A REVOLTA DE QUEM (NÃO) APRENDEU A (DES)AMAR
(Autoria: SÔNIA MOURA)
Em nome de quem (não) aprendeu a (des)amar, levanto esta bandeira, pois é preciso aprender a amar e também a desamar.
Paradoxal?
De jeito algum, se aprendermos a caminhar soberanamente por estes dois caminhos, nossa vida será tão mais palatável…
Fácil de se falar e difícil de se fazer.
Quando estamos amando, desacreditamos que o amor possa se transformar em desamor. Isto, nem pensar. No entanto, quando acontece, mostrando nossa revolta e reagimos assim:
Eu não queria ter este espírito romântico, não, eu não queria ser assim. Por que Deus deixou em mim o legado do amor, tudo seria mais fácil, se eu soubesse separar o joio do trigo, o amor do tesão.
Seria bom se eu soubesse o tempo de ser Cinderela e o tempo de ser abóbora, o tempo de ser mocinho ou de ser bandido, o tempo de ser fada ou de ser a bruxa má do oeste. Que bom seria se eu entendesse que nem sempre o: “eu te amo” é para sempre, ainda que no momento da declaração de amor, o amor pudesse existir de fato.
Quando o tempo passa e pinta um outro amor, toda a revolta de quem achava que (não) podia (re)amar escorrega mansamente pelo leito de um novo rio, o rio da esperança, até chegar as corredeiras e lá todo o pessimismo em relação ao amor se desfaz e, no momento em que esperança sobe no barco, o rio volta à calmaria, a revolta dá lugar a alegria e tudo começa de novo, até a próxima queda d’àgua, que jorrará dos olhos por amor ou pela falta dele.
Ainda penso que o amor e desamor não acontecem ao mesmo tempo.Enquanto um ama, o outro desama. Adorei a imagem> um coração partido e tubo, que entendo, seja de cola.