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Mesmo que neguem a história ou parte dela, “contra fatos, não há argumentos”, eis uma parte da história do Dr. Hamilton Naki. Ao lê-la, percebemos o quanto precisamos evoluir no campo espiritual.

Rica-pobre humanidade que é, ao mesmo tempo, agraciada com a genialidade do Dr. Naki e, por outro lado, pensa que um imbecil apartheid conseguiria apagar o brilho de um gênio, cuja luz transcendeu a todo preconceito e ignorância espiritual e brilhou… brilhou… brilhou… e brilhará sempre!

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Hamilton Naki: o gênio esquecido [por Sheila Machado]Segregação escondeu sul-africano negro, autodidata, que ajudou o cirurgião Christiaan Barnard a realizar o 1º transplante de coração da história,que foi realizado na África do Sul, em 3 de dezembro de 1967.
Em pleno apartheid – o regime segregacionista branco que oprimia os negros – o cirurgião Christiaan Barnard ganhou fama por conduzir a histórica equipe da qual, surpreendentemente, um negro fazia parte.
Hamilton Naki ajudou a retirar o coração da doadora, Denise Darvall, e preparou-o para ser transplantado no peito de Louis Washkansky. A história permaneceu secreta por 24 anos e ainda guarda detalhes contraditórios, após a morte de Naki, em 29 de maio de 2005.

(…)

A verdade só começou a aparecer em 1991 – um ano depois do fim do regime –, quando o próprio Barnard contou para um cineasta que havia pedido ao hospital que Naki integrasse a equipe. Mesmo sendo proibido oficialmente, a Universidade da Cidade do Cabo e a direção da clínica permitiram. O cirurgião estava encantado com a habilidade do negro com o bisturi, após anos de prática em transplante em animais – estudo para o ato cardíaco.

Mas Naki não tinha estudado Medicina, nem podia trabalhar no centro cirúrgico. No apartheid, negros eram proibidos de tocar o corpo ou o sangue de brancos. O “jardineiro” passou a receber salário de assistente de laboratório – o máximo permitido para um negro, sem diploma.

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O que não deixa de ser uma correção histórica. Na noite do transplante, enquanto Barnard recebia os louros, Naki foi para casa – sem luz e água corrente – no gueto de Langa. E ficou quieto ao ler nos jornais as repercussões do avanço científico que ajudou a impulsionar. Mas sem reclamar.

– Temos que aceitar aqueles dias, não tinha outro jeito. Era a lei desta terra – afirmou, já na década de 90.

Em reconhecimento, anos após o fim do apartheid (em 1990), Naki recebeu a Ordem de Mapungubwe, a mais importante honraria da África do Sul. E pouco tempo antes de sua morte, em 29 de maio, um diploma honorário de Medicina.

A sala do hospital Groote Schuur onde foi realizado o transplante se tornou um museu. E exibe a foto de Hamilton Naki, a quem os nativos consideram um herói.
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