ABANDONOS (Autoria: SÔNIA MOURA)
Esquecido em um banco,
O guarda chuva dormia
Enquanto a chuva caia… caia…caia…
Entre os pingos da chuva que caia
Eu fingia que sorria
E o meu coração desassossegado
Fora do ritmo batia… batia… batia…
A poça d`água que agora surgia
Como um espelho de minh`alma refletia
A dor que meu sorriso escondia
Nos aposentos da minha nostalgia
E, quando a noite mostrou sua ousadia,
Tomando o lugar do dia,
A solidão anunciada em forma de agonia
Encharcou minha esperança de magia
Enquanto os homens a chuva escondia
Sozinha, eu via a vida pela lente da melancolia
E, num canto, uma esperança teimosa ressurgia
Enquanto a chuva caia… caia… caia…
(Do livro: POEMAS EM TRÂNSITO de Sônia Moura)
Que métrica bonita. Me lembrou Edgar Allan Poe.