, por vezes, seu brilho é tão intenso que quase nos cegam, no entanto, insistimos em segui-las, este é o jogo do destino a brincar com nossa ilusão, aproximando-nos e nos afastando realidades ou de fantasias, fazendo-nos crer que o dominamos.
Ao trafegarmos por estes caminhos, vozes misteriosas nos conduzem (ou nos induzem) a passagens secretas ou a palcos com cortinas escancaradas e, de repente, dependendo do trilha seguida, nos vemos em total solidão ou somos postos ante uma plateia a exigir de nós luzes, cores, sombras, falas e representações, papéis que nem sempre estamos preparados para desempenhar, mas é simples assim: ainda que pensemos que somos nós os condutores do nosso veículo terreno, nosso destino é conduzido à revelia de nossos desejos, pois, no trajeto da vida, nossa vontade será posta em total nudez.
Palavras, imagens, verdades e mentiras se juntam para confundir ainda mais os nossos pensamentos, é como se fosse um jogo de espelhos por meio dos qual nossa vida se revela em dimensões diversas, a fim de que façamos reconhecimentos ou descobertas, diante das quais nos atrapalhamos, e assim, ficamos presos na armadilha do destino e desta não há como fugir.
A bem da verdade, estamos sempre a renascer em múltiplas metamorfoses reveladas lentamente ao longo da vida, e, ainda que tudo esteja fora do lugar, ainda que as ambiguidades do destino tracem caminhos paralelos, indubitavelmente, chegaremos ao ponto final.
Assim sendo, desde sempre, somos entregues nas mãos das Moiras que manipulam a Roda da Fortuna, tecendo nossos destinos, fazendo reaparecer no palco da vida sempre novos espetáculos com a mesmas feições, refletindo apenas a imagem fundamental da vida: a face oculta da solidão do ser.

(Universidade Cândido Mendes – 2011)

FACE OCULTA

O POETA, A PALAVRA E A POESIA

O POETA, A PALAVRA E A POESIA

O POETA, A PALAVRA E A POESIA  (Autoria: Sônia Moura)

Afastada do teor contextual, a palavra estará condenada ao isolamento? A resposta a esta pergunta dependerá do que se consagra como isolamento, seria o isolamento intelectual? Afetivo? Conceitual? Funcional? Verbal? Extraverbal? Ou seria apenas o falso isolamento da realidade o que nos confunde?

Ao transportar imagens para o poema, através de palavras reinventadas e transformadas por forças sugestivas e pelo poder enigmático das estripulias analógicas, em forma de metáforas, o poeta nos apresenta textos, trabalhados com palavras nascidas do solo fértil da criação e da devoção do fazer poético, comprovando que a mágica do poema está especialmente no simples desdobramento significativo das palavras.

Em cada poema, a transposição de sentidos gerada por efeitos especiais, denominados efeitos estilísticos, é o resultado do esquema montado pelo poeta para que a realidade seja representada por meio de tropos e figuras, dando ao poema a roupagem necessária para que nasça o equilíbrio dialógico, eliminando, assim, a impossibilidade da não-comunicação.

Para o poeta, a palavra é a curva e a bifurcação de caminhos imprecisos e imprevisíveis que ele precisa domar, para reinventar o real tão aprisionado em definições, regras, grilhões. Ao escolher o caminho a seguir, ele busca domar a palavra, para extrair de suas entranhas o sumo preciso do dizer o que se quer, e esta é uma luta constante do poeta com a palavra, porque é difícil torná-la apenas escrava, pois assim como ele que é rei e deus, ela também é rainha e é deusa.

Então , no palco da escrita, o poeta e a palavra estarão sempre a revezar seus papéis, ora ele é o senhor e ela é serva, em outra cena, ele é o servo e ela é sua majestosa senhora, e neste vai-e-vem teatral, ambos se completam e fazem nascer a poesia.

“Não divorcie
A palavra do poeta
É heresia
Por favor, não mate
A poesia.”

O POETA, A PALAVRA E A POESIA

SONHADORA

 SONHADORA

SONHADORA (Autora: SÔNIA MOURA)

Na janela ele apontava o lápis

E, ao mesmo tempo,
Da janela ela apontava o olhar
Para a varanda em frente

E também
Pela janela ela aprontava a rede
Intentando fisgar o peixe bom
No mar que ondulava diante de
Seus olhos tão azuis
Suaves como o luar
Confirmando desejos de amar
Diziam que ela estava velha
Que não adiantava mais desejar
Mas nem mesmo o desencanto nascido
Da pesca fracassada do mar-janela
Fechou-lhe a porta da esperança
Buscando apagar seu sonho de criança
E ela nunca deixou de sonhar, sonhar…

(Da obra: COISAS DE MULHER de Sônia Moura)

SONHADORA

PALAVRAS INDIZÍVEIS

 palavras indizíveis

PALAVRAS INDIZÍVEIS  (Autoria: SÔNIA MOURA)

Em certos instantes da vida, há coisas que se tornam indizíveis.

Não que sejam feias ou pecaminosas, não, apenas nos quedamos ante a impossibilidade do dizer, do falar, do escrever as coisas que sentimos, pois, nestes momentos, não sabemos enfeitar as palavras a serem reveladas, não conseguimos desarrumá-las, enfrentá-las ou expô-las em público e, se tentamos cantarolá-las, a voz também não sai.

Então, tentamos inventar uma história para desnudá-las, mas elas se vestem com os trajes do rigor ou se escondem num canto qualquer e não há como colocá-las no palco das declarações, dos desabafos ou das confissões.

E, embora sobrem motivos, nos faltam as palavras, no entanto precisamos falar, queremos falar, estamos cativos deste não saber dizer, deste não conseguir falar.

No entanto, o sentimento está lá, gritando, implorando para sair da caverna da dor, sair do esconderijo e se jogar no mundo, porém, o que fazer se, no percurso da dor, perdemos a voz, perdemos a paz e o som não sai.

Que dor tão grande nos deixa assim imobilizados, apenas na garganta? Os pés caminham, a alma sofre, o choro desaba, a tristeza sorri, a alegria foge da festa, os braços de agitam, o corpo se mostra, mas a garganta trava, a garganta empaca, a garganta se nega, a língua se atrapalha, a glote se obstrui, o esôfago, a laringe e tudo mais se contrai e a voz não sai.

Não há o que fazer, espera a dor passar, espera a alegria voltar, espera o novo carnaval, para a voz, de novo, se revelar e na avenida de sua história, se apresentar.

(Da obra: Tempo Absoluto versus Tempo Relativo de Sônia Moura))

palavras indizíveis

RIO DE JANEIRO

  rio de janeiro

MINHA HOMENAGEM À CIDADE MAIS MARAVILHOSA E MAIS LINDA DO MUNDO,  NO DIA DO SEU ANIVERSÁRIO!

Rio de Janeiro (Autoria: SÔNIA MOURA)

Rio de janeiro, fevereiro, março…

Que de janeiro a dezembro

Eu todos os dias abraço

Rio que só ri de tudo

Pois ao olhar sua beleza

Qualquer um sorri pro mundo

Rio que na verdade é mar

O difícil é não amar

Suas curvas femininas

Seus encantos de menina

Seu ar descontraído

Seu jeito de garotão

Que adora uma cerveja

Que curte o bom  futebol

A praia é nosso quintal

O amigo é  o sol

Seu sinônimo? alegria

Feliz é quem nasce aqui

Feliz é quem vive aqui

Rio – sou louca por ti!

CARNAVAL

 CARNAVAL

CARNAVAL (por Sônia Moura)

Entre outras explicações de cunho etimológico e/ou histórico sobressai-se aquela que liga o carnaval à carne, ou melhor, o adeus à carne (carne vale) ou à supressão desta (carne levamen). Há também aqueles que ligam a palavra a carro naval (currus navalis).
Quanto ao onde, quando e como surgiu o carnaval também é assunto controverso, alguns defendem que o carnaval nasceu para festejar o início da primavera e aos cultos do deus Dionísio, na Grécia e em Roma.
Outros atribuem o início das festas carnavalescas aos cultos feitos pelos antigos para agradecer pelas boas colheitas, isto há dez mil anos a.C ; outros mais dizem que o carnaval nasceu no Egito, em homenagem à deusa Ísis e ao Touro Apis, sem contar com a turma que defende que foi na Roma antiga que a festança começou com as bacanais, as saturnais e lupercais em homenagem aos deuses Baco, Saturno e Pã.

Seja lá como for e venha de onde vier, o carnaval é a folia mais gostosa que existe, por isto antes de mais nada, o verdadeiro carnaval é uma festa democrática, pois vem do povo, para o povo e feita pelo povo.

Brincar na rua, sem compromisso, deixando a alegria fruir ou apenas ficar apreciando quem se diverte, ou, apenas sorrir de tudo, é o máximo!

Então, viva a festa mais alegre do mundo!

SALVO CONDUTO

 Salvo Conduto

SALVO CONDUTO (Autoria: Sônia Moura)

Amor meu,
Lei é lei
Por isto lhe dei
O salvo conduto
Para você circular
Livremente
Por meu coração

Amor meu,
Lei é lei
E você abusou
Pois limites burlou
Então perdeu
Esta concessão

E não tem apelação
Faça como galo
Vá cantar
Em outro terreiro
Este último erro
Foi o derradeiro

Dura Lex sed Lex
Para você
Não tem perdão
Então
De antemão:
Adeus!

(Da obra: COISAS DE MULHER de Sônia Moura)

Salvo Conduto